Site “Turminha do MPF” distribui material para ser usado em salas de aula; tem ilustrações, infográficos e condena antes do julgamento; para advogados do PT, trata-se de “lavagem cerebral”, que deveria ser coibida pela Justiça
“A partir de hoje vamos falar sobre um assunto bem sério”. Assim começa o material “Honestidade no Dia a Dia”, produzido pelo Ministério Público Federal, comandado pelo procurador-geral Roberto Gurgel, para ser distribuído em salas de aula pelo Brasil afora.
Em quadrinhos, com ilustrações, linguagem didática e infográficos, o material fala em “julgamento histórico” e diz que o responsável é Roberto Monteiro Gurgel Santos. O texto ensina ainda às crianças que como os “crimes” tiveram como resultado o “uso indevido do dinheiro público”, “todos nós somos vítimas”.
Quando um aluno perguntar o que foi o mensalão, lá estará a resposta, na versão de Gurgel. “Como então conseguir o apoio de partidos que não tinham afinidade ideológica com o PT? A partir dessa dificuldade, alguns dirigentes do partido teriam montado um esquema de desvio de dinheiro público para patrocinar o pagamento de propina a deputados federais de oposição e assim conseguir o apoio deles no Congresso”. Gurgel não explica como a maior parte dos recursos foi distribuída a parlamentares do próprio PT, que, em tese, não precisariam ser comprados para apoiar o governo Lula no Congresso.
No material didático, a turminha de Gurgel também fala sobre os réus. José Dirceu, por exemplo, “associou-se aos dirigentes do seu partido e a empresários do setor publicitário e financeiro para corromper parlamentares em troca de apoio às ações do governo do PT”. O texto sobre Dirceu traz links para editoriais como “A corrupção que impede o progresso do Brasil”.
Reação do PT
Indignados, advogados do PT pretendem entrar com representação judicial para retirar o material do ar e também vetar seu uso em escolas públicas ou privadas. Alegam que se trata de doutrinação ideológica, propaganda negativa contra o partido e “lavagem cerebral” nas crianças.
Para quem quiser conferir, basta acessar aqui.
No 247
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