Por Marcelo Marcengo*
O jornal Gazeta do Povo fez uma série de entrevistas com os pré-candidatos à Prefeitura de Curitiba e teve uma surpresa não tão supresa assim. A maioria esmagadora dos respondentes, não fala coisa com coisa.
É um fato que o cargo de alcaíde da Capital do Estado virou trampolim para pretensões maiores. Por causa disso, o povo ficou largado. Tem aqueles que querem concorrer apenas pra ficar na mídia e ser lembrado para uma próxima disputa e tem outros que pretendem ganhar pra aplacar seus desejos de poder. O mais escandaloso deste setor é o ex-tucano Gustavo Fruet, que após passar 8 anos ripando o PT e todos os seus integrantes, de repente vai morrer de amores pelo estilo esquerdista de governar e vai ficar de bico fechado se conseguir apoio efetivo para seus interesses eleitoreiros. Outro escandaloso é o atual Prefeito, que simplesmente não conhece a cidade que governa. Sair pela tangente é sua principal qualidade.
O que deveria ser sério virou trágico. O principal discurso é sobre um metrô** inviável, que será enfiado goela abaixo dos cidadãos que serão obrigados a pagar uma dívida infinita, por um modelo de transporte que em nada ajudará a cidade, mas ajudará sim, e muito, aos empreiteiros e aqueles a eles ligados.
O curitibano corre o risco de ser engambelado mais uma vez no processo eleitoral, como vem sendo nos últimos 15 anos. Prometem algo que nem pretendem cumprir. Como já dito mesmo nas tais entrevistas, a tal Linha Verde, feita para ser uma maravilha de lindeza e de agilidade, deveria ter ficado pronta há 8 anos, não está nem na metade, transformou o trânsito da cidade toda num caos e simplesmente estourou o orçamento, sendo que agora a Prefeitura vende potencial construtivo pra arrecadar dinheiro para levá-la adiante. E o povo? O povo nem sabe o que é isso. Está acostumado a viver numa cidade progressista e não se deu conta que não é nem sombra daquele lugar que tanta fama trouxe para sí.
O processo eleitoral na cidade está, como nos 4 últimos pleitos, sendo levado na zombaria e na arrogância de quem tem o poder. No fundo a culpa é nossa, que não botamos esses espertinhos no paredão.
**O problema não é o metrô em sí, e sim o estilo de metrô que querem construir. Caríssimo, enterrado e desligado dos pontos de necessidade e portanto, dos usuários.
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