
Tudo começou em 2007, quando o então ex-vice-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab decidiu que a cidade estava feia demais com todos aqueles outdoors espalhados por aí sem ordem ou licença de funcionamento e que essa bagunça tinha que acabar (como se a culpa pela fiscalização porca não fosse jurisdição dele). Aquilo tudo gerou muito burburinho mas no final ele extinguiu os outdoors de São Paulo. E daí se quase 20 mil pessoas perderam o emprego do dia pra noite, se agora eu consigo ver o Rio Pinheiros da janela do meu quarto… Mas o que devia ser o fim da polêmica, parece que foi o impulso que o Kassab precisava pra ampliar sua onda de proibições.

E como se não bastasse todas essas limitações (algumas não justificadas), agora um projeto de lei que está sendo discutido pretende proibir a venda E consumo de bebidas alcóolicas em lugares públicos de São Paulo! O QUE!? Quer dizer então que eu não vou poder mais tomar uma cerveja na rua/praça/posto de gasolina? Essa não, aí já é demais…

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Campos Machado, o (ir)responsável |
O infeliz que propôs esse absurdo é o deputado Campos Machado (PTB), e eu nem sei por que ele acha que isso é bom. E nem quero saber, na real, eu já achava que essa onda proibitiva tinha ido longe demais antes de eles quererem tirar de mim a minha cerveja. A questão é que a lei ta sendo discutida em âmbito estadual, ou seja, se ela for aprovada, nem na praia vai poder rolar aquele cooler com cerveja nem as caipirinhas de quiosque. VAI TÁ TUDO PROIBIDO MERMÃO!
Parece um absurdo, né? Mas não vai faltar gente grande pra apoiar uma vez que a lei é bem específica e limita os locais de consumo a casas e bares. Com isso eles conseguem apoio de grandes estabelecimentos e de associações como a Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de São Paulo. E quem se ferra são os pequenos, como fez questão de nos esclarecer o empresário Percival Maricato, diretor jurídico da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel):
“A lei ajuda os proprietários de bares que pagam aluguel pesado e precisam concorrer com pessoas que vendem nas portas de garagens”
Tá, e quem vai ajudar aquela senhorinha que vive de vender cerveja na porta da garagem dela?
Se aprovada na Assembleia Legislativa de SP, a proposta vai precisar apenas da assinatura de Alckmin para entrar em vigor. E tudo indica que ele não relutará em sancionar, uma vez que a população de São Paulo já foi muito bem treinada a aceitar uma proibição nova. Por que se alimentar gente que passa fome e ajudar a fazer reciclagem são crimes hoje em dia, imagina beber na rua então?
Que Al Capone nos proteja.
No Scrotos
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