Terreiro de candomblé é incendiado no Paranoá
27 de Novembro de 2015, 13:43![]() |
Morador fotografou o incêndio |
Um terreiro de candomblé foi incendiado na madrugada desta sexta-feira (27), no Núcleo Rural Córrego do Tamanduá, no Paranoá (DF).O fogo começou por volta das 5h30 e destruiu o barracão da casa. Cinco pessoas dormiam na casa, mas ninguém ficou ferido. O Corpo de Bombeiros foi acionado, apagou o fogo e está fazendo a perícia do local.
Mãe Baiana – coordenadora de Comunidades de Matriz Africana de Terreiros da Fundação Cultural Palmares – informou que levantou com os estralos e quando saiu o fogo já estava tomando todo o barracão.
“Eu levantei e o fogo já estava muito alto, tomando conta de tudo. Como estou arrumando tudo, lá dentro tinha muita louça, esteiras, as roupas dos santos, mas não tinha velas acesas porque eu coloquei em outro local”, disse ela.
Há suspeita de que o incêndio tenha sido motivado por intolerância religiosa. Segundo Mãe Baiana, nas últimas semanas foi visto um ômega azul rondando a casa, e na noite anterior o mesmo carro passou pelo local.
Este é o mais recente caso de ataque a terreiros na região do Distrito Federal e Entorno. Mais dois templos foram atacados, em setembro, um em Santo Antônio do Descoberto (GO), outro em Águas Lindas de Goiás. Ambos foram incendiados, sendo que o primeiro foi atacado duas vezes.
O presidente da Federação de Umbanda e Candomblé de Brasília e Entorno, Rafael Moreira, lembrou que este é o quinto ataque registrado nos últimos anos, o terceiro com uso de fogo. A federação está trabalhando para descobrir que tipo de ataque ocorreu. Acompanhada da Fundação Palmares, do Fórum de Defesa de Liberdade Religiosa e outras instituições, a federação promoverá campanha para mostrar à sociedade o que está acontecendo.
Da Agência Brasil
Neruda foi morto porque denunciou Pinochet
27 de Novembro de 2015, 13:39![]() |
O escritor Pablo Neruda foi senador pelo Partido Comunista chileno. foto Wikimedia Commons |
Neruda foi morto porque sairia do Chile para denunciar Pinochet, diz ex-assessor do poeta
O nome de Manuel Araya passou a formar parte da biografia de Pablo Neruda a partir de 2011, depois que uma denúncia sua para a revista mexicana Proceso afirmava que o poeta foi assassinado pela ditadura de Pinochet, e não que morreu por consequências de um câncer de próstata, como dizia a versão oficial.
Quatro anos depois, com uma investigação avançada a respeito da causa da morte de Neruda, e devido à recente revelação de um documento do Ministério do Interior chileno, afirmando que é a versão de assassinato é bastante provável, seu nome e sua versão voltam a ganhar as manchetes, principalmente da imprensa internacional – ele se recusa a falar com meios chilenos.
Manuel Araya foi um jovem militante das Juventudes Comunistas, designado pelo partido em 1972 para ser motorista e guarda-costas pessoal de Pablo Neruda, quando este voltou ao Chile para apoiar o governo de Salvador Allende, que já sofria as primeiras pressões pré-golpe de Estado. Em entrevista exclusiva com Opera Mundi, ele conta a sua versão dos acontecimentos entre os dias 17 e 23 de setembro de 1973 – a última semana de vida de Neruda –, critica a Fundação Neruda e o Partido Comunista com relação às suas posturas para com as investigações da Justiça, e afirma que o poeta tinha a determinação de denunciar Pinochet no exterior, e por isso foi assassinado.
Opera Mundi: Neruda chegou à Clínica Santa María dias depois do golpe de Estado contra Allende. Como estava a saúde do poeta nesse momento?
Manuel Araya: Eu sempre gosto de começar esclarecendo esse ponto, para desmentir a raiz do argumento oficial, de que Neruda foi internado quando estava agonizando. Não foi assim, e quem viveu aquela história sabe disso. Neruda tinha um câncer que estava controlado. O promotor [Mario] Carroza conseguiu recuperar todos os exames médicos da época, estão no processo, inclusive um que é crucial, do médico pessoal dele, doutor Roberto Vargas Salazar, que o pesou dois dias antes de ir à clínica, e ele tinha 103 quilos – o laudo oficial sobre a morte do poeta, que defende a tese da morte por câncer, afirma que o poeta pesava pouco mais de 50 quilos quando faleceu, quatro dias depois de dar entrada na clínica. O mesmo doutor Salazar recomendou passar pela clínica, porque Neruda diz a ele que já tem viagem marcada ao México, o doutor atendia na Clínica Santa María e pediu que ele fosse fazer uns exames mais detalhados, para continuar controlando a doença no exílio.
OM: A viagem ao México era uma certeza.
MA: Neruda me pediu para levá-lo à clínica no mesmo dia em que o embaixador mexicano [Gonzalo Corbalá] foi pessoalmente à casa de Isla Negra, e entregou o oferecimento de asilo do presidente Luis Echeverría. Quando o golpe aconteceu, a primeira reação de Neruda foi a de tristeza, havia morrido seu amigo Allende e todo um projeto político que foi a razão pela qual ele voltou ao Chile. Mas, nos dias posteriores, ele recuperou o entusiasmo, e ele tinha uma rede de contatos no país que passavam a ele as informações que a Junta Militar e a imprensa oficial escondiam. Ele sabia dos demais companheiros que estava sendo perseguidos e exterminados.
Então, decidiu que sairia do país para denunciar a ditadura, usando sua influência como figura internacional. Conversou com a Embaixada do México, porque Corbalá era um amigo com o qual ele sabia que poderia contar, e porque queria deixar o país o mais rápido possível. Ele sabia que a ditadura queria matá-lo, porque ele era Neruda, se ele saísse do país e denunciasse tudo o que estava acontecendo no país, isso teria uma repercussão enorme, e ele era plenamente consciente dessa responsabilidade. A Embaixada da Suécia também havia oferecido asilo, mas havia todo um trâmite que poderia durar mais de uma semana até a viagem, e ele queria sair logo. Neruda estava determinado em denunciar Pinochet no mundo inteiro, preparou a viagem com Corbalá, estava tudo pronto. O primeiro erro foi aceitar o conselho do doutor, porque a internação foi o que permitiu que os agentes da ditadura pudessem envenená-lo.
OM: E quais foram os demais erros?
MA: Eu acho que talvez não tenham sido tão erros, no sentido que foram situações em que não tínhamos escolha, mas ter deixado Neruda sozinho na clínica, por exemplo, não foi correto, mas nós não tivemos escolha. Naquele momento éramos só ele, a Matilde [esposa de Neruda] e eu, os demais companheiros do partido que trabalhavam na proteção dele já haviam sido capturados, e alguns já haviam sido assassinados, como o meu irmão. Na manhã do dia em que faleceu [23 de setembro], ele me pediu para levar a Matilde a Isla Negra, para buscar alguns pertences que queria levar ao México, e também os originais da sua biografia [“Confesso que Vivi”], que ele deixaria com Corbalá, para que ficassem resguardados na Embaixada do México. Eu quis ficar, e buscar outra pessoa para levar a Matilde, mas ele disse que não havia problema, ele se sentia seguro na clínica, e disse que o importante era proteger a Matilde na viagem a Isla Negra. Seu maior temor era que pudesse acontecer algo nesse caminho. Depois de trazer tudo o que Neruda pediu, Matilde foi até o hotel Santa Helena, que ficava ali perto, para usar o telefone, e foi quando ele disse que havia entrado alguém que ele achava que era um enfermeiro, que lhe havia dado uma injeção, e disse “venham rápido, porque essa injeção me fez mal, estou me queimando por dentro”. Isso foi mais ou menos às 15h, e nós voltamos o mais rápido possível. Chegamos por volta das 18h em Santiago, e lá na clínica aparece outro médico que nós não conhecíamos, e ele nos diz que Neruda está grave, e me pede para conseguir uma medicação que a clínica não tinha, e que havia que buscar num laboratório no bairro de Recoleta.
A Matilde estava desesperada. Quando entramos no quarto, vimos o abdômen dele com um vermelho forte, sendo que ele estava bem quando partimos, pela manhã. Ela me pediu para ir urgentemente buscar o remédio. Quando sai, poucas quadras depois, sofri uma emboscada e fui levado ao Estádio Nacional. Quando fui preso, entendi tudo, entendi que aquilo era uma operação para matar Neruda.
No dia seguinte, o cardeal Raúl Silva Henríquez, da Paróquia da Solidariedade [órgão da Igreja Católica que ajudava os presos políticos], visitou o estádio e me reconheceu, e tentou me libertar. Ele me trouxe a notícia que eu já sabia, que Neruda havia falecido, e juro que depois o que eu mais queria era morrer. Entre outras coisas, porque havia fracassado na minha missão de protegê-lo. O cardeal só conseguiu a minha liberdade semanas depois, mas eu já estava arrasado, e morto por dentro.
OM: Quem questiona a sua versão usa o argumento de que você só apareceu com essa história agora, e pergunta por que não a contou antes.
MA: Quem questiona a minha versão? O promotor Carroza acredita na minha versão, e não só pelo que eu contei, ele tem os documentos, os exames médicos, o comunicado em que o presidente Echeverría [do México] ordena a Embaixada a entregar o asilo a Neruda e prestar toda a assistência necessária para que ele saísse do país. Existe somente um questionamento à minha versão, que é o da Fundação Neruda.
OM: Mas por que você não contou antes?
MA: Porque não era fácil. Primeiro, porque durante a ditadura foi impossível. Se eu fosse Neruda, e pudesse buscar a imprensa internacional, que era a única que dizia a verdade do que acontecia no Chile, talvez fosse o caso, mas agora, com ele morto, com o Partido Comunista arrasado e clandestino, o que eu podia fazer? Eu não era ninguém, e tinha sorte de estar vivo. Não conseguia trabalho porque meu nome estava marcado, as empresas tinham lista de pessoas consideradas perigosas porque tinham ou tiveram militância. Essa é uma das perseguições que se fala muito pouco, porque a ditadura não matou fisicamente a todos, mas quem não morreu com bala foi desacreditado, foi perseguido moralmente. Eu só consegui um emprego novamente em 1987, passei anos vivendo da ajuda de alguns familiares, e cheguei a viver nas ruas, num período mais difícil. Depois, quando voltou a democracia, eu pensei em contar a história, mas era difícil. A Matilde já havia falecido, e eu não sabia como me apoiar em alguém que pudesse confirmar a minha versão, e nem tinha documentos, só a minha palavra. Somente em 2011, com a ajuda de um jornalista interessado na história, e somente porque ele trabalhava para um jornal mexicano, porque eu não confio na imprensa chilena, começamos a escrever o relato e a buscar as evidências. Conseguimos o suficiente para convencer o promotor Carroza a abrir a causa. Daí por diante, ficou mais fácil investigar, e eu me senti mais seguro em contar tudo o que sabia.
OM: E por que a Fundação questiona a sua versão?
MA: Porque a Fundação tem feito de tudo para obstaculizar as investigações. Porque desde que o promotor Carroza instalou o processo, ela tem sido uma barreira constante. Tentaram impedir todas as exumações aos restos, tentaram entorpecer a investigação, apresentaram supostas testemunhas com histórias completamente falsas, que depois não se sustentaram, mas que atrasaram o avanço dos trabalhos da Justiça. A Fundação Neruda não quer que a verdade seja descoberta, porque eles transformaram o legado de Neruda num negócio, e um negócio muito lucrativo. Visitar uma casa-museu é caríssimo, e comprar souvenirs mais ainda. O faturamento deve ser astronômico, e o mais triste é que Neruda não queria isso. Neruda queria que seu legado fosse entregue aos trabalhadores do Chile – aos sindicatos de trabalhadores mineiros principalmente, porque ele foi senador pelas províncias do norte, ele representou esses trabalhadores no Congresso. Provavelmente, a Fundação Neruda avalia que descobrir a verdade vai afetar o negócio, o que é uma visão muito mesquinha.
OM: E o Partido Comunista, no qual você e Neruda militaram, que tipo de apoio tem dado a você durante a causa?
MA: Nenhum, infelizmente. Temos a ajuda jurídica do advogado Eduardo Contreras, que participa da causa em nome do PC, mas às vezes eu acho que ele atua mais por iniciativa própria do que por uma convicção do partido, porque nunca houve um gesto, um comunicado, um reconhecimento público por parte dos líderes, alguém aparecer e defender oficialmente a verdade, nada. Eles sabem que estamos com a verdade, porque o Contreras sabe, ele conhece os documentos, mas nunca um presidente ou um deputado do PC, nem essa moça mais jovem [Camila Vallejo], tem coragem para vir a público e dizer “Neruda foi assassinado”. Talvez agora, com esse documento do Ministério do Interior, as coisas mudem. Vou continuar frustrado, por não terem acreditado antes, por ter precisado o governo reconhecer primeiro para que o meu partido fizesse um gesto, mas já seria algo.
OM: E o que você espera por parte do governo? Ou da presidente Michelle Bachelet?
MA: Eu não espero nada. Talvez deveria, Neruda foi o maior poeta da América Latina, e era chileno, e foi assassinado pela ditadura que marcou o Chile no mundo. Quando você sai do Chile, percebe que as pessoas se referem ao país por duas associações automáticas, por duas figuras, a de Neruda, pelas quais têm uma boa imagem nossa, e a de Pinochet, pela qual têm uma péssima imagem. E elas estão ligadas, porque um matou o outro. Pinochet mandou matar Neruda, porque ele era um perigo para aquela ditadura recém-iniciada. Talvez o correto fosse esperar que o governo atuasse para estabelecer essa verdade, pela importância que Neruda tem para o país, ou somente porque é importante restabelecer a verdade. Mas não sei, prefiro não esperar nada.
Outro lado
Com relação ao afirmado por Manuel Araya durante a entrevista, a reportagem de Opera Mundi procurou a Fundação Neruda. “As declarações emitidas pelo senhor Manuel Araya são falsas. A Fundação Neruda está interessada em que se conheça a verdade, e por isso vem acompanhando e apoiando a investigação do promotor Mario Carroza em tudo aquilo que foi solicitado até agora. O senhor Manuel Araya ataca constantemente a Fundação há alguns anos, por motivos que desconhecemos”, afirmou o órgão.
A reportagem também procurou o Partido Comunista, e quem respondeu em nome do Partido foi o próprio advogado Eduardo Contreras, que afirmou que sua “participação na causa não se trata de uma iniciativa pessoal, ma sim da participação ativa e entusiasmada do Partido Comunista nos trabalhos que buscam esclarecer a morte de uma figura tão importante como Pablo Neruda para o país e para o partido. Se nenhum dirigente comentou nada, ou se o PC como instituição não declarou nada, talvez seja por prudência, por esperar uma resolução definitiva, mas nunca por omissão. O Partido Comunista acredita na versão do assassinato de Neruda, e está esperando o pronunciamento da Justiça para se pronunciar sobre o tema”.
Fonte Sul 21
Carta aberta à ministra Carmen Lúcia, do STF
27 de Novembro de 2015, 13:30![]() |
Carmem Lúcia, ministra do STF |
Ao falar de esperança, medo, cinismo e escárnio, além de tratar com insolência o papel da Justiça, a ministra do Supremo Tribunal Federal (STF), Carmem Lúcia, extrapolou os limites de suas responsabilidades.
Incomodado com o discurso proferido pela jurista, o bispo Dom Orvandil escreveu uma carta comovente endereçada à ministra.
A fala da ministra foi registrada na ocasião em que a 2ª Turma do STF, composta por cinco ministros, em sessão na manhã desta quarta-feira (25) decidia por mandar prender o senador Delcídio Amaral (PT-MS).
Em um discurso contundente, a ministra Carmen Lúcia comparou a Lava Jato com a Ação Penal 470, chamada pela grande mídia de “mensalão do PT”. E disse: “Na história recente de nossa pátria, houve um momento em que a maioria de nós brasileiros acreditou no mote de que a esperança tinha vencido o medo. Depois, nos deparamos com a Ação Penal 470 (mensalão) e descobrimos que o cinismo venceu a esperança. E agora parece se constatar que o escárnio venceu o cinismo”.
Indignado com as comparações e com a fala infundada da ministra, Dom Orvandil escreve abaixo. Segue a íntegra:
Carta aberta à ministra Carmen Lúcia, do STF
Prezada Ministra Carmem Lúcia,
Nosso país acordou estupefato com a prisão de um senador da República. Por outro lado, alivio-me com a prisão de um banqueiro, um dos mais ricos do Brasil.
Não guardo intimidade com o pensamento do senador Delcídio do Amaral em virtude de suas origens políticas, ligadas à privatizações e ao nefasto neoliberalismo. Porém, sua prisão nos coloca sob espanto pelo colorido de arbitrariedade em face da imunidade parlamentar de que gozam os eleitos pelo povo para ocupar cadeira na mais alta casa legislativa.
Perdoe-me, ministra Carmem, por me dirigir a senhora sem o traquejo jurídico próprio dos advogados, já que não sou um e sem a formalidade de um tribunal, já que não pertenço a nenhum.
Aqui tenho o objetivo de questioná-la pelo que disse na 2ª Turma do STF ao justificar seu voto na decisão do ministro Teori Zavascki ao ordenar a prisão do senador Delcídio do Amaral e do banqueiro André Esteves.
É de se esperar que os homens e as mulheres eleitos e eleitas sejam honestos, honestas, probos e probas nas suas atividades parlamentares, embora alguns afrontem e desrespeitem a sensibilidade social e a cidadania, como é o caso do senador Ronaldo Caiado, que frequentemente usa camiseta amarela com os sinais de 9 dedos, em deboche à deficiência física do ex-presidente Luiz Inácio Luiz da Silva, sem que seja incomodado em momento algum por esse preconceito e crime.
Nesta carta singela desejo lhe dizer que me senti ofendido e desrespeitado como cidadão com seu discurso ao justificar seu voto a favor da prisão de Delcídio do Amaral, nesta manhã.
A senhora disse que antes nos fizeram acreditar que a esperança venceu o medo. É evidente que a senhora se referiu à campanha eleitoral e eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sem citá-lo.
E vencemos mesmo, ministra Carmem. Milhões de brasileiros fomos ameaçados com o estouro do dólar, com a fuga dos empresários que investiriam em outros países, abandonando o Brasil ao desemprego e à pobreza. Uma atriz da TV Globo apareceu em noticiários e na propaganda eleitoral do PSDB fazendo caras teatrais de assustada e dizendo: “ai, estou com medo”. Pois vencemos essa tentativa. Os milhões de votos investidos em Lula transcenderam fronteiras partidárias para afirmar nossa esperança contra as ameaças rasteiras e desonestas. Vencemos o medo, com muita esperança. O Brasil se sentiu recompensado com essa vitória. A senhora sabe!
Como cidadão e como povo me sinto ofendido e agredido em minha esperança e em minha fé com essa sua fala, para mim irônica e sem nenhuma relação com o mensalão da mídia, com muitos casos dúbios e influenciados pela opinião publicada.
A senhora carregou sobre a ironia sem nexo ao afirmar que “agora o escárnio venceu o cinismo”.
Qual a relação do possível crime do senador Delcídio do Amaral, nem investigado totalmente e, muito menos julgado e condenado, com a vitória da esperança em 2002?
A senhora quer nos envolver em todos os possíveis crimes de Delcídio? A senhora falou pensando em investigação e condenação do ex-presidente Lula, o candidato a respeito de quem se usou o slogan “a esperança venceu o medo”? A senhora já sabe, mesmo sem julgamento, que o senador Delcídio do Amaral é criminoso, até mesmo antes da manifestação da casa onde ele é parlamentar?
Na fundamentação de seu voto a favor da prisão do aludido senador a senhora asseverou que “agora o escárnio venceu o cinismo”.
Pergunto se o seu voto não se referia a um senador? Se se referia ao senador Delcídio do Amaral qual a relação da ironia com os votos de milhões de brasileiros que tiveram esperança de mudar aquela realidade triste de desemprego, de miséria e de pobreza em 2002?
A senhora ameaçou quem ao afirmar posteriormente que “criminosos não passarão sobre a justiça”, alertando a todos do mundo da corrupção?
Perdão, ministra, mas a minha ofensa também vem do fato de a senhora misturar ironicamente fatos e valores sem nenhuma relação, sendo que a esperança realmente venceu o medo e sempre vencerá as vilanias da classe dominante, principalmente da rapinagem dos poderosos internacionais, que atuam por meio de jagunços nacionais.
Pior, a sua referência de falso senso de oportunidade choca por estabelecer nexos irreais entre um senador atual, preso acusado de atrapalhar investigações, com toda a força da esperança de um povo.
Choca mais o fato de a senhora não fazer nenhuma menção ao banqueiro André Esteves, dono do Banco BTG Pactual, também preso como suspeito de fazer uma operação polêmica na área internacional da Petrobras, ao comprar poços de petróleo na África, sendo ele um dos homens mais ricos do Brasil, um país pobre e, mesmo assim, de esperanças que vencem os medos.
A senhora não disse nada sobre André Esteves foi pelo fato de ele ser banqueiro e rico? Haveria na senhora algum senso de seletividade, como o há na mídia que reforçou com grande destaque as suas palavras?
Enfim, perdoe-me pela ousadia de exercer o direito de questionar, de me indignar contra as seletividades e contra o deboche em relação ao povo que tem esperança, apesar do medo que diuturnamente lhe impingem.
• Abraços críticos e fraternos na luta pela justiça e pela paz sociais.
• Dom Orvandil, OSF: bispo cabano, farrapo e republicano, presidente da Ibrapaz, bispo da Diocese Brasil Central e professor universitário, trabalhando duro sem explorar ninguém.
Pombos atacam usuários no Restaurante Comunitário do Gama
26 de Novembro de 2015, 15:57Restaurante Comunitário do Gama Foto Joaquim Dantas |
Se você for almoçar no Restaurante Comunitário do Gama, fique preparado para ser atacado pelos pombos
Do Gama
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
Está cada vez mais insuportável almoçar no Restaurante Comunitário do Gama, devido a grande quantidade de pombos que frequentam o local.
Na tarde desta quinta-feira (26) o estudante Paulo Kemi, sentou-se e colocou o seu prato sobre a mesa compartilhada para almoçar, como faz costumeiramente. Ele percebeu que ao seu lado já estava almoçando uma amiga e virou-se para cumprimentá-la, foi aí que ele levou um grande susto: um. das dezenas de pombos que frequentam o restaurante na hora do almoço, pousou em seu prato e passou a comer a sua comida.
Não, você não leu errado, o pombo pousou confortavelmente em seu prato e começou a comer a comida que acabara de pegar, uma bizarrice absurda e intolerável que a sociedade não deve aceitar.
Esta não é a primeira vez que abordamos o tema dos pombos aqui no Blog que, a cada dia, torna-se um problema maior. No dia 05 de maio de 2012 publicamos uma matéria onde fizemos a primeira denúncia. Um ano depois, no dia 2 de maio de 2013, nada havia mudado e voltamos a alertar o governo sobre o grave problema, porque os pombos continuavam a disputar a comida nos pratos com as pessoas.
O governo, ao que parece, não tem o menor interesse em encontrar uma solução para essa gravíssima situação. A impressão que se tem é a de que as autoridades são irão tomar uma atitude quando alguma pessoa for infectada por uma das mais de 6 doenças que os pombos transmitem.
Após espantar a ave o estudante dirigiu-se a um dos funcionários que estava conversando com um dos vigilantes e relatou o que havia ocorrido. Mesmo com o segurança ter se expressado com desdém, o funcionário autorizou ao estudante pegar outra refeição. Visivelmente transtornado, Paulo pegou outra refeição e voltou a sentar-se ao lado da amiga.
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Eles estão por toda parte Foto Joaquim Dantas |
Antes do preço das refeições terem aumentado para o valor de R$ 3,00, o artista plástico gamense Mario Salluz propôs a direção do restaurante mobilizar a comunidade para que fosse cotizado entre os moradores o valor necessário para colocar telas nas janelas, mas não recebeu nenhuma resposta, nem positiva nem negativa.
Segundo a Biblioteca Virtual do Ministério da Saúde, as patologias mais comuns transmitidas pelos pombos às pessoas são:
Salmonelose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pela ingestão de alimentos contaminados com fezes animais;
- criptococose: doença provocada por fungos que vivem no solo, em frutas secas e cereais e nas árvores; e isolado nos excrementos de aves, principalmente pombos;
Histoplasmose: doença provocada por fungos que se proliferam nas fezes de aves e morcegos. A contaminação ao homem ocorre pela inalação dos esporos (células reprodutoras do fungo);
Ornitose: doença infecciosa provocada por bactérias. A contaminação ao homem ocorre pelo contato com aves portadoras da bactéria ou com seus dejetos;
Meningite: inflamação das membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Ministério "Como dificilmente são caçados por outros animais, sua população cresce muito rápido e o aumento de sua quantidade tornou-se um grave problema de saúde, pois, podem causar várias doenças graves que podem levar à morte ou deixar sequelas".
Confira as recomendações do Ministério da Saúde como medidas de controle:
- Retirar ninhos e ovos;
- Umedecer as fezes dos pombos com desinfetante antes de varrê-las;
- Utilizar luvas e máscara ou pano úmido para cobrir o nariz e a boca ao fazer a limpeza do local onde estão as fezes;
- Vedar buracos ou vãos entre paredes, telhados e forros;
- Colocar telas em varandas, janelas e caixas de ar condicionado;
- Não deixar restos de alimentos que possam servir aos pombos, como ração de cães e gatos;
- Utilizar grampos em beirais para evitar que os pombos pousem;
- Acondicionar corretamente o lixo em recipientes fechados;
- Nunca alimentar os pombos.
É muito importante para nossa saúde controlar a população desses animais na comunidade, fazendo com que eles procurem locais mais adequados para viver, com alimentação correta e longe dos perigos das cidades. Um pombo na cidade vive em média 4 anos, enquanto que em seu ambiente natural pode viver até 15 anos.
Continuaremos cobrando do Governo do Distrito Federal que encontre uma solução para este problema, antes que um mal maior aconteça.
Fezes de morcego são encontradas em merenda escolar
26 de Novembro de 2015, 13:16![]() |
Além da infestação de morcegos, alimentos oferecidos a alunos da escola rural estavam impróprios para consumo. Foto: MPF/MS |
MPEduc: Em Anaurilândia (MS), fezes de morcego são encontradas junto à merenda escolar
Infestação em escola rural perdura há 5 anos. Negligência da prefeitura é considerada “inaceitável” pelo Ministério Público.
A Escola Municipal Rural Luciano da Costa Lima, no distrito de Quebrancho, em Anaurilândia/MS, está, há cinco anos, infestada por morcegos. As fezes dos bichos estão em todos os lugares: salas de aula, banheiros e até no armazém da merenda escolar. Por causa da infestação, todos os ambientes da escola têm um cheiro forte. Os riscos para a saúde de alunos/as e professores/as são evidentes, e a situação foi considerada “inaceitável” pelo Ministério Público.
Anaurilândia é a sétima cidade visitada pelo projeto Ministério Público pela Educação (MPEduc) em Mato Grosso do Sul, que tem avaliado a qualidade da educação básica oferecida nas escolas públicas. O retrato do Município foi um dos mais graves encontrados pelo projeto no Estado. Além da infestação de morcegos, na escola rural Luciano da Costa Lima também foram encontrados alimentos impróprios para consumo e carne de péssima qualidade, repleta de sebo.
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Fezes de morcegos encontradas no depósito de alimentos e nas salas de aula. Fotos: MPF/MS |
O descaso com a educação também foi identificado na Escola Estadual Professor Ezequiel Balbino, localizada na área urbana do distrito de Quebrancho. Rachaduras e infiltrações se espalham pelo prédio da escola, especialmente nas salas de aula e banheiros. A unidade ainda enfrenta falta de pessoal: duas merendeiras se revezam em três turnos e a biblioteca não dispõe de responsável.
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Carne oferecida aos alunos: merendeiras precisam retirar grande quantidade de sebo. Foto: MPF/MS |
De acordo com os gestores/as locais, em Audiência Pública realizada no município, faltam repasses de verbas do Ministério da Educação (MEC) e recursos do Fundeb para realização de investimentos nas escolas – os valores hoje estariam todos aplicados no pagamento dos profissionais da educação. Tais pontos serão posteriormente investigados pelo Ministério Público.
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Biblioteca sem organização e rachadura em sala de aula. Fotos: MPF/MS |
Na visão do MP, ”ainda que haja dificuldades orçamentárias, é inadmissível que alunos/as e professores/as sejam obrigados/as a conviver em ambientes inóspitos e inseguros”. A Prefeitura de Anaurilândia deve ser notificada para apresentar soluções às irregularidades encontradas.
MPEduc
O MPEduc é um projeto nacional do Ministério Público Brasileiro. Voltado para a educação básica, o projeto, por meio de série de ações, visa acompanhar a execução de políticas públicas educacionais e a aplicação de verbas nas escolas. O projeto inclui a visitação nas unidades de ensino, realização de audiências públicas, análise dos conselhos de educação, expedição de recomendações e o esclarecimento da população sobre o direito à educação de qualidade .
Assessoria de Comunicação Social
Ministério Público Federal em Mato Grosso do Sul
(67) 3312-7265/ 7283
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