por Ana Prestes
- Hoje é um dia importante para as mulheres argentinas. Parlamento vota ampliação do direito ao aborto. Uma grande vigília está sendo convocada para a frente do Congresso a partir de meio dia. Palestras, debates, exposições e transmissão ao vivo da sessão serão realizados do lado de fora. O território estará dividido em dois para manifestantes pró e contra a aprovação da lei. Um mapa bem explicativo foi distribuído para que todos se localizem. O guia conta ainda com telefones de advogados e guia de como não cair em provocações ou lidar em caso de detenção. A campanha pró-direito ao aborto leva a cor verde, que foi decidia em um encontro de mulheres há mais de 10 anos, em 2003, quando elas chegaram à conclusão de que o verde não era apropriado por nenhum partido político e que tinha muita força. Ocupações de escolas fazem parte das mobilizações de estudantes feministas. São várias escolas e universidades “tomadas” pelas estudantes. Mais de 30 mil assinaram um manifesto pró-direito ao aborto. A ministra da educação, Soledad Acuña, se pronunciou irritada sobre as estudantes: “eso del aborto no es cosa de ellas”. A diferença de votos dos parlamentares, que vai decidir a favor ou contra a lei pode ser bem pequena.
- A Nicarágua, que já vive dias de terror, pode entrar em colapso amanhã (14) se for confirmada a paralisação nacional convocada por empresários, atores da sociedade civil e grupos de universitários. O “paro nacional” está convocado para um período de 24 horas a contar a partir deste 14 de junho. A conferência de imprensa que anunciou a convocatória foi dada pelo presidente do Conselho Superior das Empresas Privadas (Cosep); pela presidente da AmCham (Câmara Americana de Comércio); pelo presidente da Fundação Nicaraguense para o Desenvolvimento Econômico e Social (Funides); além de auto-denominados líderes camponeses, universitários e da sociedade civil organizados na “Alianza Cívica”.
- Chanceler austríaco, Sebastian Kurz insiste na construção de centros para migrantes fora do bloco europeu. A ideia já havia sido aventada por ele. Nas palavras dele, em uma entrevista, “há esforços para criar fora da Europa centros de proteção para abrigar refugiados, oferecer uma proteção, mas não uma vida melhor na Europa central”. De onde se infere um discurso preconceituoso de que as migrantes não teriam o direito de almejar uma vida melhor nos países da Europa. Um dos países que poderia abrigar os centros seria a Albânia. O ministro austríaco também disse que estaria funcionando um “eixo” entre Áustria, Alemanha e Itália para combater a imigração.
- Thereza May venceu ontem um embate com o parlamento. Ela conseguiu que fosse rejeitada, por 324 a 298 votos, uma emenda que concedia à Câmara dos Comuns parte do controle sobre a fase final do Brexit. A emenda rejeitada obrigava que o Governo seguisse qualquer indicação do Parlamento no caso de não conseguir alcançar um acordo com Bruxelas sobre os termos de saída da UE ou se as casas legislativas rechaçassem qualquer pacto firmado pela primeira ministra. Por outro lado, Jeremy Corbyn, dos trabalhistas (Labour) enfrenta uma rebelião de sua base quanto a uma emenda que efetivamente manteria o RU no mercado econômico europeu (similar a situação da Noruega). Corbyn é contra a emenda, mas muitos parlamentares do Labour Party podem votar a favor. Os debates seguem hoje (13).
- Ainda no tema sobre Europa e migrantes, a França criticou duramente o governo italiano por não acolher os mais de 600 migrantes do barco Aquarios. Em resposta, o ministro do interior italiano, Salvini, sugeriu que a França acolha mais imigrantes. O governo italiano também convocou seu embaixador em Paris para explicações. Há uma reunião prevista entre Macron e Giuseppe Conte para esta sexta (15).
- A Espanha foi o único país que aceitou acolher o barco Aquarius que ficou bloqueado no Mediterrâneo desde domingo, 10. Agora o barco está a caminho do porto de Valença e o desembarque deve ser no sábado (16).
- No México, aconteceu ontem (12) o último debate entre os candidatos à presidência que disputarão o voto do povo mexicano no próximo 1 de julho. Participaram, López Obrador, candidato da esquerda e líder das pesquisas, Ricardo Anaya, coalizão de direita e o governista José Antonio Meade. Enquanto seus rivais se exaltaram e ameaçaram mostrar contratos comprometedores para Obrador, este ficou como o contemporizador do debate. Enquanto isso, seguem os assassinatos de candidatos das outras esferas da concorrência eleitoral no México. Ontem (12) faleceu uma candidata à prefeita pelo PRI. A candidata havia sido ferida no sábado (9) durante um ato eleitoral. Assim chega a 113 o número de assassinatos no atual processo eleitoral mexicano.
- Do pouco de concreto que saiu da cúpula entre Kim e Trump, uma das coisas que mais chamou a atenção foi o anúncio feito por Trump de que os EUA não mais realizarão exercícios militares conjuntos com os sul-coreanos. Pegou até o Pentágono de surpresa. O ministro da defesa do Japão logo se pronunciou dizendo que as manobras militares conjuntas dos EUA e da CS são vitais para a segurança regional.
- Ainda sobre Kim e Trump, ambos aceitaram os convites recíprocos de visitas. Ontem (12) pela noite era dúvida se os EUA vão ou não retirar as sanções econômicas conforme divulgou a agência estatal norte-coreana.
- Para piorar ainda mais os humores entre Trump e Xi Jinping, os EUA inauguraram ontem (12) uma nova representação em Taipei, capital de Taiwan. O nome do edifício é Instituto Americano em Taiwan. Washington não reconhece Taiwan desde 1979, quando se aproximou de Pequim e trocou o reconhecimento de Taiwan pela China. Segundo autoridades chinesas, a presença dos americanos em Taiwan viola acordos diplomáticos e representa uma interferência em assuntos internos da China.
- A Macedônia agora vai se chamar Macedônia do Norte (falta formalização), em acordo construído com a Grécia após mais de 20 anos de impasse. Gregos tinham receio da assimilação de seu território do mesmo nome, terra onde nasceu Alexandre “O Grande”.
- Há algumas semanas o governo boliviano enfrenta um impasse com movimentos organizados e direção da Universidade Pública de El Alto (UPEA). O conflito começou com propostas por maiores investimentos e cobertura de gastos da universidade. Garcia Linera, vice-presidente, lidera as negociações pelo governo. Protestantes chegaram a ocupar a vice-presidência e fazer greve de fome. Governo já fez propostas. Todas rechaçadas.
- A Copa do Mundo de Futebol de 2026 será na América do Norte. Com jogos nos EUA, México e Canadá. Decisão foi anunciada no dia de hoje em Moscou, durante Congresso da FIFA.
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