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April 3, 2011 21:00 , par Inconnu - | No one following this article yet.

Para refletir e debater (14): Está tudo tão estranho, e não é à toa

June 21, 2013 8:07, par Bertoni - 0Pas de commentaire

Artigo sugerido por Fábio Godoy, Luiz Rodrigues e Nelba Nycz

Por 

Um relato do quebra-cabeças que fui montando nos últimos dias. Aviso que o post é longo, mas prometo fazer valer cada palavra.

[*nota da autora, adicionada após muitos comentários e compartilhamentos desviando um pouco o sentido do texto: este é um texto de esquerda]

Começo explicando que não ia postar este texto na internet. Com medo. Pode parecer bobagem, mas um pressentimento me dizia que o papel impresso seria melhor. O papel impresso garantiria maiores chances de as pessoas lerem tudo, menores chances e copiarem trechos isolados destruindo todo o raciocínio necessário.

Enquanto forma de comunicação, o texto exige uma linearidade que é difícil. Difícil transformar os fatos, as coisas que vi e vivi nos últimos dias em texto. Estou falando aqui das ruas de São Paulo e da diferença entre o que vejo acontecer e o que está sendo propagandeado nos meios de comunicação e até mesmo em alguns blogs.

Talvez essa dimensão da coisa me seja possível porque conheço realmente muita gente, de vários círculos; talvez porque sempre tenha sido ligada à militância política, desde adolescente; talvez porque tenha tido a oportunidade de ir às ruas; talvez porque pude estar conectada na maior parte do tempo. Não sei. Mas gostaria de compartilhar com vocês.

E gostaria que, ao fim, me dissessem se estou louca. Eu espero verdadeiramente que sim, pois a minha impressão é a de que tudo é muito mais grave do que está parecendo.


Tentei escrever este texto mais ou menos em ordem cronológica. Se não foi uma boa estratégia, por favor me avisem e eu busco uma maneira melhor de contar. Peço paciência. O texto é longo.


1. Contexto é bom e mantém a pauta no lugar

Hoje é dia 18 de junho de 2013. Há uma semana, no dia 10, cerca de 5 mil pessoas foram violentamente reprimidas pela Policia Militar paulista na Avenida Paulista, símbolo da cidade de São Paulo. Com a transmissão dos horrores provocados pela PM pela internet, muitas pessoas se mobilizaram para participar do ato seguinte, que seria realizado no dia 13. A pauta era a revogação no aumento das tarifas de ônibus, que já são caras e já excluem diversos cidadãos de seu direito de ir e vir, frequentando a própria cidade onde moram.

No dia 13, então, aconteceu a primeira coisa estranha, que acendeu uma luzinha amarela (quase vermelha de tão laranja) na minha cabeça: os editoriais da folha e do estadão aprovavam o que a PM tinha feito no dia 10 de junho e, mais do que isso, incentivavam ações violentas da pm “em nome do trânsito” [aliás, alguém me faz um documentário sensacional com esse título, faz favor? ]. Guardem essa informação.

Logo após esses editoriais, no fim do dia, a PM reprimiu cerca de 20mil pessoas. Acompanhei tudo de casa, em outra cidade. Na primeira hora de concentração para a manifestação foram presas 70 pessoas, por sua intenção de participar do protesto. Essa intenção era identificada pela PM com o agora famoso “porte de vinagre” (já que vinagre atenua efeitos do gás lacrimogêneo). Muitas pessoas saíram feridas nesse dia e, com os horrores novamente transmitidos - mas dessa vez também pelos grandes meios de comunicação, inclusive esses dos editoriais da manhã, que tiveram suas equipes de reportagem gravemente feridas -, muita gente se mobilizou para o próximo ato.

2. Desonestidade pouca é bobagem

No próprio dia 13, à noite, aconteceu a segunda “coisa estranha”. Logo no final da pancadaria na região da Paulista, sabíamos que o próximo ato seria na segunda-feira, dia 17 de junho. Me incluíram num evento no Facebook, com exatamente o mesmo nome dos eventos do MPL, as mesmas imagens, bandeiras, etc. Só que marcado para sexta-feira, o dia seguinte. Eu dei “ok”, entrei no evento, e comecei a reparar em posts muito, mas muito esquisitos. Bandeiras que não eram as do MPL (que conheço desde adolescente), discursos muito voltados à direita, entre outros. O que estava ali não era o projeto de cidade e de país que eu defendo, ou que o MPL defende.

Dei uma olhada melhor: eram três pessoas que haviam criado o evento. Fucei o pouco que fica público no perfil de cada um. Não encontrei nenhuma postagem sobre nenhuma causa política. Apenas postagens sobre outros assuntos. Lá no fim de um dos perfis, porém, encontrei uma postagem com um grupo de pessoas em alguma das tais marchas contra a corrupção. Alguma coisa com a palavra “Juventude”, não me lembro bem. Ficou claro que não tinha nada a ver com o MPL e, pior que isso, estavam tentando se passar pelo MPL.

Alguém me deu um toque e observei que a descrição dizia o trajeto da manifestação (coisa que o MPL nunca fez, até hoje, sabiamente). Além disso, na descrição havia propostas como “ir ao prédio da rede globo” e “cantar o hino nacional”, “todos vestidos de branco”. O alerta vermelho novamente acendeu na minha cabeça. Hino nacional é coisa de integralista, de fascista. Vestir branco é coisa de movimentos em geral muito ou totalmente despolitizados. Basta um mínimo de perspectiva histórica pra sacar. Pois bem.

Ajudei a alertar sobre a desonestidade de quem quer que estivesse organizando aquilo e meu alerta chegou a uma das pessoas que, parece, estavam envolvidas nessa organização (ou conhecia quem estava). O discurso dela, que conhece alguém que eu conheço, era totalmente despolitizado. Ela falava em “paz”, “corrupção” e outras palavras de ordem vazias que não representam reivindicação concreta alguma, e muito menos um projeto de qualquer tipo para a sociedade, a cidade de São Paulo, etc. Mais um pouco de perspectiva histórica e a gente entende no que é que palavras de ordem e reivindicações vazias aleatórias acabam. Depois de fazer essa breve mobilização na internet com várias outras pessoas, acabaram mudando o nome e a foto do evento, no próprio dia 13 de noitão. No dia seguinte transferiram o evento para a segunda-feira, “para unir as forças”, diziam.

3. E o juiz apita! Começa a partida!

Seguiu-se um final de semana extremamente violento em diversos lugares do país. Era o início da Copa das Confederações e muitos manifestantes foram protestar pelo direito de protestarem. O que houve em sp mostrou que esse direito estava ameaçado. Além disso, com a tal “lei da copa”, uma legislação provisória que vale durante os eventos da FIFA, em algumas áreas publicas se tornam proibidas quaisquer tipos de manifestações políticas. Quer dizer, mais uma ameaça a esse direito tão fundamental numa [suposta] democracia.

No final de semana as manifestações não foram tão grandes, mas significativas em ao menos três cidades: Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro. No DF e no RJ as polícias militares seguiram a receita paulista e foram extremamente violentas. A polícia mineira, porém, parecia um exemplo de atuação cidadã, que repassamos, compartilhamos e apoiamos em redes sociais do lado de cá do sudeste.

Não me lembro bem, mas acho que foi no intervalo entre uma coisa e outra que percebi a terceira “coisa estranha”. Um pouco depois do massacre na região da Paulista, e um pouco antes do final de semana de horrores, mais um sinal: ficamos sabendo que uma conhecida distante, depois do dia 13, pegou um ônibus para ir ao Rio de Janeiro. Essa pessoa contou que a PM paulista parou o ônibus na estrada, antes de sair do Estado de São Paulo. Mandaram os passageiros descerem e policiais entraram no veículo. Quando os passageiros subiram novamente, todas as coisas, bolsas, malas e mochilas estavam reviradas. A policial perguntou a essa pessoa se ela tinha participado de algum dos protestos. Pediu pra ver o celular e checou se havia vídeos, fotografias, etc.

Não à toa e no mesmo “clima”, conto pra vocês a quarta “coisa estranha”: descobrimos que, após o ato em BH, um rapaz identificado como uma das lideranças políticas de lá foi preso, em sua casa. Parece que a nossa polícia exemplar não era tão exemplar assim, mas agora ninguém compartilhava mais. Coisas semelhantes aconteceram em Brasília, antes mesmo das manifestações começarem.

4. Sequestraram a pauta?

Então veio a segunda-feira. Dia 17 de junho de 2013. Ontem. Havia muita gente se prontificando a participar dos protestos, guias de segurança compartilhados nas redes, gente montando pontos de apoio, etc. Uma verdadeira mobilização para que muita gente se mobilizasse. Estávamos otimistas.

Curiosamente, os mesmos meios de comunicação conservadores que incentivaram as ações violentas da PM na quinta-feira anterior (13) de manhã, em seus editoriais, agora diziam que de fato as pessoas deveriam ir às ruas. Só que com outras bandeiras. Isso não seria um problema, se as pessoas não tivessem, de fato, ido à rua com as bandeiras pautadas por esses grupos políticos (representados por esses meios de comunicação). O clima, na segunda-feira, era outro. Era como se a manifestação não fosse política e como se não estivesse acontecendo no mesmo planeta em que eu vivo. Meu otimismo começou a decair.

A pauta foi sequestrada por pessoas que estavam, havia alguns dias, condenando os manifestantes por terem parado o trânsito, e que são parte dos grupos sociais que sempre criminalizaram os movimentos sociais no Brasil (representados por um pedaço da classe política, estatisticamente o mais corrupto - não, não está nem perto de ser o PT -, e pelos meios de comunicações que se beneficiam de uma política de concessões da época da ditadura). De repente se falava em impeachment da presidenta. As pessoas usavam a bandeira nacional e se pintavam de verde e amarelo como ordenado por grandes figurões da mídia de massas, colunistas de opinião extremamente populares e conservadores.

As reações de militantes variavam. Houve quem achasse lindo, afinal de contas, era o povo nas ruas. Houve quem desconfiasse. Houve quem se revoltasse. Houve quem, entre todos os sentimentos possíveis, ficasse absolutamente confuso. Qualquer levante popular em que a pauta não eh muito definida cria uma situação de instabilidade política que pode virar qualquer coisa. Vimos isso no início do Estado Novo e no golpe de 1964, ambos extremamente fascistas. Não quer dizer que desta vez seria igual, mas a história me dizia pra ficar atenta.

5. Não, sequestraram o ato!

A passeata do dia 17, segunda-feira, estava marcada para sair do Largo da Batata, que fica numa das pontas da avenida Faria Lima. Não se sabia, não havia decisão ainda, do que se faria depois. Aos que não entendem, a falta de um trajeto pré-definido se justifica muito bem por duas percepções: (i) a de que é fácil armar emboscadas para repressão quando divulga-se o trajeto; e, (ii) mais importante do que isso, a percepção de que são as pessoas se manifestando, na rua, que devem definir na hora o que fazer. [e aqui, se vocês forem espertos, verão exatamente onde está a minha contradição - que não nego, também me confunde]

A passeata parecia uma comemoração de final de copa do mundo. Irônico, não? Começamos a teorizar (sem muita teoria) que talvez essa fosse a única referência de manifestações públicas que as pessoas tivessem, em massa:o futebol. Os gritos eram do futebol, as palavras de ordem eram do futebol. Muitas camisetas também eram do futebol. Havia inclusive uns imbecis soltando rojões, o que não é muito esperto pois pode gerar muito pânico considerando que havia poucos dias muita gente ali tinha sido bombardeada com gás lacrimogêneo. Havia pessoas brincando com fogo. [guardem essa informação do fogo também]

Agora uma pausa: vocês se lembram do fato estranho número dois? O evento falso no facebook? Bom, o trajeto desse evento falso incluía a Berrini, a ponte Estaiada e o palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado. Reparem só.

Quando a passeata chegou ao cruzamento da Faria Lima com a Juscelino, fomos praticamente empurrados para o lado direito. Nessa hora achamos aquilo muito esquisito. Em nossas cabeças, só fazia sentido ir à Paulista, onde havíamos sido proibidos de entrar havia alguns dias. Era uma questão de honra, de simbologia, de tudo. Resolvemos parar para descobrir se havia gente indo para o lado oposto e subindo a Brigadeiro até a Paulista. Umas amigas disseram que estavam na boca do túnel. Avisei pra não irem pelo túnel que era roubada. Elas disseram então que estavam seguindo a passeata pela ponte, atravessando a Marginal Pinheiros.

Demoramos um tanto pra descobrirmos, já prontos pra ir para casa broxados, que havia gente subindo para o outro lado. Gente indo à esquerda. Era lá que preferíamos estar. Encontramos um outro grupo de pessoas conhecidas e amigas e seguimos juntos. As palavras de ordem não mudaram. Eram as mesmas em todos os lugares. As pessoas reproduziam qualquer frase de efeito tosca de manira acrítica, sem pensar no que estavam dizendo. Efeito “multidão”, deve ser.

As frases me incomodaram muito. Nem uma só palavra sobre o governador que ordenara à PM descer bala, cassetete e gás na galera havia poucos dias. Que promove o genocídio da juventude negra nessa cidade todos os dias, há 20 anos. Nem mesmo uma. Os culpados de todos os problemas do mundo, para os verde-amarelos-bandeira-hino eram o prefeito e a presidenta. Ou essas pessoas são ignorantes, ou são extremamente desonestas.

Nem chegamos à Paulista, incomodados com aquilo. Fomos para casa nos sentindo muito esquisitos. Aí então conseguimos entender que aquelas pessoas do evento falso no facebook tinham conseguido de alguma maneira manobrar uma parte muito grande de pessoas que queria ir se manifestar em outro lugar. A falta de informação foi o que deu poder para esse grupo naquele momento específico. Mas quem era esse grupo? Não sei exatamente. Mas fiquei incomodada.

6. O centro em chamas.

Quem diria que essa sensação bizarra e sem nome da segunda-feira faria todo sentido no dia seguinte? Fez. Infelizmente fez. O dia seguinte, “hoje”, dia 18 de junho de 2013, seria decisivo. Veríamos se as pessoas se desmobilizariam, se a pauta da revogação do aumento se fortaleceria. Essa era minha esperança que, infelizmente, não se confirmou. A partir daqui são todos fatos recentes, enquanto escrevo e vou tentar explica-los em ordem cronológica. Aviso que foram fazendo sentido aos poucos, conforme falávamos com pessoas, ouvíamos relatos, descobríamos novas informações. Essa é minha tentativa de relatar o que eu vi, vivi, experienciei.

No fim da tarde, pegamos o metrô Faria Lima lotadíssimo um pouco depois do horário marcado para a manifestação. Perguntei na internet, em redes sociais, se o ato ainda estava na concentração ou se estava andando, e para onde. Minha intenção era saber em qual estação descer. Me disseram, tomando a televisão como referencia (que é a referencia possível, já que não havia um único comunicado oficial do MPL em lugar algum) que o ato estava na prefeitura. Guardem essa informação.

Fomos então até o metrô República. Helicópteros diversos sobrevoavam a praça e reparei na quinta “coisa estranha”: quase não havia polícia. Acho que vimos uns três ou quatro controlando curiosamente a ENTRADA do metrô e não a saída… Quer dizer, quem entrasse no metro tinha mais chance de ser abordado do que quem estava saindo, ao contrário do dia 13.

A manifestação estava passando ali e fomos seguindo, até que percebemos que a prefeitura era outro lado. Para onde estavam indo essas pessoas? Não sabíamos, mas pelos gritos, pelo clima de torcida de futebol, sabíamos que não queríamos estar ali, endossando algo em que não acreditávamos nem um pouco e que já estávamos julgando ser meio perigoso. Quando passamos em frente à câmara de vereadores, a manifestação começou a vaiar e xingar em massa. Oras, não foram eles também que encheram aquela câmara com vereadores? O discurso de ser “apolítico” ou “contra” a classe política serve a um único interesse, a história e a sociologia nos mostram: o dos grupos conservadores para continuarem tocando a estrutura social injusta como ela é, sem grandes mudanças. Pois era esse o discurso repetido ali.

Resolvemos então descer pela rua Jandaia e tentar voltar à Sé, pois disseram nas redes sociais que o ato real, do MPL, estava no Parque Dom Pedro. Como aquilo fazia mais sentido do que um monte de pessoas bem esquisitas, com cartazes bem bizarros, subindo para a Paulista, lá fomos nós.

Outro fato estranho, número seis: no meio da Rua Jandaia, num local bem visível para qualquer passante nos viadutos do centro, um colchão em chamas. A manifestação sequer tinha passado ali. Uma rua deserta e um colchão em chamas. Para quê? Que tipo de sinal era aquele? Quem estava mandando e quem estava recebendo? Guardamos as mascaras de proteção com medo de sermos culpados por algo que não sabíamos sequer de onde tinha vindo e passamos rápido pela rua.

Cruzamos com a mesma passeata, mais para cima, que vinha lá da região que fica mais abaixo da Sé, mas não sabíamos ainda de onde. Atrás da catedral, esperamos amigos. Uma amiga disse que o marido estava chateado porque não conseguiu pegar trem na Vila Olímpia. Achamos normal, às vezes a CPTM trava mesmo, daí essa porcaria de transporte e os protestos, etc. pois bem. Guardem a informação.

Uma amiga ligou dizendo que estava perto do teatro municipal e do Vale do Anhangabaú, que estava “pegando fogo”. Imbecil que me sinto agora, na hora achei que ela estava falando que estava cheio de gente, bacana, legal. [que tonta!] Perguntei se era o ato do MPL, se tinha as faixas do MPL. Ela disse que sim mas não confiei muito. Resolvemos ir ver.

[A partir daqui todos os fatos são “estranhos”. Bem estranhos.]

O clima no centro era muito tenso quando chegamos lá. Em nenhum dos outros lugares estava tão tenso. Tudo muito esquisito sem sabermos bem o quê. Os moradores de rua não estavam como quem está em suas casas. Os moradores de rua estavam atentos, em cantos, em grupos. Poucos dormiam. Parecia noite de operação especial da PM (quem frequenta de verdade a cidade de São Paulo, e não apenas o próprio bairro, sabe bem o que é isso entre os moradores de rua).

Só que era ainda mais estranho: não havia polícia. Não havia polícia no centro de São Paulo à noite. No meio de toda essa onda. Não havia polícia alguma. Nadinha de nada, em lugar nenhum.

Na Sé, descobrimos mais ou menos o caminho e fomos mais ou menos andando perto de outras pessoas. Um grupo de franciscanos estava andando perto de nós, também. Vimos uma fumaça preta. Fogo. MUITO fogo. Muito alto. O centro em chamas.

Tentamos chegar mais perto e ver. Havia pessoas trepadas em construções com latas de spray enquanto outros bradavam em volta daquela coisa queimando que não conseguíamos identificar. Outro colchão? Os mesmos que deixaram o colchão queimando na Jandaia? Mas quem eram eles?

De repente algumas pessoas gritaram e nós,mais outros e os franciscanos, corremos achando que talvez o choque estaria avançando. Afinal de contas, era óbvio que a polícia iria descer o cacete em quem tinha levantado aquele fogaréu (aliás, será q ela só tinha visto agora, que estava daquele tamanho todo?). Só que não.

Na corrida descobrimos que era a equipe da TV Record. Estavam fugindo do local - a multidão indo pra cima deles - depois de terem o carro da reportagem queimado. Não, não era um colchão. Era o carro de reportagem de uma rede de televisão. O olhar no rosto da repórter me comoveu. Ela, como nós, não conseguia encontrar muito sentido em tudo que estava acontecendo. Ao lado de onde conversávamos, uns quatro policiais militares. Parados. Assistindo o fogo, a equipe sendo perseguida… Resolvemos dar no pé que bobos nós não somos. Tinha algo muito, mas muito errado (e estranho) ali.

Voltamos andando bem rápido para a Sé, onde os moradores de rua continuavam alertas, e os franciscanos tentavam recolher pertences caídos pelo chão na fuga e se organizarem novamente para dar continuidade a sua missão. Nós não fomos tão bravos e decidimos voltar para nossas casas.

7. Prelúdio de um… golpe?

No metrô um aviso: as estações de trem estavam fechadas. É, pois é, aquela coisa que havíamos falado antes e tal. Mal havíamos chegado em casa, porém, uma conhecida posta no facebook que um amigo não conseguiu chegar em lugar nenhum porque algumas pessoas invadiram os trilhos da CPTM e várias estações ficaram paradas, fechadas. Não era caos “normal” da CPTM, nem problemas “técnicos” como a moça anunciava. Era de propósito. Seriam os mesmos do colchão, do carro da Record?

Lemos, em seguida, em redes sociais, que havia pessoas saqueando lojas e destruindo bancos no centro. Sabíamos que eram o mesmos. Recebi um relato de que uma ocupação de sem-teto foi alvo de tentativa (?) de incêndio. Naquele momento sabíamos que, quem quer que estivesse por trás do “caos” no centro, da depredação de ônibus na frente do Palácio dos Bandeirantes no dia anterior, de tentativas de criar caos na prefeitura, etc. não era o MPL. Também sabíamos que não era nenhum grupo de esquerda: gente de esquerda não quer exterminar sem-teto. Esse plano é de outro grupo político, esse que manteve a PM funcionando nos últimos 20 anos com a mesma estrutura da época da ditadura militar.

Algum tempo depois, mais uma notícia: em Belo Horizonte, onde já se fala de chamar a Força Nacional e onde os protestos foram violentíssimos na segunda-feira, havia ocorrido a mesma coisa. Depredação total do centro da cidade, sem nenhum policial por perto. Nenhunzinho. Muito estranho.

Nessa hora eu já estava convencida de que estamos diante de uma tentativa muito séria de golpe, instauração de estado de exceção, ou algod do tipo. Muito séria. Muito, muito, muito séria. Postei algumas coisas no facebook, vi que havia pessoas compartilhando da minha sensação. Sobretudo quem havia ido às ruas no dia de hoje.

Um pouquinho depois, outra notícia: a nova embaixadora dos EUA no Brasil é a mesma embaixadora que estava trabalhando no Paraguai quando deram um golpe de estado em Fernando Lugo.

Me perguntaram e eu não sei responder qual golpe, nem por que. Mas se o debate pela desmilitarização da polícia e pelo fim da PM parece que finalmente havia irrompido pelos portões da USP, esse seria um ótimo motivo. Nem sempre um golpe é um golpe de Estado. Em 1989 vivemos um golpe midiático de opinião pública, por exemplo. Pode ser que estejamos diante de outro. Essa é a impressão que, ligando esses pontos, eu tenho.

Já vieram me falar que supor golpe “desmobiliza” as pessoas, que ficam em casa com medo. De forma alguma. Um “golpe” não são exércitos adentrando a cidade. Não necessariamente. Um “golpe” pode estar baseado na ideia errônea de que devemos apoiar todo e qualquer tipo de indignação, apenas porque “o povo na rua é tão bonito!”.

Curiosamente, quando falei sobre a manifestação do dia 13 com meus alunos, no dia 14, vários deles me perguntaram se havia chances de golpes militares, tomadas de poder, novas ditaduras. A minha resposta foi apenas uma, que ainda sustento sobre este possível golpe de opinião pública/mídia: em toda e qualquer tentativa de golpe, o que faz com que ela seja ou não bem-sucedida é a resposta popular ao ataque. Em 1964, a resposta popular foi o apoio e passamos a viver numa ditadura. Nos anos 2000, a reposta do povo venezuelano à tentativa de golpe em Chávez foi a de rechaço, e a democracia foi restabelecida.

O ponto é que depende de nós. Depende de estarmos nas ruas apoiando as bandeiras certas (e há pessoas se mobilizando para divulgar em tempo real, de maneira eficaz, onde está o ato contra o aumento da passagem, porque já não podemos dizer que é apenas “um” movimento, como fez Haddad em sua entrevista coletiva). Depende de nos recusarmos a comprar toda e qualquer informação. Depende de levantarmos e irmos ver com nossos próprios olhos o que está acontecendo.


Se essa sequencia de fatos faz sentido pra você, por favor leia e repasse o papel. Faça uma cópia. Guarde. Compartilhe. Só peço o cuidado de compartilharem sempre integralmente. Qualquer pessoa mal-intencionada pode usar coisas que eu disse para outros fins. Não quero isso.

Quero apenas que vocês sigam minha linha de raciocínio e me digam: estamos mesmo diante da possibilidade iminente de um golpe?

Estou louca?

Espero sinceramente que sim. Mas acho que não.

é socióloga, militante feminista, escritora, vez em quando jornalista. Também publica no “Mulher Alternativa” e no “Outras Palavras”.

Fonte: https://medium.com/primavera-brasileira/dfa6bc73bd8a



Para refletir e debater (13): Retomar uma pauta esquecida???

June 21, 2013 7:51, par Bertoni - 0Pas de commentaire

Em 23 de fevereiro de 2013 vários movimentos e organziações publicaram um manifesto conjunto, com uma pauta unificada, de esquerda, progressista, por avanços das conquistas sociais.

Teria sido abandonada?

Pode ser retomada?

Ou deixaremos a direita fazer a festa, enquanto brigamos entre nós?

juventudeMANIFESTO DA JORNADA DE LUTAS DA JUVENTUDE BRASILEIRA

25 de março a 1º de abril de 2013

Unir a Juventude Brasileira: “Se o presente é de luta, o futuro nos pertence”! Che Guevara

As entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos trabalhadores/as, da cidade, do campo, as feministas, as juventudes partidárias, religiosas, LGBT, dos coletivos de cultura e das periferias se unem por um ideal: avançar nas mudanças e conquistar mais direitos para juventude.

É preciso denunciar o extermínio da juventude negra e das periferias a quem o estado só se apresenta através da violência. O mesmo abandono se dá no campo, que alimenta a cidade e segue órfão da Reforma Agrária e dos investimentos necessários à permanência da juventude no campo, de onde é expulsa devido à concentração de terras, à ausência de políticas de convívio com o semiárido. Já na cidade, a juventude encontra a poluição, a precarização no trabalho, a ausência do direito de organização sindical, os mais baixos salários e o desemprego, fatores ainda mais graves no que diz respeito às jovens trabalhadoras.

Essa é a dura realidade da maioria da População Economicamente Ativa no país, e não as mentiras da imprensa oligopolizada, que foi parceira da ideologia do milagre brasileiro e cúmplice da ditadura, ao encobrir torturas e assassinatos e sendo beneficiária da monopolização ainda vigente. É coerente que ela se oponha à verdade e à justiça, que se cale ante as torturas e ao extermínio dos pobres e negros dos dias de hoje, que busque confundir e dopar a juventude, envenenando a política, vendendo-nos inutilidades, reproduzindo os valores da violência, da homofobia, do machismo e da intolerância religiosa. mas eles não falam mais sozinhos: estamos aqui pra fazer barulho.

Queremos cidades mais humanas em vez de racismo, violência e intolerância. Queremos as garantias de um estado laico, democrático, inclusivo, que respeite os direitos humanos fundamentais, inclusive aos nossos corpos, à liberdade de orientação sexual e à identidade de gênero, num ambiente de liberdade religiosa.

Queremos reformas estruturais que garantam um projeto de desenvolvimento social e que abram caminhos ao socialismo. Lutamos por um desenvolvimento sustentável, solidário, que rompa com os valores do patriarcado, que assegure o direito universal à educação, ao trabalho decente, à liberdade de organização sindical, à terra para quem nela trabalha e o direito à verdade e à justiça para nossos heróis mortos e desaparecidos.

Para enfrentar a crise é preciso incorporar a juventude ao desenvolvimento do país. Incluir o bônus demográfico atual exige uma política econômica soberana que valorize o trabalho, a produção, o investimento e as políticas sociais, e não a especulação. Esse é o melhor cenário para tornar realidade os direitos que queremos aprovados no estatuto da juventude.

Iniciamos aqui uma caminhada de unidade e luta por reformas estruturais que enterrem o neoliberalismo e resguardem a nossa democracia dos retrocessos que pretendem impor os monopólios da mídia, ou golpes institucionais como os que ocorreram no Paraguai e em Honduras.

Desde essa histórica Plenária Nacional, unidos e cheios de esperança, convocamos a juventude a tomar em suas mãos o futuro dos avanços no Brasil, na luta pelas seguintes bandeiras consensualmente construídas:

1 - Educação: financiamento público da educação
1. 10% PIB para Educação Pública
2. 100% dos royalties e 50% do fundo social do Pré-sal para Educação Pública
3. 2% do PIB para Ciência, Tecnologia e Inovação
4. Por uma política permanente de valorização das bolsas de pesquisa
5.Democratização do acesso e da permanência na universidade
6. Pela expansão e a qualidade da educação do campo
7. Cotas raciais e sociais nas universidades estaduais
8. Curricularização da extensão universitária
9. Regulação e ampliação da qualidade, em especial, do setor privado

2. - Trabalho – Trabalho Decente

    Redução da jornada de trabalho sem redução de salário! 40 horas já!
    Condições dignas de trabalho decente
    Políticas que visem a conciliação entre trabalho, estudos e trabalho doméstico
    Direito de organização sindical no local de trabalho
    Contra a precarização promovida pela terceirização
    Pela igualdade entre homens e mulheres no trabalho e entre negros/as e não negros/as


3. - Por avanços na democracia brasileira - Reforma Política

    Pela Reforma Política
    Combate às desigualdades sociais e regionais
    Contra a judicialização da politica e a criminalização dos movimentos sociais
    Pela auditoria da Divida Publica
    Contra o avanço do capital estrangeiro na aquisição de terras e na Educação
    Reforma agrária
    Aprovação do Estatuto da Juventude

4. Diretos sociais e humanos: Chega de violência contra a juventude!

    Contra o extermínio da juventude negra
    Contra a redução da maioridade penal
    Garantia do direito à Memória, à Verdade e à Justiça e pela punição dos crimes da Ditadura
    Garantia dos direitos sexuais e reprodutivos, como à autonomia sobre o próprio corpo e o combate à sua mercantilização, em especial das jovens mulheres
    Pelo fim da violência contra as mulheres
    Pela mobilidade urbana e o direito à cidade
    Pelo direito da juventude à moradia
    Desmilitarização da policia
    Respeito à diversidade sexual, aos nomes sociais e criminalização da homofobia
    Apoio à luta indígena e quilombola e das comunidades tradicionais
    Contra a internação compulsória e pelo tratamento da dependência química através de uma política de redução de danos
    Pelo direito ao lazer, à cultura e ao esporte, inclusive com a promoção de esportes radicais

5. - Democratização da comunicação de massas

    Universalização da internet de banda larga no campo e na cidade
    Políticas públicas para grupos e redes de cultura
    Apoio público para os meios de comunicação da imprensa alternativa
    Apoio ao movimento de software livre


                                                                                              São Paulo, 23 de fevereiro de 2013.


Assinam este documento: ABGLT, ANPG; APEOESP; Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; CONAM, CONEM, Consulta Popular; ECOSURFI; Enegrecer; FEAB; Federação Paulista de Skate; Fora do Eixo; Juventude da CTB; Juventude da CUT; Juventude do PSB; Juventude do PT; Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; MST; Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude, PJMP; REJU; REJUMA; UBES; UBM, UJS; UNE; UPES, Via Campesina.



RodapéNews - 19/06/2013, quarta-feira - "Foda-se o Brasil, nacionalismo é coisa de imbecil”, grita rapaz ao lado da bandeira do Brasil em chamas

June 19, 2013 13:33, par Castor Filho - 1Un commentaire

(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
INFILTRAÇÃO DE FASCISTAS DETURPA MOVIMENTO "TARIFA ZERO" EM SP E ACENDE LUZ AMARELA DE ALERTA
"Um grupo segura uma bandeira brasileira e queima. Um rapaz grita: “foda-se o Brasil, nacionalismo é coisa de imbecil”. E aí tenho certeza que há um caldo de cultura perigoso por aqui"
(Extraído de crônica, constante do link abaixo, de autoria de Rodrigo Vianna,  jornalista da TV Record que cobria as manifestações desta terça-feira em frente à sede da Prefeitura de São Paulo)

DISCURSO QUE NEGA POLÍTICA É ATALHO PARA O AUTORITARISMO
Escrevinhador
“Foda-se o Brasil”, gritava o rapaz em SP – por Rodrigo Vianna
De repente, chega um grupo novo, mais de cem pessoas. Trazem uma faixa amarela, com a frase “Chega de Impostos – Mooca”. O bairro da Mooca é um reduto da classe média – em geral, conservadora. A palavra de ordem é “Fora, Dilma”.
Um funcionário da Prefeitura meio gordinho aparece na janela. Ao meu lado, um grupo berra pra ele: “Gordo, filho da puta, você vai morrer. Você come nossos impostos, filho da puta”.
Penso com meus botões: essa turma  foi pra rua pra pedir serviços públicos de qualidade e, de repente, está pedindo também menos impostos, menos Estado. E queimando a bandeira do Brasil. O que é isso? 
Ah, é o sintoma de uma sociedade que incluiu jovens pelo consumo, sem politização. Ok. Isso está claro. Desde 2010, dizíamos nos blogs que essa equação do lulismo poderia não fechar. Despolitização? Ou pior que isso: um pé no fascismo? O discurso que nega a Política é a melhor forma de deixar a avenida aberta para uma Política autoritária.
Quem conhece bem a história do Brasil não ficaria surpreendido se, desse processo todo, nascesse não “uma nova política”. Mas um governo (mais) conservador, que botasse o Brasil de novo “nos trilhos” da submissão aos EUA, jogando fora os tênues avanços da Era Lula.
Afinal, “foda-se o Brasil”, não é?  Essa cena não vou esquecer: a nossa bandeira queimada por jovens tresloucados que afirmam querer mudar o país. Foi estranho.
Ao fim da manifestação, parte dos jovens mascarados avançou em direção ao carro da TV Record que estava diante da Prefeitura e tocou fogo no veículo. Tudo que parece – ou é –  símbolo de poder acaba virando alvo. Nenhum jornalista ficou ferido. O alvo era a empresa
MASCARADOS ATERRORIZAM CENTRO DE SÃO PAULO
Estadão
Mascarados aterrorizam centro com saques e ataques a policiais
Grupo de aproximadamente 100 pessoas infiltradas no protesto espalha medo e tenta invadir prédio ocupado por sem-teto 
VÂNDALO IDENTIFICADO PELA POLÍCIA
Uol
Homem que depredou prefeitura é identificado pela polícia e está sendo procurado
QUEM ESTARIA INTERESSADO EM BAGUNÇAR A PAZ DA SOCIEDADE BRASILEIRA, PERGUNTA ARTICULISTA DA FOLHA
Folha
Penne arrabbiata – por Carlos Heitor Cony
SEM POLICIAMENTO PREVENTIVO NAS MANIFESTAÇÕES, VÂNDALOS ATACAM EM SP
Terra
SP: 5 dias após repressão, polícia some das ruas e vândalos depredam
Polícia Militar levou quase três horas para chegar à prefeitura e conter a ação de uma minoria de vândalos, que depredaram prédios, saquearam lojas e deixaram rastro de destruição no centro de São Paulo
R7
Após protesto marcado por violência e vandalismo, centro de SP amanhece com marcas de destruição
Vândalos aproveitaram manifestação na capital para saquear lojas e pichar patrimônios públicos
MOBILIZAÇÕES NA MANHÃ DESTA 4ª – VEJA NOTÍCIAS DA ÚLTIMA HORA
Google 
Na última hora: notícias sobre mobilizações pelo Brasil na última 
Clique aqui para ler
Folha
Manifestantes tentam invadir subprefeitura e GCM usa gás de pimenta 
Manifestantes que protestam na estrada do M´Boi Mirim, na zona sul de São Paulo, tentaram entrar na manhã desta quarta-feira (19) na sede da Subprefeitura de M´Boi Mirim e foram retirados do local após a GCM (Guarda Civil Metropolitana) jogar gás de pimenta contra o grupo.
Dois grupos de manifestantes acabaram brigando durante o protesto porque parte queria entrarno prédio e outra era contra a invasão. Após a confusão, os cerca de 300 manifestantes se dirigiram até o terminal de ônibus Guarapiranga
RECADOS A GOVERNANTES
Folha
Dilma afirma que manifestações são recado a governantes
Quebrando mais de uma semana de silêncio, a presidente Dilma Rousseff admitiu que as manifestações são um recado a todos os "governantes", exaltou os protestos "grandiosos" e disse que "o Brasil acordou mais forte".
Ela chamou as manifestações de "pacíficas" e "democráticas", mas criticou casos de violência. "A grandeza das manifestações comprova a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população."
SUSPENSÃO DO AUMENTO DAS TARIFAS EM SÃO PAULO SEM DECISÃO DO PREFEITO HADDAD

DECISÃO, ANTES DE SER TÉCNICA, É POLÍTICA ! 
PREFEITO FERNANDO HADDAD PERDE TEMPO PRECIOSO QUANDO JÁ DEVIA TER REDUZIDO A TARIFA NA SEGUNDA E ANTECIPADO UMA ARTICULAÇÃO POLÍTICA COM MANIFESTANTES, DEMAIS GOVERNANTES - SOBRETUDO COM  DILMA E ALCKMIN -  E CONGRESSO NACIONAL EM BUSCA DE  UMA SAÍDA PARA ATENDIMENTO DA  REIVINDICAÇÃO

ONTEM, NA REUNIÃO DO CONSELHO DA CIDADE, APESAR DAS PONDERAÇÕES, HADDAD RESISTIA EM REDUZIR O AUMENTO DA TARIFA
iG - 18/06/2013
Prefeito de SP parodia Caetano Veloso ao citar proposta de tarifa zero
O prefeito Fernando Haddad (PT) parodiou trecho de música de Caetano Veloso ao citar proposta de tarifa zero da ex-prefeita de São Paulo Luiza Erundina (PSB).
“O prefeito de São Paulo sabe a dor e a delícia de ocupar esse cargo”, afirmou, ao dizer que não esperava elogios por resistir à redução da passagem do transporte público durante reunião com o Conselho da Cidade para tratar sobre o assunto nesta terça-feira (18).
Haddad disse que a proposta de Erundina foi uma derrota e não uma vitória.
“Ela previu dobrar o IPTU (para bancar a tarifa zero), por isso Erundina perdeu o debate da tarifa. Foi uma derrota, não foi uma vitória”, afirmou o prefeito
HOJE, HADDAD PÕE "LENHA NA FOGUEIRA" - na visão do RodapéNews - AO AFIRMAR, EM COLETIVA,  QUE NÃO HÁ PREVISÃO DE REDUÇÃO DAS TARIFAS E VINCULÁ-LA À APROVAÇÃO DE PROJETO NO CONGRESSO NACIONAL
Rede TV - 19/06/2013 - 12h01
Fernando Haddad diz que não há previsão de redução da tarifa dos ônibus
Folha - 19/06/2013 - 12h51
Haddad diz que redução da tarifa seria medida populista
Terra - 13h08
Haddad vincula baixa da tarifa a políticas de desoneração no Congresso
Prefeito de São Paulo condenou atos de vandalismo ocorridos na região central da cidade na noite de terça-feira
ONTEM, CONSELHO DA CIDADE PEDIU  SUSPENSÃO DO AUMENTO DAS TARIFAS DO TRANSPORTE EM SÃO PAULO  IMEDIATAMENTE E ARQUITETA PROPÔS REDISCUSSÃO SOBRE MODELO DA CONCESSÃO DE TRANSPORTES
UOL – 18/06/2013
Conselho criado por Haddad defende redução na tarifa em São Paulo
A maioria dos integrantes do Conselho da Cidade, criado pelo prefeito Fernando Haddad no início do mandato dele, defendeu a redução da tarifa do transporte público na capital paulista durante reunião extraordinária realizada nesta terça-feira (18). O encontro aconteceu na prefeitura, na região central de São Paulo. O conselho tem caráter apenas consultivo, mas entre os membros do grupo há um sentimento de que se o prefeito for contra um decisão unânime é o caso de repensar a função do comitê.
A arquiteta e urbanista Raquel Rolnik criticou o poder que as concessionárias de transporte têm nas decisões. 
"É preciso suspender o aumento [das tarifas do transporte em São Paulo] imediatamente e rediscutir o modelo da concessão de transportes. O que os protestos nas ruas estão dizendo é 'queremos participar ativamente do processo decisório’.
TARIFA ZERO: PT SEM CORAGEM DE ASSUMIR UMA PROPOSTA QUE É DE SUA AUTORIA
Folha
Proposta concreta – por Vladimir Safatle
Em uma cidade onde o metrô é alvo de acusações de corrupção que pararam até em tribunais suíços e onde a passagem de ônibus é uma das mais caras do mundo, manifestantes eram, até a semana passada, tratados ou como jovens com ideias delirantes ou como simples vândalos que mereciam uma Polícia Militar que age como manada enfurecida de porcos.
Vários deleitaram-se em ridicularizar a proposta de tarifa zero. No entanto, a ideia original não nasceu da cabeça de "grupelhos protorrevolucionários". Ela foi resultado de grupos de trabalho da própria Prefeitura de São Paulo, quando comandada pelo mesmo partido que agora está no poder.
Em uma ironia maior da história, o PT ouve das ruas a radicalidade de propostas que ele construiu, mas que não tem mais coragem de assumir
LEMBRANDO ENTREVISTAS DE LUIZA ERUNDINA SOBRE "TARIFA ZERO" EM ABRIL DE 2011
Blog Outras Palavras - 28/04/2011
Erundina: “desprivatizar as metrópoles brasileiras”
VIOLÊNCIA POLICIAL CONTRA MANIFESTANTES
Deutsche Welle
Ação da polícia reflete violência inerente à estrutura social brasileira, dizem especialistas
Violência contra manifestantes não ocorre por despreparo da polícia brasileira – ela é um reflexo de uma sociedade que aceita o uso de meios violentos na repressão policial, opinam sociólogos.
Especialistas ouvidos pela DW Brasil afirmam que o uso da violência por parte da polícia brasileira – como na repressão aos recentes protestos em São Paulo – não se deve à falta de treinamento, mas à maneira como a manutenção da ordem e o uso da violência são percebidos pela sociedade brasileira.
"O controle de multidão tem que ser feito com muito jeito. No caso brasileiro, temos uma polícia militar que é muito violenta e truculenta, e é claro que esse padrão também aparece na repressão a manifestações. Foi exatamente o que vimos em São Paulo", afirma o sociólogo Pedro Rodolfo Bodê de Moraes, da Universidade Federal do Paraná
NESTA REPORTAGEM PROTESTO CONTRA A GLOBO: ALÉM DAS VAIAS, EMISSORA É CHAMADA DE FASCISTA
Jornal das Dez / GloboNews
Manifestantes desocupam marquise do Congresso após negociar com a polícia
PROTESTOS TAMBÉM CONTRA A COBERTURA DA MÍDIA PARTIDARIZADA QUE CLAMOU POR REPRESSÃO CONTRA MANIFESTANTES
Blog do Zé
Retomada das ruas deve ser comemorada e servir de exemplo
A imensa maioria dos participantes era e é de jovens protestando e nos dizendo claramente que é hora de avançar nas reformas e nas mudanças, começando pela forma de governar e fazer política.
Uma das razões dos protestos é a própria cobertura da mídia sobre as manifestações. Volto a dizer: a mesma mídia que clamou por repressão contra os manifestantes
Terra
Globo e Veja viram alvo de manifestantes em novo ato em SP
Repórteres da Globo foram cobrir a manifestação com microfones descaracterizados para evitar que fossem hostilizados
APESAR DE HOSTILIZADA, FOCO DA MÍDIA PARTIDARIZADA NA COBERTURA DAS MOBILIZAÇÕES TEM OBJETIVO CLARO
CA
PiG enfiou o passe livre no bolso. É o golpe de Chávez
Os jovens que não se “contaminaram” com a política realizarão uma obra-prima da política continental: o Golpe de Estado midiático.
O movimento do Passe Livre ultrapassou o alcance das redes sociais.
Ele foi abduzido pelo PiG – e sobretudo pela Globo.
O Globo convoca as manifestações – dá endereços e tudo.
A GloboNews se auto-intitula Governo e diz o que o Governo deve fazer.
A Globo aberta dá uma de João sem braço: enaltece o caráter pacífico, “constitucional” dos manifestantes – mas desequilibra a cobertura.
A Dilma no jornal nacional fala 4 segundos e o pau na Dilma dura 40 minutos.
Omite que o Haddad abriu espaço para negociar COM os empresários donos de ônibus – enquanto seus repórteres tentam dar a impressão de que ele recuou covardemente
HULK E ANDRÉ LUIZ, JOGADORES DA SELEÇÃO, COMO A MAIORIA DA POPULAÇÃO, APOIAM MANIFESTAÇÕES DESDE QUE SEJAM PACÍFICAS
TV Estadão
O atacante Hulk e o zagueiro David Luiz manifestaram apoio aos protestos contra o aumento das tarifas do transporte público e o gasto para a Copa do Mundo
RÉPLICA DE CLAUDIA RIECKEN PARA O COMENTÁRIO BOÇAL DE ARNOLDO JABOR
TV Afiada
Sensacional ! Claudia não usa ônibus e joga vinagre no Jabor
BUROCRATIZADO, GOVERNISTA, PT NÃO DEMONSTROU CAPACIDADE DE SE INOVAR E VOLTAR ÀS RUAS, AFIRMA HISTORIADOR
Viomundo 
Virada política – por Lincoln Secco
O PT é melhor do que o PSDB evidentemente. Só que este partido não pode contar mais com apoio militante que não seja profissionalizado. Suas políticas sociais já dormem sob um cobertor curto que ao se puxar para cobrir a cabeça, os pés ficam de fora. É que quando as pessoas conquistam direitos, elas querem mais. 
Se a ousadia (ou mesmo o cálculo eleitoral que, afinal de contas, tem sido a única coisa de interesse para seus dirigentes) fizesse o PT defender a tarifa zero, ele criaria o seu segundo bolsa família no Brasil.
Mas o futuro dessa geração nova que vai às ruas diz respeito a outra coisa. Se os partidos saberão interpretar o seu desejo é problema deles. 
O que o Movimento do Passe Livre apontou é uma questão maior: poderá a autonomia das ruas se expressar em novas formas de organização ou será enjaulada no discurso dos donos da Grande Imprensa?
REPERCUSSÃO INTERNACIONAL
Folha
Jornais europeus analisam protestos; "NYT" mostra PM jogando spray
DIREITOS HUMANOS

COM O ABSURDO  ENTENDIMENTO QUE CLASSIFICA O HOMOSSEXUALISMO COMO DESORDEM PSÍQUICA, COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS APROVA TRATAMENTO PSICOLÓGICO PARA ALTERAR A ORIENTAÇÃO SEXUAL DE HOMOSSEXUAIS 
Terra / BBC
ONG critica aprovação de projeto que permite 'cura gay' no Brasil
Uma organização internacional de direitos civis criticou nesta terça-feira a aprovação do decreto legislativo que autoriza o tratamento psicológico para alterar a orientação sexual de homossexuais no Brasil, uma bandeira do deputado federal e pastor Marco Feliciano (PSC-SP).
A proposta aprovada por votação simbólica na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara ainda precisa passar por outras duas - de Constituição e Justiça e de Seguridade Social - antes de seguir para o plenário.
O projeto, de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), derruba dois trechos de uma resolução de 1999 do Conselho Federal de Psicologia que proíbem os psicológicos de praticar a chamada "cura gay" ou apoiar verbalmente as manifestações que busquem classificar o homossexualismo como um desordem psíquica
OAB LAMENTA APROVAÇÃO 
G1
Para OAB, aprovação de 'cura gay' por comissão é 'lamentável'
O presidente da Comissão Nacional de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Wadih Damous, classificou nesta quarta-feira (10) como "lamentável" a aprovação pela Comissão de Direitos Humanos da Câmara do projeto que autoriza piscólogos a proporem tratamento para reverter a homossexualidade, a chamada "cura gay"
QUESTÃO INDÍGENA
"RELATÓRIO FIGUEIREDO" DETALHA VIOLÊNCIA PRATICADA HÁ ANOS CONTRA POVOS INDÍGENAS NO BRASIL
iG
Relatório ‘perdido’ aponta atrocidades contra índios no Brasil
O extermínio de tribos indígenas inteiras, métodos cruéis de tortura praticados contra índios, principalmente por interessados em suas terras e com o aval do Estado. 
Essas são práticas detalhadas no documento de sete mil páginas, a que o  iG teve acesso, conhecido como Relatório Figueiredo. O material, que se julgava ter sido destruído em um incêndio no Ministério da Agricultura, em junho de 1967, foi encontrado recentemente, intacto, no Museu do Índio, no Rio de Janeiro.
O documento leva o nome de seu autor, o procurador Jader de Figueiredo Correia, que morreu em um acidente de ônibus em 1976, aos 53 anos. Os dados revelam que o órgão que seria responsável por proteger os índios das violações deu aval para a violência cometida pelas chamadas “frentes civilizatórias”.  As primeiras informações sobre a existência do relatório foram noticiadas, em abril, pelo jornal O Estado de Minas
CONFLITOS EM TERRAS INDÍGENAS
Entre Aspas – GloboNews – 04/06/2013
Vídeo: Convidados debatem conflitos relacionados à posse de terras indígenas
Duração: 25m21s
VANUCCHI CRITICA ALINHAMENTO DE GLEISE HOFFAMNN COM FAZENDEIROS
Folha
Ex-ministro de Lula diz que Gleisi está 'alinhada' com fazendeiros
O ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos no governo Lula, Paulo Vannuchi, disse nesta quinta-feira (13) que a equipe da presidente Dilma Rousseff está dividida na questão indígena e que a ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, está "visivelmente" alinhada com os fazendeiros.
MINISTROS SAEM NA DEFESA DE GLEISE HOFFMANN
Folha
Em nota, ministros defendem Gleisi Hoffmann das afirmações de Vanucchi
Para Carvalho e Rosário, há uma 'política unitária' no governo sobre questão indígena



A Moçada Condenou Todos os Símbolos de Poder

June 19, 2013 13:13, par Castor Filho - 0Pas de commentaire

 

 

Coluna Econômica - 19/06/2013

 

Um a um, os principais agentes políticos do velho modelo curvaram-se à voz das ruas, da moçada do Movimento Passe Livre (MPL).


Primeiro, os grandes órgãos de mídia. De “baderneiros”, “guerrilheiros urbanos”, tornaram-se, não mais que de repente, jovens idealistas, a voz da classe média etc.


Depois, os governantes. Das declarações taxativas contra o que reputavam “baderna” para declarações afáveis e a garantia de que os protestos poderiam continuar.


Do meio do alarido desconexo, surgiram duas vozes referenciais do velho modelo – os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso e Lula – avalizando os protestos.  Seguiram-se as declarações da presidente Dilma Rousseff, de consideração pelo movimento.


***


Há um corre-corre febril de interpretação das manifestações, cada qual pretendendo puxar a brasa para a sua sardinha.


Mas, inegavelmente, o movimento foi contra toda a estrutura de poder existente – do Executivo aos grandes grupos de mídia, do Congresso aos grandes partidos políticos e também aos pequenos (manifestantes queimaram bandeiras do PSTU e PSOL). Sobrou até para a UNE (União Nacional dos Estudantes), que desapareceu.


Na última manifestação, na segunda-feira passada, os jovens não estavam mais sozinhos. Muitos pais, profissionais liberais, funcionários públicos, trabalhadores, pessoas há décadas enferrujadas das manifestações de rua, aderiram ao movimento.


Afinal, contra o quê é o movimento? É contra tudo. E não se considere que esse “tudo” signifique um anarquismo inconsequente. Significa que a moldura institucional do país não cabe mais no organismo social brasileiro.


***


É algo cíclico, agora turbinado pelo fenômeno das redes sociais.


Logo após Franco Montoro eleito governador de São Paulo, houve explosões populares no centro e na frente do próprio Palácio dos Bandeirantes. Democrata exemplar, Montoro levou balas perdidas resultado da impaciência de quem não aguentava mais o quadro institucional anterior.


Algum tempo depois, aquela impaciência resultou na campanha das “diretas, já”.


***


O segundo movimento foi na campanha dos “caras pintadas”, que resultou na queda de Fernando Collor. A explosão ocorreria de qualquer maneira. Havia uma nova geração em campo, uma rapaziada que não participara das lutas contra a ditadura, mas sedenta por participação.


Embora até o último momento Collor mantivesse respeito pela Constituição, seu porte arrogante calou fundo na jovem classe média que se formava.


***


Agora, vê-se o terceiro movimento.


Nos últimos anos, a disputa PT x PSDB esgotou a paciência do último cristão. Do lado do PT, um pragmatismo excessivo, de compor com setores retrógrados, com fisiologistas da pior espécie. Do lado do PSDB, a terceirização da oposição a uma mídia sem limites, beirando o golpismo. Do lado da mídia, essa manipulação de ressuscitar fantasmas da guerra fria.


Nas redes sociais, de ambos os lados uma virulência sem limites, com ataques pessoais, assassinatos de reputação, ações orquestradas.

 

E a rapaziada apartidária – mas não apolítica – observando tudo, trocando impressões entre si e gradativamente formando a sua própria opinião. E sua opinião explodiu na forma de condenação geral ao modelo de poder.

 

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RodapéNews - 18/06/2013, terça-feira - Governantes, abram as planilhas dos custos das tarifas de transporte e dos lucros das empresas

June 19, 2013 13:02, par Castor Filho - 0Pas de commentaire

(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas 

HADDAD E DEMAIS GOVERNANTES: ABRAM AS PLANILHAS DOS CUSTOS DAS TARIFAS DO METRÔ, ÔNIBUS E TRENS E TAMBÉM AS DOS LUCROS DAS EMPRESAS QUE OPERAM O SISTEMA DE TRANSPORTE  EM SÃO PAULO E NAS DEMAIS CIDADES BRASILEIRAS 
CONTRATOS DE TRANSPORTE EM SÃO PAULO SÃO UMA CAIXA-PRETA
CartaCapital 
Contratos de transporte público em São Paulo são uma caixa-preta
A prefeitura precisa abrir os números, planilhas de custos, condições dos contratos com as empresas de ônibus que prestam serviço em São Paulo
RNSP
Rede Nossa São Paulo apresenta propostas para transporte público da cidade
Documento com sugestões será entregue nesta terça (18/6) ao Conselho da Cidade. 
Entre as ações imediatas defendidas estão a abertura de todos os dados que envolvem os preços das passagens, a participação da União no rateio dos custos e a instalação do Conselho de Transportes
EM QUE MOMENTO, NA GESTÃO HADDAD, A POPULAÇÃO DA CIDADE DE SÃO PAULO FOI CHAMADA PARA COMPARTILHAR SOBRE INVESTIMENTOS NO MUNICÍPIO OU MESMO DECIDIR SE QUER AUMENTAR O SUBSÍDIO DO TRANSPORTE PÚBLICO DE SÃO PAULO OU INVESTIR ESSE RECURSO EM OUTRAS ÁREAS, PERGUNTA URBANISTA
Blog da Raquel
Em torno do direito de ir e vir: existe diálogo em SP? - por Raquel Rolnik
O governador Geraldo Alckmin, desde o início,  tratou as manifestações como “caso de polícia”, ato de baderneiros e vândalos que impede o direito de ir e vir das pessoas em seus carros. 
Lamentavelmente, o ministro da Justiça, Jose Eduardo Cardozo, diante das manifestações em São Paulo e em outras capitais, ofereceu o apoio das forças de segurança nacionais para reprimir as manifestações. Para nenhum dos dois, o conteúdo do que está sendo dito nas ruas parece ter qualquer relevância.
O prefeito Fernando Haddad, por sua vez, inicialmente limitou-se a repetir ad nauseum que o aumento da tarifa foi abaixo da inflação. 
Hoje, depois de dizer que para baixar o valor da passagem é necessário aumentar os subsídios, ele pergunta de que áreas tirar recursos para cobrir esse aumento. 
Diante dessa pergunta, outra é inevitável: em que momento a população de São Paulo foi chamada para decidir se quer aumentar o subsídio do transporte público de São Paulo ou investir esse recurso em outras áreas? 
Em que momento foi chamada a compartilhar as decisões sobre os investimentos da cidade? 
Esse é um debate que a população quer fazer.
CONDIÇÃO PARA CESSAR MOBILIZAÇÃO: REVOGAR O AUMENTO DAS TARIFAS DO METRÔ, ÔNIBUS E TRENS
Estadão
Grupo só vai parar se tarifa voltar a R$ 3
ALÉM DE PROBLEMA NA COMUNICAÇÃO, AS ALIANÇAS À DIREITO DO PT E A DESATENÇÃO DO PARTIDO ÀS DEMANDAS SOCIAIS, COLOCAM OS GOVERNOS DILMA E HADDAD NA DEFENSIVA
Viomundo
Editorial - Dilma e os jovens: Não é apenas um problema de comunicação
O erro do Partido dos Trabalhadores em geral e do governo Dilma em particular foi descuidar da informação na era da informação.
Soma-se a isso uma opção clara do partido por partidos e eleitorados de direita ao mesmo tempo em que descuidou das demandas sociais: ao abraçar as empresas de telefonia, os ruralistas, os fundamentalistas.
Como corolário, ao abraçar  Gulherme Afif Domingos, o vice-governador de Geraldo Alckmin, e torná-lo ministro — sejam quais forem as justificativas para isso –, além de prometer apoio federal para a repressão a um movimento social em São Paulo, o governo Dilma se distancia profundamente de sua própria base (a Juventude do PT, saibam, faz parte das manifestações). Culpa de José Eduardo Cardozo?
Notem, portanto, que não se trata apenas de um problema de comunicação.
Leia a íntegra do editorial
LUA DE MEL ENTRE HADDAD E ALCKMIN ACABOU ?
Estadão
Lua de mel de tucano e petista dá lugar a jogo de empurra
A lua de mel entre o petista Fernando Haddad e o tucano Geraldo Alckmin, que dava o tom da relação entre Prefeitura e governo do Estado desde a posse do prefeito, em janeiro, se dissipou no final desta semana. 
As manifestações contra o aumento da tarifa de ônibus, que acabaram com a atuação violenta da Polícia Militar na quinta-feira, criaram um ruído entre Prefeitura e Palácio dos Bandeirantes e levaram a um jogo de empurra e acusações
PROTESTOS POR TODO O PAÍS CONTRA GOVERNANTES E REDE GLOBO DE MANIPULAÇÃO
Reuters
Protestos se espalham pelo país e manifestantes ocupam área do Congresso
SÃO PAULO, 17 Jun (Reuters) - Mais de 200 mil pessoas tomaram as ruas de diversas capitais do Brasil nesta segunda-feira, na maior manifestação popular no país em pelo menos 20 anos. As reivindicações, inicialmente contra a alta na tarifa do transporte público, agora incluíram o combate à corrupção e até os gastos com a Copa do Mundo de 2014
Jornal da Record
Direto da ponte Estaiada, repórter traz detalhes do protesto em São Paulo
Ao lado do estúdios da Rede Globo de SP que, por sua vez, ignorou os protestos em SP e no Brasil, diferentemente da Band e da Record, que transmitiram ao vivo 
Veja no link do  blog do Escrevinhado abaixo mais informações sobre o comportamento da Globo diante das mobilizações
R7
Globo é xingada e impedida de gravar em protesto contra aumento das passagens
Estadão 
Protestos reúnem 230mil em 12 capitais e governantes viram alvo
UOL Folha
Aposentada de 82 anos participa de ato contra as tarifas em SP
Uol
Onda de protestos cresce e leva mais de 250 mil brasileiros às ruas de norte a sul do país
Folha
Aposentada de 82 anos participa de ato contra as tarifas em SP

MANIFESTANTES BLOQUEIAM ACESSO AO PALÁCIO DOS BANDEIRANTES EM SP
Estadão
Ato pacífico em SP  acaba com tentativa de invasão do Palácio
Folha
Grupo de manifestantes bloqueia avenida diante do Palácio dos Bandeirantes
Um grupo de cerca de 100 manifestantes bloqueia desde o início da madrugada desta terça-feira o trecho da avenida Morumbi diante do Palácio dos Bandeirantes --sede do governo de São Paulo. Uma fogueira foi acesa no meio da via, impedindo a passagem de veículos.
Por volta das 6h40, os manifestantes continuavam bloqueando o tráfego no sentido ponte Cidade Jardim. Um agente da CET trabalha no local e alterna o sentido da única pista liberada para que os veículos possam trafegar nos dois sentidos. Mas a quantidade de manifestantes havia caído para 30.
Apesar da interdição, o clima no local é de tranquilidade. Policiais militares permanecem de prontidão dentro do Palácio dos Bandeirantes. Os manifestantes afirmam que continuarão no local indefinidamente
Folha
Com aproximação de protesto, Palácio dos Bandeirantes é fechado
MINISTRO DA JUSTIÇA É CRITICADO POR COLOCAR GOVERNO FEDERAL À DISPOSIÇÃO DE ALCKMIN PARA CONTER PROTESTOS
PARA A DIREITA, DECLARAÇÃO OPORTUNISTA
Folha
Declarações de Cardozo foram oportunistas, diz líder do PSDB
O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), acusa o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo de "ultrajante e constrangedor oportunismo" ao, na sua opinião, explorar "com sofreguidão eleitoral" a crise provocada pelo aumento das passagens em São Paulo.
Na quinta, Cardozo disse o governo estava "à disposição" para cooperar "no que for necessário" na contenção dos protestos. Na sexta, condenou a "extrema violência policial" em São Paulo
PARA A ESQUERDA, DECLARAÇÃO INFELIZ E INOPORTUNA
EM
De que PT é o ministro José Eduardo Cardozo que apoia a repressão de Alckmin?
A imprensa reproduziu amplamente as declarações do ministro José Eduardo Cardozo alinhando-se com o governador do PSDB e com a repressão desencadeada contra manifestantes pela polícia em SP. As declarações do ministro são uma vergonha para o governo e para o PT
INSASTISFAÇÃO DA POPULAÇÃO, PRINCIPALMENTE POR PARTE DOS MAIS JOVENS, MOSTRA QUE GOVERNANTES DÃO ÀS COSTAS ÀS SUAS REIVINDICAÇÕES
BBC
Sensação de 'mal estar' social contribui para protestos
A onda de protestos realizada em inúmeras cidades brasileiras na semana passada é motivada por uma sensação de "mal-estar coletivo", compartilhada em especial pela juventude das grandes cidades.
Na opinião da maioria dos especialistas ouvidos pela BBC Brasil, o fenômeno é mais social do que político e concentra-se nas regiões metropolitanas, onde as sucessivas políticas públicas executadas por governantes locais teriam deixado de atender aos principais anseios da população, sobretudo os mais jovens
ENQUANTO QUE A DIREITA SE MOSTRA INDIGNADA E A ESQUERDA PERPLEXA COM AS MOBILIZAÇÕES PELO PAÍS, REDE GLOBO FINGE QUE NADA ACONTECE NO BRASIL E SETORES DO CONSERVADORISMO, ENTRE OS QUAIS O JORNALISTA ARNALDO JABOR DA GLOBO, MUDARAM O DISCURSO
Escrevinhador
O futuro se escreve nas ruas – por Rodrigo Vianna
Às 19h já era possivel afirmar que a onda de manifestações pelo Brasil é a maior desde o movimento pelo impeachment de Collor. 40 mil pessoas em São Paulo (e crescendo). Outras 40 mil no Rio de Janeiro. Belo Horizonte teve milhares nas ruas, com bombas jogadas dos helicópteros pela PM mineira. Em Brasília, a marcha avançava em direção ao Congresso Nacional.
Tudo isso acontecendo e a Globo passava novela das sete. Fingia que nada estava acontecendo no Brasil. Talvez, para não estragar a Copa das Confederações. Os jovens nas ruas parecem ter deixado a direita indignada e a esquerda perplexa. Ninguém entendeu nada.
Durante o dia, setores do conservadorismo mudaram o discurso. Arnaldo Jabor, que na semana passado havia avacalhado os manifestantes com um comentário boçal no ar, mostrava-se arrependido (ou foi o “comitê central” global que mudou as orientações?), pediu até desculpas. Outros comentaristas da CBN pareciam confiantes na estratégia de levar Dilma para o centro dos protestos. Mesmo assim, a Globo escondia as manifestações. Tudo confuso. A família Marinho parecia não saber bem pra que lado correr

POLÍCIA DA DITADURA CONTINUA INTACTA E PRESENTE EM SP E NO BRASIL
CartaMaior
Olha a polícia da ditadura ! - Por Maria Inês Nassif
Nas últimas semanas, a repressão policial contra manifestantes do Movimento Passe Livre expõe as vísceras de uma PM que sempre torturou, espancou e matou na periferia e no campo, protegida pelo sistema judicial
COMISSÃO DA VERDADE DE SP DEFENDE UMA REVISÃO NO MODELO DA “POLÍCIA MILITARIZADA” EXISTENTE NO PAÍS
Folha
Comissão da Verdade de SP compara atuação da PM à repressão na ditadura
A Comissão da Verdade do Estado de São Paulo divulgou nota nesta segunda-feira (17) em que repudia a repressão realizada pela Polícia Militar contra manifestantes que participaram dos últimos protestos contra o reajuste da tarifa de ônibus em São Paulo, e comparou sua atuação à realizada durante a ditadura militar.
"Não se pode permitir que as mesmas ações praticadas pelos órgãos de repressão durante a ditadura militar (1964-1985) contra opositores do regime sejam repetidas pela ação violenta da PM no período democrático", afirma trecho da nota.
O texto foi divulgado horas antes do quinto protesto convocado pelo Movimento Passe Livre, que teve início às 17h, no largo da Batata.
A nota defende uma revisão no modelo da "polícia militarizada" existente no país. Para o deputado estadual Adriano Diogo (PT), presidente da comissão, deve haver distinção entre as funções das polícias e das Forças Armadas

FUTEBOL CONTINUA SENDO  USADO COMO INSTRUMENTO DE ALIENAÇÃO DA POPULAÇÃO
DIRIGENTES DA FIFA E DA CBF NÃO TÊM AUTORIDADE MORAL PARA CRITICAR MOBILIZAÇÕES QUE QUESTIONAM GASTOS COM A COPA
Terra
Segundo Blatter, manifestantes se aproveitam da Copa das Confederações
O presidente da Fifa, Joseph Blatter, afirmou ao jornal "Estado de São Paulo" que a onda de protestos em várias cidades brasileiras está se beneficiando da Copa das Confederações. Segundo o dirigente, os manifestantes estão utilizando a competição como uma espécie de plataforma.
-Temos visto isso também na Turquia, e temos confiança nas autoridades. O futebol existe para unir as pessoas. Isso está claro e conheço um pouco das manifestações que estão ocorrendo aqui. Acho que as pessoas estão usando a plataforma do futebol e a presença da imprensa internacional para deixar claro certos protestos - foram as palavras de Blatter.
O presidente da Fifa disse que está conversando sobre o tema com a presidente da República, Dilma Rousseff, e com o ministro do esporte, Aldo Rebelo. O dirigente se mostrou convicto de que o sucesso da competição irá se sobrepor aos protestos
Estadão
Marin admite que manifestações são 'preocupantes'
Presidente da CBF criticou a violência dos protestos que tem tomado as ruas do Brasil
"Seria preferível que toda a atenção estivesse voltada exclusivamente para o futebol e acho que essa é a preocupação de grande parte do povo brasileiro", insistiu. "A manifestação sem a violência tem de ser respeitada. Em uma democracia é perfeitamente normal. O que não pode existir é a violência. Ninguém aceita".
Questionado se a violência da polícia não era aceitável, Marin respondeu: "O que estou dizendo é que a manifestação de forma democrática e sem violência tem de ser respeitada. Ninguém aceita a violência, não é o melhor caminho. Sempre fui um homem de diálogo".
Bol
Del Nero sobre protestos: "199 milhões trabalham. E esses querem atrapalhar"
Representante do Brasil na cúpula da Fifa, o vice-presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, afirmou que os manifestantes que atuam em protestos próximos a estádios da Copa das Confederações são uma minoria em relação à população brasileira. Para ele, não houve excesso da Polícia Militar na contenção das críticas à competição.
"Foram quantos que protestaram? Temos 199 milhões que estão trabalhando. E esses querendo atrapalhar", afirmou o dirigente da Fifa. "A polícia brasileira está preparada. Pode haver algum deslize, mas eu não vi nada", acrescentou, afirmando que tem acompanhado as notícias pelos jornais porque não cuida da segurança dos eventos.
O cartola ainda deixou claro que apoia as palavras do presidente da entidade, Joseph Blatter. Mais cedo, o cartola suíço afirmou que os manifestantes estão usando a competição para aparecer e entende que deve haver uma queda no número de protestos. Para Del Nero, esse tipo de coisa não vai se repetir na Copa-2014
GOVERNANTES E DIRIGENTES ESPORTIVOS PAGAM O ÔNUS DE CONSTRUIR NOVOS ESTÁDIOS PARA AS COPAS DAS CONFEDERAÇÕES E DO MUNDO SEM ENVOLVER A POPULAÇÃO NA DISCUSSÃO
SP / JULHO DE 2011
Blog Direito à Moradia
Moradores de Itaquera, zona Leste da cidade de S. Paulo, denunciam exclusão social em obras da Copa em SP
Militantes de movimentos sociais e moradores da região de Itaquera, zona leste de São Paulo, protestaram neste sábado (30) contra o uso de recursos públicos em obras da Copa de 2014. A manifestação ocorreu em frente à estação Corinthians-Itaquera do Metrô. 
“Somos contra o repasse de recursos públicos para obra privada”, afirmou Raimundo Bonfim, coordenador estadual do Centro de Movimentos Sociais e integrante do Comitê Popular da Copa
RJ/ MARÇO DE 2013
Batalhão de Choque invade antigo museu no Maracanã e retira índios