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Artistas reivindicam políticas públicas voltadas à atividade circense

11 de Julho de 2013, 16:05 , por Imprensa Comissão de Cultura - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Entre as dificuldades encontradas pelos circenses estão o acesso à educação, saúde e aos mecanismos de incentivo

O retrato do circo no Brasil ainda não é claro. Estima-se que no país atuem aproximadamente 30 mil profissionais, distribuídos entre 2,5 mil circos pequenos, médios e grandes, mas a falta de dados oficiais sobre a atividade incentiva a “invisibilidade” do grupo perante o Estado. Os dados foram citados pela presidente da União Brasileira do Circo, Marlene Querubim, durante audiência pública da Comissão de Cultura, na última terça-feira (9), que tratou do universo circense.

A ideia era conhecer melhor esse universo e promover uma ampla discussão sobre a valorização dos profissionais do circo, bem como formas de financiamento. O encontro gerou mais. Os artistas apontaram as dificuldades vividas pela categoria como o preconceito por sua itinerância, a falta de acesso à escola e até mesmo a precariedade do atendimento à saúde – uma conquista recente para esses profissionais que sequer eram atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) por falta de um CEP.

"Nós somos admirados, respeitados pela sociedade, mas essa mesma sociedade tem preconceito, pois não temos um endereço, um CEP. Vivemos esse antagonismo: de um lado, o povo nos ama por tudo o que o circo representa; de outro, a burocracia e as dificuldades de não existir.Precisamos de um sistema diferenciado para enquadrar os artistas do circo, pois estamos sempre mudando. Eu não tenho como comprovar endereço. Eu não moro, eu estou em um lugar. Cada dia fica mais difícil exercer a atividade circense no país em função da falta de políticas públicas para o circo e foi isso que viemos reivindicar”, destacou Marlene Querubim, que é circense há 34 anos.

Criado no circo desde os oito anos, o deputado Tiririca (PR-SP) é uma das vozes no Congresso Nacional que vem defendendo os direitos dos artistas circenses. Na última semana, o deputado aprovou um Projeto de Lei (PL 5.095/13) que reconhece a atividade circense como manifestação cultural, podendo ser beneficiária dos mecanismos de fomento previstos na referida legislação federal de incentivo à cultura, a Lei Rouanet.

Segundo ele, o circo é a principal forma de diversão e de acesso à cultura de grande parte da população, especialmente daqueles que, por razões socioeconômicas ou geográficas, não têm muitas oportunidades de lazer, porém, lembra, são enormes as dificuldades de sobrevivência, especialmente os pequenos e familiares por falta de incentivo.

Para o deputado Evandro Milhomen (PCdoB-AP), autor do requerimento da audiência pública junto com a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), a audiência foi um momento histórico, pois pela primeira vez, a Câmara recebeu o circo e ouviu suas demandas. “Nós escutamos e procuramos entender os problemas que existem na vida dos circenses, na atividade do circo, nas condições de trabalho dessas pessoas, até na aposentadoria e formação. Creio que esse momento vai desencadear outro, de buscar financiamento, de atender às necessidades primordiais da atividade circense”, defendeu.

Entre as possibilidades vistas pelo parlamentar para incentivo da atividade circense estão: sua inclusão no programa Mais Cultura, financiamento através de bancos públicos, com Caixa Econômica e BNDES, e inclusão de recursos no orçamento do Fundo Nacional de Cultura ou do próprio Ministério da Cultura (MinC) para o circo.

Também participaram da audiência pública, o ator Marcos Frota, a pesquisadora circense Maria Alice Viveiros de Castro, e Marcelo Pedroso, representante do MinC.


Tags deste artigo: circo audiência pública lei rouanet

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