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Cineasta defende empreendedorismo social como ferramenta de transformação

6 de Novembro de 2013, 9:53 , por Imprensa Comissão de Cultura - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Comissão debate empreendedorismo social. Foto: CCULT

Empreendedor social é aquele que aponta tendências e traz soluções inovadoras para problemas sociais e ambientais. Por meio da sua atuação acelera o processo de mudanças e inspira outros atores a se engajarem em torno de uma causa comum. Dezoito experiências deste tipo foram reunidas pela cineasta Mara Mourão no filme Quem se importa? – tema de debate da audiência pública conjunta das comissões de Cultura e de Educação, realizada nesta terça-feira (5) na Câmara dos Deputados. 

A ideia do debate proposto pelo deputado Jean Wyllys (Psol/RJ) era aproximar essa experiência do Parlamento e do Executivo para iniciar uma discussão sobre formas possíveis de se levar essa cultura do empreendedorismo social para dentro das escolas públicas.

“Acho importantíssimo que a gente possa fazer com que nossos jovens, nossas crianças, através da nossa cultura e educação possam perceber o mundo e quererem transformá-lo. Escolas com mais cultura, com mais participação, debate, democracia forma jovens mais conscientes, jovens transformadores”, destacou Juana Nunes, diretora de Educação e Comunicação para a Cultura do Ministério da Cultura.

Quem se importa? é uma aula de empreendedorismo social. São 18 depoimentos de empreendedores sociais de sete países - Brasil, Peru, Estados Unidos, Canadá, Tanzânia, Suíça e Alemanha - que fizeram diferença em suas comunidades por meio de ações pontuais. O filme traz desde o caso de um monge que treina ratos na Tanzânia para achar minas terrestres e identificar o bacilo da tuberculose até o economista Muhammad Yunus, criador do microcrédito e ganhador do Nobel da Paz, em 2006. Yunus conta que conseguiu livrar parte da população de Bangladesh da miséria e dos agiotas, que cobravam juros diários para empréstimos de 0,25 centavos. O Grameen Bank (banco da aldeia, em tradução livre) hoje tem filiais em 44 países, incluindo o Brasil.

O Brasil, aliás, tem seis representantes no filme – muitos atuando na área da saúde, mas também ambiental e até financeira, como Joaquim Melo, que criou uma moeda alternativa no bairro Palmeira, em Fortaleza (CE), para ajudar a população local a manter uma renda circulando no comércio local e dar uma guinada na vida no bairro que começava a ser urbanizado. O Banco Palmas implementa programas e projetos de trabalho e geração de renda utilizando sistemas econômicos solidários, com o intuito de superar a pobreza e ajuda mais de 32 mil pessoas.  

Para o deputado Jean Wyllys, essas iniciativas populares precisam ser levadas em conta. “Nem tudo pode ser solucionado pelo governo e pelas políticas públicas. Unir essa iniciativa da Mara, que é uma cineasta sensível a esses temas, com gestores públicos da educação e da cultura pode resultar em boas políticas públicas e boas iniciativas”, afirmou o parlamentar que conheceu o trabalho de Mara no TEDx Ribeirão Preto, onde os dois foram palestraram sobre o tema “Como a comunidade pode mudar a humanidade”.

O debate foi mais uma iniciativa da Subcomissão Especial destinada a tratar os assuntos afetos à Cultura, Direitos Humanos e Minorias – extinta no dia 16 de outubro pelo presidente da Câmara, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB/RN), após acolher uma Questão de Ordem da bancada evangélica que dizia que a subcomissão tratava de um assunto de competência de uma comissão permanente da Casa.

“Essa é mais uma prova de que há, sim, uma ponte entre cultura, direitos humanos e minorias. Nós temos um produto da cultura, que é este filme da Mara, que traz 18 histórias de vida de empreendedores sociais, e que trabalha temas que diz respeito às minorias e à defesa dos direitos humanos. Portanto, é um aspecto da cultura, não só entendida como arte e espetáculo, mas como modo integral de vida, que afeta as minorias e que defende os direitos humanos”, destacou Jean Wyllys.

Para o deputado professor Sérgio de Oliveira (PSC/PR) a audiência foi uma lição de vida. “São 18 exemplos de pessoas que passaram a não pensar só em si, ganhar dinheiro, mas passaram a pensar no mundo e transformar a vida das outras pessoas.” 

Sensibilizar para o tema e ampliar o debate eram os objetivos da cineasta Mara Mourão. Para ela, iniciar essa aproximação com o Parlamento e com o Executivo é uma possibilidade real de levar o empreendedorismo social às escolas. “Se 3% das crianças fossem educadas para serem transformadoras, a gente mudava o mundo em pouco tempo. Empreendedorismo social não se aprende nos livros. É que nem andar de bicicleta: tem que fazer pra aprender. Tem que treinar, montar grandes times, transmitir credibilidade e sentir na pele a felicidade de causar transformação positiva ao seu redor. Isso contamina o jovem, pois ele se empodera, descobre que pode realmente atuar e isso fica como um valor pro resto da vida”, pontuou. 

Para dar sequência ao debate, Juana Nunes se propôs a articular um encontro entre os ministérios da Cultura e da Educação com a cineasta e o deputado Jean Wyllys para viabilizar a exibição do filme nas escolas públicas do País – iniciando, assim, esse debate na esfera pública. 


Tags deste artigo: empreendedorismo social comissão de cultura da câmara dos deputados jean wyllys mara mourão professor sérgio de oliveira juana nunes

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