Valdeci Moreira, um fazedor de arte
19 de Dezembro de 2015, 18:46![]() |
Valdeci Moreira de Souza Foto Joaquim Dantas |
Valdeci Moreira, um diretor de teatro do Gama que não mede esforços para fazer arte de qualidade
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Desde sempre sabe-se que fazer Teatro no Brasil não é fácil, principalmente pela dificuldade que se tem de captar recursos, sejam eles públicos ou privados. Culturalmente não temos o hábito de frequentar as salas de teatro que, diga-se de passagem, são poucas e caras. É muito mais fácil captar recursos para a produção de um show de Wesley Safadão, que leva facilmente 20 mil pessoas para o estacionamento do Estádio Mané Garrincha, do que para produzir uma peça de teatro.
Agora, imagine o que é fazer teatro na cidade do Gama, distante cerca de 35 Km de Brasília, com as mesmas dificuldades encontradas nos grandes centros e produzir espetáculos belíssimos e de altíssima qualidade...
É o que faz o premiado diretor de teatro Valdeci Moreira de Souza, da Cia Semente de Teatro, há 7 anos no Gama. Em 2013, por exemplo, ele recebeu dois prêmios no Festival SESC de Teatro Candando no DF, com a peça Infinito Vazio.
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Troféus recebidos em 2013 e 2015 Foto Joaquim Dantas |
A peça ganhou prêmios em duas categorias, melhor direção e melhor iluminação. Segundo os produtores da obra "quando achávamos que estávamos prontos, tudo teve que ser adiado e mais uma vez estávamos vazios. Entre o cheio e o vazio surgiram textos, frases e pensamentos de Caio Fernando Abreu, Sida Oliveira, Gero Camilo e da própria Companhia, que fizeram com que o processo criativo transbordasse e se transformasse em um drama poético e desta forma o cheio e o vazio se completaram. Então nasceu o espetáculo poético musical “INFINITO VAZIO”."
E eis que Valdeci repete a dose em 2015, no mesmo Festival. Das 9 categorias, a peça Miguilim Inacabado, de Guimarães Rosa, foi indicada para 8 prêmios, inclusive para o de Ator Revelação para Matheus Trindade, que interpreta o Miguilim. Chegou ao final do certame com o prêmio de Melhor Figurino do Festival SESC de Teatro Candango.
Miguilim, segundo os produtores "é a criança dentro de cada um de nós: ora cercada pela alegria da vida, ora desafiada pela presença da morte; mas sempre aberta para a beleza do mundo – “Mutum é lindo”, como diz o protagonista".
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Parte do cenário de Miguilim Foto Joaquim Dantas |
O que me impressiona, entretanto, é o pouco caso que os gestores públicos e o próprio Movimento Cultural da cidade, fazem com uma equipe vitoriosa e competente como a da Cia Semente de Teatro, que está levando o nome do Gama para além das fronteiras do Planalto Central, como foi o caso do espetáculo Vestida de Má, baseado na vida e obre de Alfoncina Storni, poetisa, escritora e feminista que viveu na Argentina nos anos 20 e 30, do século passado.
A peça foi apresentada em Porto Alegre, Caxias, Curitiba e Rio de Janeiro no início de 2015.
Valdeci é um diretor criterioso e exigente, a produção de suas peças, antes da primeira apresentação, duram em média 1 ano e meio e ele já promete uma grande produção de uma obra nacional para 2017, que certamente fará muito sucesso.
O local onde está instalada a Cia Semente de Teatro é um espaço público que ficou abandonado por quase 20 anos e após receber a concessão de uso da Administração Regional do Gama em 2014, Valdeci e sua equipe restauraram o local com recursos próprios e muita determinação.
O Espaço Semente está encerrando as suas atividades em 2015 com a presentação do Espetáculo Miguilim Inacabado, revertendo toda a bilheteria para ajudar na reconstrução do Ilé Oya Gaban, da Mãe Baiana, que foi destruído por um incêndio no Paranoá no mês passado.
O espetáculo que marcará o encerramento das atividades do Espaço Semente, será presentado neste sábado (19), às 20h, com preço único de R$ 20,00
Atravessaram o ano de 2015 com muitas dificuldades, mas terminam o ano com solidariedade. Axé, Guerreiro!
Peças expostas na parte externa do Espaço Semente:
Tiago Cardoso renova por mais dois anos com o Santa Cruz
19 de Dezembro de 2015, 12:44Por Felipe Amorim, editoria de Esportes do Jornal do Commercio.
Tiago Cardoso renovou o seu contrato e ficará no Santa Cruz até 2017. A confirmação saiu no fim da noite desta sexta-feira (18), quase madrugada do sábado (19), através do vice-presidente Constantino Júnior e depois de três rodadas de negociação. Outro atleta que está muito perto de ser anunciado é Lelê.
Falta apenas o atacante assinar as papeladas da prorrogação por mais um ano.
No clube desde 2011, Tiago Cardoso foi importante para o soerguimento do Santa Cruz no cenário nacional e agora disputará a sua primeira Série A. “Disseram por aí que o atleta não estava se sentindo valorizado, mas não tem nada disso. Garantimos a renovação de Tiago e é importante destacar que ele está feliz com isto. É um atleta que tem uma identidade muito forte com o clube. Já são cinco anos de Santa Cruz e indo para, no mínimo, mais duas temporadas”, disse Constantino ao site oficial do clube.
Com a renovação de Tiago Cardoso e a garantia de Lelê para a próxima temporada, o clube agora medirá esforços para segurar Daniel Costa, que recebeu propostas do exterior, e tentará fechar o quanto antes com Bruno Moraes. O lateral-direito Vítor, que também poderia ter renovado o vínculo nesta sexta-feira (18), em reunião entre seu empresário e Constantino, deverá dar a resposta definitiva no sábado (20).
Governo do PSB: Show de Emicida em Brasília é interrompido
19 de Dezembro de 2015, 12:37Policiais fizeram varredura no local do show, alegando que não havia alvará para a realização da 3ª Conferência Nacional de Juventude. Participantes foram atacados com bombas de gás lacrimogêneo
Milhares de jovens representantes de movimentos sociais estão reunidos esta semana em Brasília para a 3ª Conferência Nacional de Juventude, e Emicida foi convidado a fazer o show de abertura do evento na última quarta-feira (16.12) para os 2.500 delegados credenciados. Seriam duas horas de apresentação, com participações especiais de Karol Conka, Drik Barbosa, Raphão Alaafin, Muzzike e Rico Dalasam.
Pouco mais de meia hora após o início, porém, o chefe de gabinete de Jaime Recena, Secretário de Turismo do Distrito Federal, chegou com homens do Bope para fazer uma varredura no local do show, argumentando que não havia alvará para apresentação.
Posicionada no Portão 6, de acesso ao palco, a polícia impediu cerca de 500 pessoas credenciadas de entrarem no local. A noite que seria de confraternização pela democracia, terminou com a multidão dispersada por cassetetes e bombas de gás lacrimogêneo.
Gabriel Medina, Secretário Nacional de Juventude, tentava mediar a situação e chegou a ser ameaçado de prisão. Diante da instabilidade, por volta das 23h00 a produção decidiu encerrar o show pela metade.
Ao blog, Medina falou: “A organização lamenta o ocorrido. O evento tinha alvará e esperávamos muito pelo show do Emicida”. O problema, segundo ele, foi de entendimento e inadequação por parte da instituição policial: “ela vê com receio o tipo de orientação cultural marcado pelo rap, que foi o escolhido pelo evento. Ainda há muito preconceito contra o hip hop. Temos aqui jovens representantes dos movimentos negro, LGBT, que não são bem entendidos pela polícia”, completou, deixando claro que a ordem não partiu do governador do Estado, Rodrigo Rollemberg que, ao saber do ocorrido, mediou as negociações para a continuidade do evento no dia seguinte.
Horas antes, a presidenta citou Emicida em seu discurso na abertura oficial da Conferência, e falou sobre a “epidemia de violência contra a juventude, especialmente a juventude negra”. Ao lado do ex-presidente uruguaio José Mujica, ela havia pontuado: “Não mudaremos o Brasil fechando escolas, isso é certo. Nós também não vamos mudar o Brasil reprimindo movimentos pacíficos com forças policiais”.
Fonte blogdoemicida.wordpress.com
Estados Unidos é o país que mais violou os direitos humanos no mundo
19 de Dezembro de 2015, 12:34Anualmente o Departamento de Estado Norte-Americano divulga um relatório com uma lista de países acusados de desrespeitarem os direitos humanos.
Coincidentemente, esses países são conhecidos mundialmente por divergirem política e ideologicamente dos Estados Unidos e por não se submeterem ao imperialismo ianque.
Por Jailson Davi, Movimento Luta de Classes
No Portal A Verdade
Porém, as atrocidades cometidas pelos Estados Unidos dentro e fora de seu território são provas mais que suficientes de qual é o país que mais viola os direitos humanos no mundo. Falsa liberdade, falsa democracia, falsa igualdade, falsa vida: é com essas ideias que a potência mundial é exaltada como falso exemplo de nação plena. Em março de 2014, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) questionou os Estados Unidos por causa da violação de direitos dentro de seu território. A ONU, inclusive, insistiu junto ao governo pela necessidade de castigar os responsáveis pelas torturas assumidas por Barack Obama em agosto de 2014, durante uma entrevista coletiva na Casa Branca: “Nós torturamos algumas pessoas. Fizemos algumas coisas que eram contrárias aos nossos valores”.
Medo, violência, fome e desigualdade social
Uma notícia publicada no site Political Blind Spot, portal de notícias especializado em destacar as reportagens que não aparecem na grande mídia estadunidense, revela que na maior nação capitalista do planeta 80% da população vive próxima a pobreza ou abaixo da linha da miséria, e que, só nessa última condição, são 49,7 milhões de pessoas.
Além disso, 125 norte-americanos morrem todos os dias por não poderem pagar qualquer tipo de plano de saúde. Quem não tem plano de saúde (estima-se que sejam 50 milhões de norte-americanos nesta condição) tem boas razões para temer os cuidados de saúde que o governo presta: o transporte em ambulância custa, em média, o equivalente a R$ 1.300,00 e a estadia num hospital público mais de R$ 500,00 reais por dia. Os procedimentos cirúrgicos também são muito caros, impossibilitando o acesso a quem não tem condições de pagar por um plano privado.
Hoje, no país que se diz um exemplo de democracia para o mundo, existem 2,3 milhões de presos, o que representa a maior população carcerária do mundo. Desses, mais de 80.000 estão em regime de isolamento, em calabouços pobres de ventilação, sem luz natural, definhando física e psicologicamente. Alguns prisioneiros estão nessa situação há 40 anos, conforme relata o Registro de Direitos Humanos nos Estados Unidos, publicado pela China em 2013. De acordo com esse documento, os Estados Unidos é uma das nações que menos garante a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes, já que a cada ano uma em cada cinco pessoas é vítima de algum crime, a taxa mais alta do planeta.
Racismo Institucionalizado
Nos últimos anos, os afro-americanos têm sido vítimas frequentes de assassinatos raciais. Em 30 de abril de 2014, o policial Christopher Manney disparou 14 vezes contra Dontre Hamilton, de 31 anos, que estava desarmado. Em julho do mesmo ano, Eric Garner, de 43 anos, morreu ao ser estrangulado por um policial branco, Daniel Pantaleo. Um mês depois, o agente Darren Wilson assassinou o jovem estadunidense Michael Brown, de 18 anos, em Ferguson, Missouri. Em setembro do ano passado, funcionários da polícia de Utah assassinaram com seis disparos Darrien Hunto, de 22 anos. Em 22 de novembro, Tamir Rice, de 12 anos, foi baleado pela polícia de Cleveland, Ohio, porque o garoto, que brincava num parque da cidade, sacou uma pistola de brinquedo. Antonio Martin, de 18 anos, também foi assassinado por agentes da polícia da região de San Luis, perto de Ferguson.
Em junho deste ano, o Conselho de Controle e Orçamento da Carolina do Sul aprovou um pedido apresentado pelo grupo “Leais Cavaleiros Brancos”, da KuKluxKlan, para a manifestação em 18 de julho, menos de duas semanas depois de um homem branco ter matado nove pessoas em uma igreja frequentada por negros. O suspeito no ataque a tiros à igreja, DylannRoof, de 21 anos, confessou o assassinato.
Baía de Guantánamo, palco de violações de direitos humanos
A Baía de Guantánamo está localizada ao sul de Cuba. Desde 1903 os Estados Unidos detêm direitos sob essa área através de um contrato que foi firmado com Cuba para que o país norte americano explorasse o minério e para a construção de uma base naval, que hoje abriga os prisioneiros de guerra do Iraque e Afeganistão, além de presos políticos de diversas partes do mundo. O Campo de Detenção da Baía de Guantánamo não está regulamentado em nenhuma convenção internacional e, por esse motivo, não se fiscaliza o que lá acontece, nem mesmo por órgãos da ONU, facilitando a violação de muitos direitos dos detidos.
Em sua posse no primeiro mandato presidencial, Barack Obama prometeu o fechamento de Guantánamo, o que não aconteceu. Para além das torturas na prisão, das 779 pessoas já aprisionadas desde 2002, muitas ficaram presas por mais de dez anos sem ter direito a ampla defesa, o que é um desrespeito ao processo legal, já que, além da falta de julgamento, muitos não tinham nem sequer acusações formais.
A margem dos tratados e convênios internacionais
Os Estados Unidos não firmaram, aderiram ou ratificaram diferentes tratados internacionais considerados chaves pela ONU em matéria de proteção aos direitos humanos, tais como os convênios contra os crimes de guerra e de lesa humanidade. Não ratificaram a convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher, a convenção sobre os direitos das crianças ou contra a prostituição e pornografia infantil, o convênio relativo à liberdade sindical, negociação coletiva e idade mínima para emprego, a convenção sobre o direito de pessoas com deficiência. Washington também não ratificou o convênio internacional para a repressão do financiamento do terrorismo, o convênio internacional para a repressão dos atentados terroristas cometidos com bombas, nem o tratado de ONU sobre a proibição completa dos testes nucleares. Tampouco firmaram o Protocolo do Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos, destinado a abolir a pena de morte; a convenção internacional contra o recrutamento, o financiamento e treinamento de mercenários; o convênio para a repressão do tráfico de pessoas e de exploração de prostituição; nem o Protocolo de Kyoto, sobre mudanças climáticas, ainda que seja o maior emissor de gases do mundo. Ainda suspendeu sua adesão à Corte Internacional de Justiça e ao Estatuto de Roma da Corte Penal Internacional.
Intervenções militares com graves violações dos direitos humanos
Nos últimos 15 anos, os EUA tem sido o autor intelectual e material de intervenções militares em diversos países do mundo, todas com o modus operandi baseado nas mais graves violações dos direitos humanos.
Em 2001 ocorreu a invasão do Afeganistão, quando os EUA lançaram uma operação de busca a Osama Bin Laden, acusado por Washington de ser o mentor do ataque terrorista ao World Trade Center, em Nova Iorque. A invasão permanece e já deixou um saldo de 3.486 soldados mortos, além de ser responsável pelo assassinato de 17.252 civis entre os anos de 2009 e 2014.
O Iraque foi invadido em 2003 sob o falso pretexto da busca de armas de destruição em massa, que nunca existiram. Segundo eles, a invasão foi motivada pela libertação do povo e garantia de democracia e seguridade. Porém, foram assassinados 4.808 militares no período. Até 2013, se calculou em mais de 730.000 o número de civis assassinados, segundo dados da organização Opinion Research Business.
Paquistão, Iêmen e Somália também são vítimas de ataques estadunidenses desde 2002, sob o pretexto de acabar com grupos terroristas. Nesses países é comum o uso de drones (aviões militares não tripulados com poder de fogo), que assassinam centenas de civis, entre eles crianças e idosos. A Líbia foi cenário de uma invasão em 2011, sob o argumento de acabar com uma suposta repressão por parte do governo de Muammar Gaddafi. Além de assassinar o presidente, os invasores destruíram e dividiram o país, que até hoje não alcançou a prometida democracia e liberdade. Também na Síria, desde março de 2011, ocorre o ataque de grupos terroristas financiados pelos próprios Estados Unidos, com mais de 200.000 civis assassinados. Na Ucrânia, em 2014, se levou a cabo um golpe de Estado desenhado pelos Estados Unidos. Nesse processo um milhão de pessoas já foram desalojadas e quase 6.000 foram assassinadas pela repressão do atual governo apoiado pela Casa Branca.
Hoje, nos países que sofreram intervenção dos EUA, o resultado é que milhões de pessoas perderam suas vidas, a pobreza cresceu, a expectativa de vida diminuiu drasticamente, enquanto a mortalidade infantil, a violência, a fome e a desigualdade social estão entre as maiores do mundo. Boa parte da população vive abaixo da linha da miséria, além de uma alta taxa de desemprego, com milhões de pessoas sem acesso a saneamento básico, luz elétrica e água potável.
Essa é a prova mais recente de como se ampliou a lista das violações de direitos humanos cometidas pelos EUA. Definitivamente, os EUA não podem falar com autoridade moral sobre os direitos humanos.
Che Guevara vive!
19 de Dezembro de 2015, 11:53Depois de ter sido, ao lado de Fidel, Camilo e Raul, um dos principais comandantes da Revolução Cubana, de ter assumido o Ministério da Indústria e o Banco Central de Cuba, de ter organizado a guerrilha na África, determinado a impulsionar a Revolução na América Latina e construir um mundo novo, no dia 5 de março de 1967, Che Guevara e o primeiro grupo de 44 guerrilheiros chegaram à Bolívia, numa fazenda cedida por Roberto Peredo, integrante do Partido Comunista Boliviano (apoio pessoal, pois o Partido nunca se comprometeu com a guerrilha).
Falhas cometidas por alguns guerrilheiros e a delação feita por dois desertores deram ao Exército a certeza de que havia um grupo armado na região e sua localização. Preparam o primeiro ataque, que acontece no dia 23 de março, mas a guerrilha já os esperava e, numa emboscada, derrota o Exército sem sofrer baixas. A segunda batalha também é positiva para os rebeldes, tendo ocorrido a 10 de abril.
A seguir, há uma dispersão de forças e tudo transcorre sem maiores novidades até 31 de agosto, quando a traição de Honorato Rojas, camponês que apoiava a guerrilha, proporcionou a emboscada de Vale Del Ieso, quando foi dizimada toda a retaguarda. A essa altura, o exército aprendera com os erros cometidos nas investidas anteriores e com o treinamento de três meses efetuado por enviados do Governo dos EUA: um coronel, quatro capitães e 12 sargentos.
O cerco vai se fechando e, no dia 8 de outubro, Pedro Pena, um camponês interessado em receber a recompensa de US$ 4.200, delata a presença de 17 guerrilheiros (é a vanguarda, comandada por Che). Eles são cercados por 70 homens e há 1.500 nos arredores bem armados e alimentados, enquanto os guerrilheiros estão famintos, maltrapilhos, com fome e sede.
O combate encarniçado começa em torno do meio dia. Às 15h, Che é atingido na perna, sua arma inutilizada; Willy (Simon Cuba) tira-o da linha de fogo. Os dois são detidos: Che, com ferimento leve; Simon Cuba, ileso. Levados para o povoado de La Higuera, são custodiados numa escola, cada um numa sala. No dia seguinte, o presidente da Bolívia, René Barrientos, após consultar seus patrões, o Governo dos Estados Unidos, autoriza a execução sumária de ambos e de qualquer prisioneiro da guerrilha, temendo uma mobilização internacional por sua liberdade e que o julgamento fosse transformado em tribuna, como Fidel o fizera em Cuba. Assim, no dia 9 de outubro, às 12h50, Che e Simon são executados à queima roupa.
No dia 11, desapareceu o cadáver de Che. Até morto, ele representava um perigo para as classes dominantes. Só foi encontrado em 1997, após 19 meses de buscas iniciadas desde que o general Mário Vargas Salinas, um dos que comandaram as tropas contra a guerrilha, revelou que o tinham enterrado em Vallegrande (área da luta). Os restos mortais foram trasladados para Cuba, onde, recebido com honras de herói nacional repousa em Santa Clara.
Brilhando pelo mundo inteiro
Mas, apesar de sua morte, a cada ano que passa, a cada nova geração, aumenta o número dos admiradores e seguidores de Che Guevara em todo o mundo. E não são apenas os comunistas e revolucionários. Os moradores de La Higuera o veneram como San Ernesto. Milhares de jovens nem entendem o seu pensamento e sua luta, mas têm-no como referência por sua dignidade e sua coerência, tão raros em nossos dias em que a degradação moral do capitalismo se espalha por todas as classes sociais. Por que isso? É Jean Paul Sartre, filósofo francês, quem responde: “Foi o ser humano mais completo de nossa era. “O braseiro boliviano de Ñancahuazu foi provisoriamente extinto, mas a sua luz continua a brilhar, a incendiar por toda a parte novos braseiros, a fazer brotar novas centelhas, a guiar os povos como uma tocha na noite. Nada poderá apagar essa luz”.
Ao discursar na Praça da Revolução, em Havana, no dia 18 de outubro de 1967, Fidel Castro assim definiu Ernesto Che Guevara: “Não é fácil conjugar numa pessoa todas as virtudes que se conjugavam nele. Não é fácil que uma pessoa de maneira espontânea seja capaz de desenvolver uma personalidade como a sua. Diria que é desse tipo de homens que é difícil igualar e praticamente impossível superar. Porém diremos também que homens como ele são capazes, com seu exemplo, de ajudar que surjam homens como ele. (…) Muitas coisas ele pensou, desenvolveu e escreveu. E há algo que deve se dizer num dia como hoje: é que os escritos de Che, o pensamento político e revolucionário de Che têm um valor permanente no processo revolucionário cubano e no processo revolucionário da América Latina”.
Hoje, o nome de Che, suas ideias e seu exemplo, tornaram-se verdadeiras bandeiras de luta contra as injustiças, contra a opressão do imperialismo capitalista e pelo socialismo e, a cada dia, o pensamento de Che torna-se mais vivo e mais atual. Che vive!
Fonte Portal A Verdade