Mais um episódio dessa comédia bufa em que se converteu o julgamento do mensalão é dizer que Peluso é sumidade do Direito Penal.
A imprensa que tem lado e quer, custe o que custar, a condenação de Dirceu, já pautou o julgamento e agora busca definir quais ministros podem ou não julgar.
Primeiro foi a pressão pelo impedimento de Toffoli, mas nenhuma palavra sobre as recentes diatribes de Gilmar Mendes, que se dizia chantageado por esses que qualificou como “bandidos”, justamente os réus da AP 470, nem sobre as suspeitas sobre seu envolvimento no mensalão do PSDB, a origem.
Depois, para que o julgamento se conclua antes da aposentadoria de Peluso, que ideologicamente se alinha à direita como a imprensa, ou que este, vejam só, antecipe o voto, em excepcional inversão do procedimento.
Mas não dá para dizer isso sob luz do dia, às claras, porque senão até os mais gaiatos perceberiam a natureza política do julgamento.
Então vale tudo, como na manchete principal do UOL de hoje que converteu Peluso em autoridade do Direito Penal.
Até meu estagiário primeiranista de Direito sabe que essa não é a praia de Sua Excelência, que é professor de processo civil e autor de obras de direito de família. Logo, não é por essa razão que a imprensa, a fórceps, exige que Peluso emita seu voto.
Mentira? Então vale conferir o currículo do Ministro publicado no site do STF: http://www.stf.jus.br/arquivo/cms/sobreStfComposicaoComposicaoPlenariaAp…
Será que o pessoal da redação da Folha não sabe acessar a internet?
Não creio, como não posso crer que os Ministros aceitem mais essa pressão para realizar julgamento a toque de caixa, segundo o ritmo da grade de programação da Globo e não o da Constituição e das leis, o que seria a completa e cabal desmoralização da Justiça deste país.
Yuri CarajelescovNo Advivo
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