O gaúcho Ronaldo Hermann Schmitz |
O novo presidente do Banco do Vaticano é o economista gaúcho Ronaldo Hermann Schmitz. Nascido em 30 de outubro de 1938 em Porto Alegre, ele era vice-presidente do Banco do Vaticano na gestão de Ettore Gotti Tedeschi, recém destituído. Depois do ensino médio no Rio de Janeiro, Schmitz estudou Administração de Empresas e Economia entre os anos de 1958 e 1962 na Universidade de Colônia. Após vários cargos em empresas menores, em 1980 ele foi nomeado para a Diretoria Executiva da BASF. Depois, em 1990, ingressou como Gerente Geral do Deutsche Bank.
A história de sua ascensão ao cargo é típica do Vaticano. No último dia 25 de maio, o Conselho de Supervisão do Instituto para as Obras de Religião (IOR), conhecido como o Banco do Vaticano, destituiu o então presidente da instituição, o economista italiano Ettore Gotti Tedeschi. O comunicado, expedido pelo Escritório de Imprensa da Santa Sé, era duro: “O Conselho adotou por unanimidade a decisão de destituir o Presidente, por não ter desempenhado várias funções de importância primordial para seu cargo”.
Após conhecer a decisão do Conselho, Gotti Tedeschi disse no mesmo dia à agência italiana ANSA: “Estou entre a ansiedade de explicar a verdade e não querer incomodar o Santo Padre”. ”Meu amor pelo Papa prevalece inclusive sobre a defesa de minha reputação que foi posta em questão”, acrescentou. O comunicado não precisava as razões da destituição.
Marcinkus: "“Não se pode dirigir a Igreja apenas com Ave Maria” |
O IOR foi fundado em 1942 numa iniciativa do papa Pacelli (Pio XII). Hoje, é governado por um Conselho de Administração formado por 5 laicos — um deles presidente –, e existe uma Comissão de Cardeais que o fiscalizam.
Muito se falou sobre a permanência de Marcinkus no IOR durante o pontificado do papa Wojtyla (João Paulo II). Durante aquele período, 100 milhões de dólares foram repassados para a federação sindical polonesa Solidarnosc (Solidariedade), dirigida por Lech Walesa, ponta-de-lança do papa Wojtyla em sua cruzada pelo fim do comunismo. Na era pós-Marcinkus, como escreveu Gianluigi Nuzzi no best seller Vaticano S/A, surgiu um novo e sofisticado sistema de contas cifradas tendo como artífice o cardeal Donato de Bonis: “Contas cifradas de banqueiros, empresários e políticos de ponta”.
Ettore Gotti Tedeschi, o presidente destituído |
Agora, Gotti Tedeschi, com uma vida de serviços prestados no Vaticano, espera por uma conversa com Ratzinger. Já se fala que assumirá outro cargo de prestígio.
No citado comunicado, o Conselho Supervisor do IOR assinalava que se iniciava um “processo de busca de um novo e excelente Presidente, que ajudaria o Instituto a restabelecer relações amplas e eficazes entre com a comunidade financeira, apoiadas no mútuo respeito dos padrões bancários internacionalmente aceitos”.
Milton RibeiroNo Sul21
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