Deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) defende indicação de Celso Furtado como patrono da economia como posição ideológica. Foto: CCULT
Ainda menino, Celso Furtado registrou em um diário seu desejo em entender o Brasil. Dessa inquietação nasceu sua busca pela compreensão do subdesenvolvimento e em apontar caminhos para as mudanças necessárias ao País - questões que permearam toda sua trajetória intelectual. Por sua contribuição intelectual e política, o deputado Paulo Rubem Santiago (PDT/PE) indicou em projeto de lei a declaração de Celso Furtado como patrono da economia brasileira.
O projeto que tramita na Câmara desde 2012, teve parecer aprovado na Comissão de Cultura na quarta-feira (21). “É uma enorme satisfação trazer para esta Casa a oportunidade de nós resgatarmos a obra desse grande economista que foi Celso Furtado. Nunca foram tão atuais suas reflexões, sobretudo, nesse momento em que o mundo vive sua pior crise do capitalismo financeiro, algo que ele denunciava em 1998, quando escreveu O capitalismo global”, destacou o autor da matéria.
"Tomamos essa decisão, pois nos identificamos em pensar o Brasil a partir da superação dos entraves ao subdesenvolvimento”, afirmou o deputado, que vislumbra a possibilidade do debate ideológico ao longo da tramitação da matéria na Casa.
Luciana Santos (PCdoB/PE), relatora do projeto, lembrou quão inovadora e atual permanece a obra deixada por Furtado e lembrou que não há como fugir do embate político-ideológico no parlamento.
Para a presidente da Comissão, deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ), a aprovação dessa nomeação enriquece os debates da Comissão de Cultura. “No mundo capitalista de hoje, em crise, rever alguns conceitos presentes na obra de Celso Furtado contribui muito. Nosso papel é enfrentar este debate e, para tanto, ter como base esse legado é um privilégio." disse.
O PL 4.160/2012 segue agora para votação na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC).
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