Gehe zum Inhalt

redecastorphoto

Zurück zu Blog
Full screen Einen Artikel vorschlagen

O Pibinho Foi Fruto de Erros de Metodologia

December 5, 2012 22:00 , von Unbekannt - 0no comments yet | No one following this article yet.
Viewed 58 times

 

 

Coluna Econômica - 06/12/2012


 

Os investimentos ainda não deslancharam e a redução das importações (fruto da demanda fraca) pode ter melhorado o PIB. Mas a divulgação dos dados do terceiro trimestre do ano acabou pegando todos os economistas de calças curtas.


Em artigo no jornal "Valor Econômico", o economista Chico Lopes (ex-presidente do Banco Central) levantou uma hipótese a ser considerada: o crescimento de 0,6% no último quadrimestre, contra previsão geral de 1% de todo o mercado e do governo, foi fruto de um erro de metodologia de IBGE, ao não entender adequadamente os efeitos da redução do spread bancário no cálculo do índice.

O PIB é uma medida de valor agregado. Isto é, mede de quanto foi o aumento da riqueza em cada setor em determinado período.


No Brasil, os serviços representam 60% do PIB; e os serviços de intermediação financeira 10% dos serviços, ou 6% do PIB. No período, houve um aumento de 17,56% nos empréstimos bancários.


***


O IBGE mede o PIB as preços correntes (sem descontar a inflação), depois, em termos reais (descontada a inflação). Para calcular os dados reais, utiliza um índice de preços calculado em cima das contas nacionais, denominado de deflator implícito do PIB.


Nos últimos quatro trimestres - explica Lopes - a preços correntes o PIB aumentou 4,93%; o PIB dos serviços aumentou 7,1%. O deflator implícito do PIB total foi de 4,03%; o dos serviços foi maior, de 1,36%. Descontada a inflação, portanto, o PIB total aumentou 0,87% e o de serviços 1,36%. Até aí, tudo certo.


***


As dúvidas do economista surgiram na hora de analisar a contribuição do setor financeiro ao PIB. Nesse período, houve uma notável redução da taxa Selic, derrubando os spreads bancários. E houve um aumento substancial dos empréstimos bancários em 17,56% a preços correntes. Mas houve uma redução na renda bancária devido à redução do spread.


Na hora de medir os dados, o IBGE constatou que o setor financeiro respondeu por -1,02 no cálculo do PIB real, e -4,95% no cálculo a preços correntes.


Indaga Chico Lopes: "Como é possível que a redução das taxas de juros na economia tenha produzido uma redução do volume de serviços financeiros à disposição da população? Como é possível explicar que a queda da Selic tenha tornado o país mais pobre?".


***

Tudo decorre da dificuldade em deflacionar os serviços financeiros, especialmente em períodos de mudança nas taxas de juros e nos spreads bancários.


O IBGE utiliza uma metodologia sugerida em 1993 pelo Sistema de Contas Nacionais da ONU.


A renda do setor financeiro é constituída de tarifas (pela prestação de serviços) e do spread (a diferença entre o custo do empréstimo menos o da captação nas operações de crédito). Para esse segundo caso, a metodologia empregada simplesmente multiplica o spread pelo volume total de crédito. Esse conceito é denominado de FISIM, isto é, "financial intermediation services indirectly measured".


O problema surge quando se aplica automaticamente o critério em períodos em que há a confluência de três fatores: uma grande remonetização (isto é, aumento da emissão de moeda), expansão do crédito como percentual do PIB e queda importante nas taxas de juros e nos spreads bancários. Esses fatores acabam provocando enorme volatilidade e distorcendo o cálculo do SIFIM.


As distorções do deflator - 1


No Reino Unido, explica Lopes, foram adotadas metodologias justamente para evitar distorções no cálculo do SIFIM, que costuma ser influenciado por alterações dos spreads de juros.  Nas notas metodológicas, o IBGE informa que calculou o PIB do setor financeiro a preços constantes, descontando do aumento dos empréstimos o chamado deflator do PIB. É aí que vem a contestação de Chico Lopes.

 

As distorções do deflator - 2


Nos últimos quatro trimestres, o valor total dos empréstimos do setor financeiro aumentou 17,57%. O deflator implícito do PIB foi de 4,03%. Descontando a inflação dos preços correntes, a variação real do SIFIM deveria ser de 13,02%. Mas, nas contas do IBGE foi de -1,02%. Para chegar a uma variação real de menos -4.95%, o IBGE teria utilizado um deflator de -15.90% e não o deflator implícito do PIB.


As distorções do deflator - 3


Se o IBGE medisse a variação do PIB do setor financeiro pela sua "produção", descontado o deflator implícito do PIB, haveria um crescimento real de 13,02% do PIB financeiro, em lugar de - 1,02%. O PIB do último quadrimestre teria subido 1,19% ao invés de 0,6%. Segundo Lopes, esse ajuste fortalece a convicção de que a economia está se recuperando, afastando a paranoia com o "pibinho".


As distorções do deflator - 4


No dia seguinte ao artigo de Chico Lopes, o jornal repercutiu a fala junto a dois economistas, Armando Castellar e Claudio Considera. Ambos não conseguiram avançar em análises mais aprofundadas sobre os estudos de Lopes.  O IBGE respondeu que manteve a mesma metodologia - justamente a base da crítica de Chico Lopes. E o Ministro Guido Mantega limitou-se a reclamar dos dados sobre gastos com saúde e educação.

 

Confiança da Construção mantém retomada


O Índice de Confiança da Construção (ICST) manteve em novembro a tendência de recuperação iniciada em agosto passado. Segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV), o Indicador Trimestral apresentou a menor variação negativa da série de comparações interanuais, uma queda de 3,1%. Em outubro, a variação trimestral interanual havia ficado em -5,1%. A pesquisa também aponta crescimento na percepção em relação ao momento atual quanto nas expectativas para os meses seguintes.

 

Redução no preço da luz chega a 16,7%


O valor da conta de luz dos brasileiros pode ficar até 16,7% menor a partir de 2013, segundo o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), Márcio Zimmermann. O valor ficou abaixo dos 20,2% anunciados pela presidenta Dilma Rousseff, devido a assinaturas antecipadas de contratos de concessão. O percentual menor é atribuído à recusa das companhias Energética de São Paulo (Cesp), Energética de Minas Gerais (Cemig) e Paranaense de Energia (Copel) em aderir à proposta do governo.

 

 

Blog: www.luisnassif.com.br

E-mail: luisnassif@advivo.com.br 

"Todos os direitos reservados, sendo proibida a reprodução total ou parcial por meio impresso"


Visite o BLOG e confira outras crônicas


Quelle: Castor Filho

0no comments yet

    Einen Kommentar schreiben

    The highlighted fields are mandatory.

    Wenn Sie ein registrierter Nutzer sind, dann können Sie sich anmelden und automatisch unter Ihrem Namen arbeiten.

    Abbrechen