Liderança dos caminhoneiros: "Queremos repetir o que houve no Chile"
9 de Novembro de 2015, 21:32Liderança dos caminhoneiros afirma, em vídeo distribuído no Facebook, que quer repetir no Brasil o que houve no Chile, em 1973, com a queda de Salvador Allende após uma greve que levou o país à ditadura
em fatoonline
Assistiu ao vídeo acima? Pois é, trata-se de Bira Nobre, liderança no Espírito Santo da entidade que está convocando a greve dos caminhoneiros, o Comando Nacional do Transporte.
A coluna já mostrou hoje de manhã vídeo com outra liderança do movimento, Ivar Shmidt, dizendo que o objetivo é a derrubada da presidente Dilma Rousseff.
No vídeo acima, Bira vai além: diz que não se trata mais de diminuir o preço do diesel, nem qualquer reivindicação específica da categoria. O que eles querem, afirma, é repetir aqui o que ocorreu no Chile em 1973.
Você sabe o que ocorreu no Chile? Veja o que diz a Wikipedia sobre a queda do então presidente do Chile, Salvador Allende por um golpe de estado que se tornou um dos episódios mais sangrentos da história da América Lantina:
"Uma greve de proprietários de caminhões, financiada pela CIA, começou na primavera, em 9 de setembro de 1972, e foi declarada pela Confederación Nacional del Transporte, então presidida por León Vilarín, um dos líderes do grupo paramilitar neofascista Patria y Libertad. Essa greve, por prazo indeterminado, impediu o plantio da safra agrícola 1972/73 no Chile."
E o site Ópera Mundi em texto reproduzido pelo Guia do Estudante, da Abril:
"A partir daí, o clima de tensão foi ficando cada vez mais intenso, com o Movimento da Esquerda Revolucionária de um lado e o direitista Patria y Libertad de outro.
No dia 29 de junho de 1973 houve então a primeira tentativa de golpe, por meio de uma aliança entre o Patria y Libertad e os militares chilenos que pretendia tomar o Palácio de La Moneda, numa operação conhecida como El Tanquetazo.
Entretanto, a ação fracassou ao ser descoberta pela inteligência do Exército, então comandado por Prats.
Com isso, o general chegou a pedir a instauração do estado de sítio no país. A solicitação foi acatada por Allende, mas negada pelo Congresso.
Assim, a tomada do poder ficava cada vez mais iminente. O general Prats, que se recusava a participar do golpe militar, renunciou depois de uma manifestação de esposas de oficiais golpistas diante de sua residência.
Foi então que Salvador Allende nomeou um antigo militar que acreditava ser de total confiança: Augusto Pinochet.
Na madrugada de 11 de setembro de 1973, aviões militares sobrevoaram e bombardearam o palácio presidencial. Lá estava Allende, quase só. Não se dispondo a sofrer humilhações, valeu-se da submetralhadora que lhe fora presenteada por Fidel Castro para pôr fim à própria existência. Estava instaurada a sanguinária ditadura pinochetista."
Pois é. Vale sempre lembrar. E o site do jornal espanhol El País publicou, agora em junho, durante a realização da Copa América, no Chie:
"No fundo do Estádio Nacional do Chile, palco da abertura da Copa América nesta quinta-feira, há um setor de arquibancadas de madeira em vez de plástico, cercado de grades em vez de painéis publicitários. Na parte superior lê-se a frase “Um povo sem memória é um país sem futuro”, lema escolhido por um grupo de ex-presos políticos da ditadura militar que transformou esse setor do Coliseu em um museu permanente do horror. Ali 20.000 pessoas viveram um improvisado campo de concentração durante dois meses: entre 12 de setembro de 1973 – um dia depois do golpe de Estado encabeçado por Augusto Pinochet – e meados de novembro."
Na China, médico acalma criança antes de cirurgia no coração
9 de Novembro de 2015, 20:44O médico chinês Shi Zhuo conquistou a admiração dos internautas em uma rede social chinesa após acalmar uma garotinha de 2 anos que passaria por uma cirurgia no coração no Hospital Infantil de Zheijang, em Gangzhou.
Xiner começou a chorar e ficou bastante nervosa na sala de operação. Shi resolveu acalmá-la pegando a pequena no colo e a levando para um canto onde veria um desenho animado com ela no seu celular.
O anestesista do Hospital, Jin Ziying, fotografou o gesto digno de muita admiração. As fotos viralizaram na Weibo – a rede social chinesa onde a atitude de Shi foi super elogiada.
“Na sala de operação, os médicos muitas vezes usam abraços, olhares e palavras para confortar as crianças”, contou Shi ao People’s Daily Online. “Este tipo de situação é bem comum”.
O médico, pai de uma menina de 6 anos, contou ao site que a tática funcionou. Xiner se acalmou após ver o desenho animado no celular e o procedimento foi realizado.
fonte Rede TV
Indígenas repudiarem PEC 215
9 de Novembro de 2015, 17:49Indígenas de todo Brasil dão lição de sabedoria e autonomia ao repudiarem PEC 215
De Norte a Sul do Brasil, são inúmeras as manifestações de repúdio e denúncia dos povos indígenas contra a aprovação do Parecer da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215, aprovada por sua Comissão Especial, na Câmara dos Deputados, no último dia 27 de outubro. Basicamente, esta proposta transfere do poder Executivo para o Legislativo a prerrogativa de demarcar terras indígenas, titular territórios quilombolas e criar unidades de conservação ambiental. Devido à compreensão de que, se ela for aprovada, nunca mais serão criadas estas áreas no país, ela é chamada pelos povos indígenas de PEC da Morte, PEC do Genocídio e PEC da Violência.
A partir da realização de protestos, trancamentos de rodovias e divulgação de cartas públicas, desde a aprovação do Parecer, os povos têm se manifestado não só contra a PEC 215, mas contra todos os projetos de lei que retiram seus direitos constitucionais, como os que estão previstos na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Cientes de seus direitos, mas acima de tudo da inteligência que move a misteriosa vida na Terra, eles nos explicam, didaticamente, como a sociedade não indígena caminha a passos largos para a destruição, não somente de seus povos, mas de toda a vida no planeta.
O povo Kisêdjê, do Mato Grosso, por exemplo, divulgou um documento em que, com toda sua característica humildade, dão uma verdadeira lição de respeito e desapego. “Se a PEC 215 for aprovada, a destruição será muito grande, e ela já está começando. As florestas estão acabando, os rios estão secando, em outros lugares a chuva está inundando as cidades. Em São Paulo as pessoas já estão sofrendo sem água. E elas não estão percebendo o que está causando tudo isso. Os brancos estão provocando os espíritos da natureza, estão destruindo todas as florestas e a natureza. E os espíritos não estão gostando disso, e já começaram a se vingar. Nós indígenas sabemos disso há muito tempo, só agora os cientistas de vocês estão descobrindo essa verdade, chamando de mudança climática. Mas as pessoas que estão ganhando dinheiro com essa destruição não querem dar ouvidos a isso. Até hoje, nós, povos originários desta terra, existimos, mesmo sem dinheiro, ou exploração da natureza. Sabemos conviver com a natureza, sabemos respeitá-la, sabemos qual árvore podemos derrubar, sabemos quando e como podemos mexer na natureza. Temos que respeitar, porque é a natureza que dá vida para a gente, ela que dá água e comida. Não estamos preocupados com dinheiro: dinheiro não é peixe nem caça, dinheiro não é agua, não é lugar bom para viver. Se a natureza se vingar, como o ser humano vai viver, onde seus filhos e netos irão beber água, onde vão plantar sua comida? Vocês, ruralistas, empresários, políticos evangélicos, precisam enxergar isso, precisam entender que este olhar grande só no dinheiro está acabando com nossas vidas. De todos do planeta”.
Sim ao boicote, não ao colonialismo
Já a Juventude do Conselho Terena, reunida na III Assembleia Geral, nos dias 30 e 31 de outubro e 1º de novembro, na aldeia Cachoeirinha, no município de Miranda, em Mato Grosso do Sul, exigiram em carta manuscrita o respeito e cumprimento da Constituição Federal, da Convenção 169 da OIT e de toda a legislação que defende os direitos indígenas. Ele também manifestaram total apoio à campanha de boicote ao agronegócio no Mato Grosso do Sul: “não podemos ser coniventes com essa prática recorrente em nosso estado, apoiada pela maioria dos políticos e ruralistas, e que tem nos custado um alto preço: a perda de nossos territórios tradicionais, a vida de nossas crianças e lideranças indígenas”.
Plenamente atentos à história de seus antepassados, os jovens ainda garantem “repudiamos, ainda, a instauração e desenvolvimento da CPI contra o Cimi, pois esta busca criminalizar nossas lideranças e apoiadores de nossa luta, além de reforçar pensamentos colonialistas de que os povos indígenas são incapazes de protagonizar suas próprias vidas, lutas e desejos. Somos povos que há muito tempo, antes mesmo de existirem as organizações pró-índio, nos organizamos e a palavra que resume nossa, ainda, sobrevivência é RESISTÊNCIA”.
Sem demarcação, violência aumenta
Apenas na região do Médio Rio Solimões, treze povos indígenas - Ticuna, Kambeba, Kokama, Miranha, Kanamari, Mura, Apurinã, Kaixana, Madija Kulina, Mayoruna, Katukina, Deni e Arara -, dos municípios de Tefé, Uarini, Alvarães, Fonte Boa, Maraã, Japurá, Juruá, Jutaí, Carauari e Itamarati, denunciaram em protesto na cidade de Tefé, no dia da aprovação da PEC, a tentativa do governo de desconstruir o direito dos povos indígenas no que diz respeito ao reconhecimento das terras indígenas e repudiaram a aprovação da PEC pela bancada ruralista, assim como o aumento da violência. No documento, os povos afirmam que “é preocupante a omissão e morosidade do Poder Público em quanto à demarcação e fiscalização dos territórios tradicionais dos povos indígenas no Amazonas, ocasionando conflitos fundiários entre estes povos e não indígenas que possuem interesse econômico em seus territórios”.
Em sua manifestação o povo Munduruku afirma: “O governo com seus aliados já mostrou que só pensa na morte, matando os povos tradicionais, anda de mãos dadas com a morte, come junto com a morte. Não queremos quem vive assim perto de nós. A vida de todos os povos tradicionais é a terra porque nós somos ligados à mãe natureza, mãe do rio e dos animais. Assim aprendemos com nossos sábios e mantemos nossa força unida para lutar, sempre informados, alertas, com nossa própria voz e autonomia”.
Os povos indígenas do Vale do Javari, a região com maior concentração de povos isolados do mundo, segundo a Fundação Nacional do Índio (Funai), representados pelos povos Marubo, Mayuruna, Matís, Kanamary e Kulina declararam que: “Entendemos nitidamente que, ao atender os interesses econômicos de pequenos grupos empresariais, com a prática de política clássica acometida ao longo do processo histórico do país de colonizar os mais fracos, o projeto provoca a contradição da opinião pública, incitando o ódio e a guerra, nesse tempo de paz em que vivemos neste país continental chamado Brasil”.
De modo geral, os povos têm consenso na avaliação de que a aprovação da PEC foi uma medida extremamente agressiva contra os povos indígenas de todo o Brasil. “A guerra foi declarada contra os povos tradicionais”, afirmam e garantem que não desistirão de seus direitos.
Fonte da notícia: Assessoria de Comunicação Cimi - Conselho Indigenista Missionário
Mariana contabiliza 25 desaparecidos e 601 desabrigados
9 de Novembro de 2015, 17:25![]() |
Equipe de resgate buscando vítimas na cidade de Mariana, Minas Gerais. 08/11/2015 foto REUTERS/Ricardo Moraes |
A prefeitura de Mariana (MG) contabilizou nesta segunda-feira 25 pessoas desaparecidas com o rompimento de barragens da mineradora Samarco, na semana passada, e contou 601 desabrigados, que estão alojados em hotéis da região histórica de Minas Gerais.
por Stephen Eisenhammer e Marta Nogueira
na Reuters
Autoridades reduziram nesta segunda-feira o número de desaparecidos depois de uma das vítimas ter sido confirmada como morta e duas pessoas terem sido encontradas em um hotel.
Até o momento, duas mortes foram confirmadas pelas autoridades como resultado da tragédia e mais dois corpos foram encontrados no local, mas ainda não foram confirmados pelos bombeiros como de vítimas do incidente.
Entre os desaparecidos estão 12 trabalhadores da mineradora e 13 moradores. Três pessoas feridas no incidente estão internadas no hospital João 23, em Belo Horizonte.
Os mais de 600 desabrigados --anteriormente tinham sido contabilizados pouco mais de 580-- estão hospedados em hotéis da região de Mariana, muitos deles tomando pousadas do centro histórico da cidade.
Quatro dias após uma avalanche de lama inundar um vilarejo próximo à mina de ferro no sudeste de Minas Gerais, autoridades ainda lutam para determinar as causas do incidente e recuperar os corpos de pessoas que podem ter sido levadas pela correnteza.
A enxurrada, carregando água e lama com restos de minerais das minas, inundou áreas a até 100 quilômetros de distância do local dos rompimentos.
Nem as autoridades e nem a operadora da mina, a Samarco --uma joint venture da maior companhia de mineração do mundo, BHP Billiton e a Vale-- determinaram as causas da ruptura até o momento.
DRAMA FAMILIAR
Com duas tatuagens nos braços em homenagem à mãe, o auxiliar de topografia Marcelo José Felício não tem notícias dela dias depois da tragédia que destruiu o distrito de Bento Rodrigues, onde morava.
"Ninguém me fala nada, não sei se ela está viva, nem sei se ela está na lista de desaparecidos, já espalhei fotos dela para ver se alguém encontra", afirmou ele, referindo-se a Maria das Graças Celestina da Silva.
Funcionário da companhia Integral Engenharia há três meses, Felício trabalhava no projeto de ampliação das barragens dez minutos de tudo entrar em colapso.
"Nós estávamos trabalhando em cima de uma bomba relógio, a qualquer hora isso podia acontecer, eu trabalhava lá com esse medo... minha esposa dizia para eu nem ficar lá, mas na crise que estamos hoje, nessa crise que o Brasil passa, eu desempregado, casado, minha casa em construção, vou viver de quê?", questionou ele, que está hospedado em um hotel no centro histórico de Mariana.
Segundo o trabalhador, a empresa dizia que a barragem não representava risco.
"Minha mãe tomava banho às quatro horas (horário aproximado do incidente), ela é muito idosa, não ia conseguir se salvar", comentou.
A casa que Felício estava construindo, para mudar-se com a esposa e tirar sua mãe de um quartinho onde morava sozinha, estava quase pronta.
"Eu morava com minha sogra, ia levar minha mãe para morar na minha casa nova, ela tinha medo de chuva, queria que ela ficasse em um quarto do lado do meu", afirmou.
Congresso vai debater violência sexual contra mulheres nas universidades
9 de Novembro de 2015, 17:09![]() |
Glenda Otero/sxc |
Comissão mista vai debater violência sexual contra mulheres nas universidades
A violência sexual contra mulheres nas universidades brasileiras será tema de audiência pública da Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher, a se realizar na próxima terça-feira (10), às 14h30. A iniciativa é da relatora da comissão, a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), que se ampara em dados da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres segundo os quais uma mulher é vítima de estupro a cada 12 segundos no país.
"Essa situação violenta os direitos humanos das mulheres, e gostaríamos de elaborar propostas e estratégias no sentido de enfrentarmos essa grave problemática”, argumenta Luizianne em seu requerimento.
O tema deverá ser discutido por 12 convidados. Entre eles, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante; a ministra das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Nilma Lino; os reitores das Universidades de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB), Marco Antonio Zago e Ivan Marques de Toledo Camargo, respectivamente; a presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral; e o procurador dos Direitos do Cidadão do Ministério Público Federal, Aurélio Virgílio Veiga Rios.
Requerimentos
Antes do debate sobre violência sexual nas universidades, a comissão deverá votar três requerimentos, dois deles de autoria da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A parlamentar quer discutir a situação de mulheres mutiladas por seus companheiros, por retaliação à decisão delas de abandoná-los, e também das brasileiras presas (em quase 70% dos casos, por envolvimento com o tráfico de drogas).
O outro requerimento é de autoria da deputada federal Keiko Ota (PSB-SP) e solicita providências da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo contra atos de violência registrados em bailes funk na periferia de São Paulo.
“Por mais de dois meses, o Jornal da Globo percorreu bailes funk de São Paulo, mais conhecidos como ‘pancadões’. A equipe de reportagem encontrou adolescente usando drogas, bebendo e fazendo sexo e sendo violentadas no meio da rua em imagens que se multiplicam nas redes sociais”, afirmou Keiko Ota, vice-presidente da comissão.
da Agência Senado