Carta à Dilma
29 de Julho de 2015, 15:53Foto reprodução do Facebook |
Jovem escreve carta à presidenta Dilma em seu perfil no Facebook
De Brasília
Joaquim Dantas
Para o Blog do Arretadinho
A Jovem moradora do Rio de Janeiro, Julia Dworkin, escreveu uma carta endereçada à presidenta Dilma onde, entre outras coisas, fala de sua indignação aos xingamentos e ataques pessoais à presidenta. Julia critica também àqueles que não respeitam o cargo institucional dela, que foi eleita pela maioria da população do Brasil. A jovem diz ainda que não é petista e que diverge em muitos pontos da política do governo.
Confira:
Dilma.
Eu vou falar diretamente com você. Sei que você não vai ler isso aqui, mas eu gostaria de ter uma conversa com você, de mulher pra mulher.
Eu não sou petista. Atualmente, me encontro recém incluída no debate político, mas eu já sei que discordo demais de muitas políticas do PT. Me considero de esquerda e minha oposição em nada se parece com a oposição exercida pela direita conservadora e hipócrita do Brasil. Essa oposição que não gosta de ver pobre comprando carro e empregada doméstica com direitos. Minha oposição se deve à outras coisas, mas não vim falar delas. Só iniciei essa introdução porque essa não será uma conversa sobre política. Será uma conversa sobre você.
Eu lembro quando você se elegeu em 2010. Na época, eu não entendia absolutamente nada de política e nem sequer votei em você. Mas eu lembro do que eu senti quando te vi com a faixa presidencial pela primeira vez. Eu lembro que mesmo eu não sabendo exatamente o que aquilo significava, eu fiquei feliz. Eu fiquei confusa, estranhei bastante, mas ver alguém que poderia ser minha mãe representando o Brasil, fez com que eu me sentisse mais próxima à tudo.
Você começou a fazer parte da minha vida. O fato de você ser mulher fez isso: eu me sinto próxima de você. Quando falo de política e de você, me sinto falando de alguém que eu conheço e convivo. E isso não se deve ao PT e eu não me sentia assim com o Lula ou com nenhum outro político. É estranho, né? Eu não sei explicar. Mas pela primeira vez, eu me interessava quando a figura de representatividade máxima falava na televisão. Eu gosto de te ver. Adoro ver você falar na televisão. Nas últimas eleições, eu adorava ver televisão e ouvir sua voz.
Essa semana te vi na televisão. Você estava abatida e com um semblante triste. Pudera.
Eu nunca vi um presidente do Brasil passar pelo que você passou. Eu sequer imagino o que você está sentindo depois de tantas adversidades, humilhações, escárnios e críticas oportunistas. Nem mesmo o FHC, e eu lembro vagamente de que ele era odiado por todo mundo na época.
Mas eu não vi o tipo de coisa que vejo as pessoas fazendo com você. Eu não vi adesivos desrespeitosos, vaias, charges absolutamente machistas e que ignoram totalmente sua posição nesse país. E eu me pergunto que você deve estar passando. Você é uma mulher que representa um país machista e que está em crise. Eu tenho plena consciência que você sabia o que tava por vir, mas isso não quer dizer que você tenha que aguentar sozinha. Até porque você não está sozinha e suas companheiras estão além da política. Como eu.
Vim aqui te dizer Dilma, que apesar das divergências políticas que tenho com o governo, eu te admiro profundamente. Admiro sua história e sua postura. Admiro sua coragem. E ouvir você falar me emociona, todas as vezes. Quero te dizer que eu sofro e choro com você todas as vezes que te atacam de forma pessoal, cruel e criminosa. Dói em mim. Toda vez que me deparo com esses ataques, sempre penso em como você está se sentindo ao ver aquilo. E penso em todas as vezes que isso já aconteceu comigo e com as mulheres que eu gosto, não em nível nacional, mas ainda assim. Quando vejo os olhares que te lançam e a forma que falam de você, lembro-me de quantas vezes enquanto eu falava, homens me olhavam com aquele mesmo olhar de desprezo. E quantas vezes falaram de mim de forma desrespeitosa e cruel. Lembro da insegurança que sinto quando vou falar em público, lembro de como eu me sinto ao falar em espaços que eu sei que todos acreditam não ser meu. Eu me lembro o quanto é dolorido e difícil. E seu rosto abatido não mente.
Seu rosto abatido da última semana me representa. Representa todas as mulheres atacadas, agredidas, silenciadas e humilhadas nesse país.
Seu rosto da última semana me lembra o quanto mulheres pagam mais caro.
Eu me preocupo com você, irmã. Minha admiração por você está para além do governo ou do momento que estamos vivendo.
Porque apesar de QUALQUER COISA, foi você que ao colocar aquela faixa de presidenta do Brasil disse pra mim que eu PODERIA CHEGAR LÁ. Você disse pra todas as mulheres que aquilo era possível. Que nós existimos. E toda a sua coragem diante dos ataques machistas e desumanos nos diz: Não só existimos. Como RESISTIMOS e SOBREVIVEMOS. Você é parte da nossa história.
E isso nunca NINGUÉM vai te tirar. E eles nunca entenderão o que isso representa pra mim e pra muitas outras mulheres desse país. E nós jamais esqueceremos de você. E também não esqueceremos do que fizeram contigo, do desrespeito e da falta de humanidade. Não vamos esquecer do último dia da mulher, quando um jornal colocou a representante máxima desse país de joelhos em uma charge. Não vamos esquecer isso, pois foi um recado para todas nós.
Você não tá sozinha Presidenta e eu vim te dizer que você deve sempre lembrar quem você é. Nunca abaixe a cabeça. Não deixe que esses dias muito duros te façam esquecer que você é uma sobrevivente, uma mulher, mãe, avó, filha e a primeira mulher que disse pra nós: "um dia pode ser você".
Obrigada.
Dilma defende diálogo e consenso para transformar
29 de Julho de 2015, 10:06Presidenta participou nesta terça-feira (28) do lançamento da plataforma Dialoga Brasil, em cerimônia realizada com várias entidades sociais
A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta terça-feira (28), durante solenidade de lançamento do Dialoga Brasil, que a nova plataforma digital abre uma nova etapa na relação entre governo federal e sociedade.
“A primeira foi pré internet. A segunda etapa é usar a internet a favor do debate. Quando a gente cria um consenso, quando é capaz de estruturar uma opinião em comum, nós temos um poder transformador imenso. O governo precisa que vocês participem, com comentários, observações, críticas, sugestões e propostas. O debate tem melhor qualidade quando parte do conhecimento comum, compartilhado entre todos.”
Dilma disse que “é muito difícil governar um país das dimensões do Brasil sem ouvir as pessoas,” e lembrou que os principais programas do Governo Federal nasceram da participação popular, do diálogo, das observações e críticas da sociedade. E citou o exemplo do Mais Médicos, que hoje leva atenção básica de saúde a milhões de brasileiros, do interior mais profundo às periferias dos grandes centros.
“O Mais Médicos não saiu da cabeça mágica de alguém. Escutamos muitas pessoas falando sobre abrir a oportunidade para trazer médicos estrangeiros e juntar com os médicos brasileiros, para começar esse imenso esforço de garantir atenção básica de saúde para todos”.
Segundo a presidenta, o Dialoga Brasil permite não apenas o aperfeiçoamento das iniciativas já existentes, mas também o surgimento de ideias inovadoras.
“Nós queremos melhorar, e só dá para melhorar tendo essa parceria, que é a parceria do Governo Federal com a sociedade. Queremos ouvir o que dá para melhorar naquilo que nós já estamos fazendo, o que devemos introduzir no que estamos em vias de fazer, e o que é possível fazer mas nós ainda não vimos.”
Dilma disse que o Dialoga Brasil é uma das maiores oportunidades de ouvir o povo brasileiro e ressaltou a importância de ouvir as críticas, para a construção de programas cada vez melhores.
“Tem que escutar o que o usuário está falando de mal, mesmo sabendo que foi um baita esforço para se chegar até ali. Eu entendo quando as pessoas ficam um pouco resistentes às criticas, mas é preciso perceber que a crítica não é contra o que já foi feito, ela é para ir além do que já foi feito”, completou.
Fonte: Portal Brasil
Governo lança Pronatec Aprendiz
29 de Julho de 2015, 9:52Governo lança Pronatec Aprendiz na Micro e Pequena EmpresaSolenidade no Palácio do Planalto teve presenças de ministros e da presidenta Dilma Rousseff
A presidenta Dilma Rousseff defendeu, nesta terça-feira (22), em solenidade no Palácio do Planalto, política de inclusão social para jovens em situação vulnerável. A solenidade marcou o lançamento do Pronatec Aprendiz na Micro e Pequena Empresa. "Temos que combater o uso de jovens pelo crime organizado".
Baseado no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), este modelo do programa é voltado pra adolescentes iniciarem atividades em pequenas empresas. O objetivo é ampliar oportunidades para jovens e, com isso, afastá-los do envolvimento com a criminalidade.
"Um país avança quando seus jovens são atendidos", afirmou Dilma. Ela lembrou, também em discurso, sobre importância de política sociais implementadas nos últimos anos no Brasil como o Bolsa Família (transferência de renda) e o Minha Casa Minha Vida (Habitação).
"Uma coisa que tem caracterizado meu governo é a política de inclusão social", destacou a presidenta, explicando que será utilizada a metodologia adotada dentro do Programa Brasil sem Miséria.
Na primeira etapa do programa, estão disponíveis 15 mil vagas de 81 cidades. Conforme explicou a presidenta, o foco do programa é justamente abranger áreas de maior vulnerabilidade social (abrigos, resgatados de trabalho infantil, adolescentes egressos do cumprimento de medidas socioeducativas e pessoas com deficiência).
Para saber a lista de cidades participantes, acesse aqui.
A escolha pela classificação de vulnerabilidade apontada pelo Mapa da Violência indica que grande parte dos municípios participantes do programa na primeira etapa fica na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Pernambuco.
Fonte: Portal Brasil.
Violência policial em Curitiba
29 de Julho de 2015, 9:43Vídeo: morador de rua é humilhado em abordagem da PM em CuritibaFlagra: policiais usam de força desproporcional durante abordagem a morador de rua em Curitiba.
Ao perceber que está sendo filmado, um dos PMs ainda tenta intimidar o autor do vídeo.
Por fim, apenas moedas são encontradas com o homem humilhado e o policial tenta se justificar: “estamos fazendo isso para garantir a segurança do cidadão”
Um vídeo divulgado pela rede colaborativa Jornalistas Livres no último domingo (26) mostra um morador de rua recebendo uma abordagem policial truculenta na praça Santos Andrade, centro de Curitiba (PR).
Segundo a publicação, a gravação foi realizada por um grupo de amigos que passava pelo local no momento da ação da PM. Um carro da polícia militar parou na praça e mandou um morador de rua, carregando um saco cheio de latinhas, parar e colocar as mãos na cabeça.
O homem foi derrubado e teve o rosto encostado no chão. Ele só foi liberado depois que a dupla, em busca de drogas, não encontrou nada além de latas de alumínio e uma pequena bolsa que continha moedas.
Ao perceber que está sendo filmado, um policial tenta intimidar o autor da gravação. “Ei ei ei, p… estou fazendo o meu trabalho, pô!”, disse o policial. Em seguida, para justificar a violência contra o morador de rua, o policial diz que o homem havia ‘reagido’.
Por fim, o mesmo PM afirma, olhando para a câmera: “Nós estamos fazendo isso para garantir a segurança do cidadão aqui em Curitiba”.
Vídeo:
Polícia covarde de Beto Richa ataca morador de rua!Notícias sobre presos que aplicam golpes, praticam roubos e informa...
Posted by Jornalistas Livres on Segunda, 27 de julho de 2015
Presidente da Eletronuclear recebeu propina
28 de Julho de 2015, 11:55Presidente licenciado da Eletronuclear recebeu R$ 4,5 milhões de propina, diz PF
Alvo da 16ª fase da Operação Lava Jato, o diretor-presidente licenciado da Eletronuclear e vice-almirante da Marinha Othon Luiz Pinheiro da Silva, preso hoje (28) pela Polícia Federal (PF), recebeu cerca de R$ 4,5 milhões de propina do consórcio vencedor da licitação para a montagem da usina nuclear Angra 3, segundo o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Federal.
De acordo com a força-tarefa da Lava Jato, o consórcio formado pela empresas Camargo Corrêa, UTC, Andrade Gutierrez, Odebrecht, EBE e Queiroz Galvão repassava recursos para empresas intermediárias, que repassavam a propina para Othon Luiz Pinheiro da Silva.
Segundo o procurador Athayde Ribeiro Costa, que integra a força-tarefa, o repasse de recurso ao então diretor-presidente da Eletronuclear ocorreu até dezembro do ano passado, nove meses depois de deflagrada a Lava Jato e após a prisão de vários empreiteiros.
“Há indícios de pagamento de propina por parte da Andrade Gutierrez em contratos desde 2009 para uma empresa de propriedade de Othon Luiz. Os elementos indicam que Othon Luiz recebeu R$ 4,5 milhões”, disse. “A corrupção no Brasil é endêmica e está espalhada por vários órgãos, em metástase”, acrescentou o procurador, comparando a corrupção ao momento em que o câncer se espalha por vários órgãos do corpo.
A 16ª fase da Lava Jato, batizada de Radioatividade, foi desencadeada a partir do depoimento do executivo da Camargo Corrêa Dalton Avancini, que assinou acordo de delação premiada com a Justiça Federal. Na delação, ele revelou a existência de um cartel nas contratações de obras da Angra 3 e chegou a citar Othon Luiz Silva como beneficiário de propinas. Na ocasião, Silva negou ter participado ou conhecimento de qualquer irregularidade. Em nota à época, ele afirmou que jamais recebeu propina e que vive de sua aposentadoria da Marinha e de seus vencimentos como presidente da Eletronuclear.
“A palavra do colaborador não leva a prisão, mesmo que temporária. Fizemos o nosso trabalho e levantamos as confirmações”, explicou o procurador.
Os presos serão levados hoje para Curitiba, onde se concentram os processos da Lava Jato. De acordo com a PF, a previsão é que cheguem à capital paranaense por volta das 20h e já prestem depoimento nesta quarta-feira (29).