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Daniela

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June 14, 2012 21:00 , by Daniela - | No one following this article yet.

Eleições: de onde vem a grana?

July 28, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Certos políticos responderiam a pergunta acima com uma ironia: “A origem do dinheiro é sempre a Casa da Moeda” – capaz de apagar a linha existente entre o realismo e a hipocrisia.
Ressalvadas as eventuais e poucas exceções, todas as despesas em campanhas eleitorais, a exemplo das moedas, têm dois lados: a contabilidade legal e a ilegal.
Essa última, o famoso “caixa 2”, configura crime eleitoral. Poucos candidatos e pouquíssimos partidos escapariam da Justiça Eleitoral se a prestação de contas fosse submetida ao rigor das lupas. Mesmo essas, de segunda categoria, vendidas pelos camelôs nas calçadas das grandes cidades.
Eleições como as que conhecemos não se fazem sem dinheiro. E a democrática massificação das competições exige muito dinheiro. Há regras para o uso dos recursos e para as doações oficiais.
Levantamento feito pela Transparência Brasil dá a dimensão do custo oficial das eleições municipais de 2004 e 2008. A soma dos gastos de campanhas de prefeitos e vereadores, em 2008, ultrapassou a casa dos 2 bilhões de reais. Um aumento superior a 700 milhões de reais se comparado aos gastos na disputa para a prefeitura, que teve, no último pleito municipal, um número menor de candidatos. Na competição para a prefeitura houve aumento acima de 50 milhões de reais. Havia também um número menor de candidatos inscritos.
Se for considerada, em hipótese bastante otimista, a relação de um 1 real oficial para 1 real não declarado, essa última eleição municipal (2008) terá girado mais 4 bilhões de reais.
De onde vem essa grana não declarada?
Esse é o núcleo da questão formado a partir desse furacão político que atingiu o PT em 2005, chamado de “mensalão”, agora em hora de julgamento definitivo no Supremo Tribunal Federal (STF).
“Mensalão” é uma criação do ex-deputado Roberto Jefferson. Advogado sagaz, ele usou essa construção linguística precisa para o escândalo político buscado.
Roberto Jefferson. Criador da palavra fatal.
Foto: Eduardo Naddar/ Ag. O Globo
Tudo nasceu da aliança entre o PT e o PTB em torno da eleição municipal de 2004. Nada a ver, portanto, com as votações de interesse do governo no Congresso. Eis um argumento fundamental de Luiz Francisco, advogado de Jefferson, incluído nas considerações finais enviadas ao STF: “Não se tratava ali de apoio ao governo federal”.
A eleição era municipal. O advogado explicou: “O acordo (…) envolveu a doação financeira dos petistas para os petebistas da ordem de 20 milhões de reais”.
Esse ponto na defesa de Jefferson é suficiente para desmontar a ideia, construída por ele próprio, de que havia uma verba mensal para deputados que votassem com o governo. Mas a mentira, pregada mil vezes, virou verdade.
Volta a pergunta: de onde vem esse dinheiro, 4 milhões de reais, que o PT repassou ao PTB?
A doação de um partido para o outro, em aliança, é legal. Em 2004, estava regulada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), conforme afirma o advogado Luiz Francisco. Mas qual a origem desse dinheiro?
Neste caso haveria um erro primário do Ministério Público, registrado pela defesa de Jefferson. O dinheiro é tratado pelo MP como irregular, ilícito, embora o texto da denúncia faça referência explícita como de origem “ainda não identificada”, conforme consta na Folha 10.
Dinheiro sem identificação não pode ser identificado como ilegal sem que seja feita a prova. E, segundo o PT, ele é fruto de recursos próprios e de empréstimos bancários. O STF decidirá.
Mauricio Dias
No Rosa dos Ventos



Folha inocenta Dirceu

July 28, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Como diz a Folha no pé do editorial: o julgamento tem que ser feito fora dos autos.
Imagem enviada pelo amigo navegante Marco Antonio Borges
Saiu em editorial da Folha com a suposta intenção de condenar o Dirceu:

À espera do mensalão

(…)
Evidências colhidas em sete anos de investigações, entretanto, não seriam suficientes, aos olhos de alguns especialistas, para caracterizar a ilicitude em duas questões centrais: a finalidade do esquema e a natureza dos recursos.
Não há nos autos elementos que sustentem de forma inequívoca a noção de que o objetivo do mensalão era comprar respaldo no Congresso. Sem a demonstração de que os pagamentos foram oferecidos em troca de apoio parlamentar, perdem alguma força as acusações de corrupção.
Quanto ao dinheiro, o STF precisará se pronunciar sobre sua origem, se pública ou privada. Comprovar o desvio de recursos públicos é pré-requisito para algumas acusações de lavagem de dinheiro, por exemplo.
(…)
Logo, não há como condenar o Dirceu – e muitos outros.
Como diz a Folha no pé do editorial: o julgamento tem que ser feito fora dos autos.
Tem que ser político.
Ou, como diz o editorialista, um julgamento para ficar na História.
Que História?
A escrita pelo Otavinho?
Em tempo: essa montagem do Marco Antonio Borges é um barato, não?
Paulo Henrique Amorim



‘Conversation piece’

July 28, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Esses americanos... Lá existe o que eles chamam de conversation piece, que vem a ser qualquer coisa que sirva para começar uma conversa. Digamos que você vai receber na sua casa uma pessoa com a qual não tem nenhuma intimidade, afinidade e, principalmente, assunto.
Para que a visita não transcorra em constrangedor silêncio, você coloca em cima da mesa de centro alguma coisa — um livro, uma escultura, uma cabeça mumificada — que despertará a curiosidade do visitante, que indagará a respeito e lhe permitirá dissertar sobre o seu significado e sua história.
Com sorte, e com um conversation piece bem escolhido, a conversa sobre este tópico único pode durar a visita inteira e dispensar a busca de outros assuntos.
— Esse fuzil...
— Fabricação japonesa. Comprei quando eu estava pensando em me tornar um serial killer. Depois, comecei com as aulas de sapateado e fui para outro caminho, mas o arsenal ficou. Tenho o porão cheio de armas, se você quiser vê-las depois...
— Sim, sim. Gostaria. Você parece ter tido uma vida muito interessante.
— Tive. Tudo começou quando mamãe me colocou na máquina de lavar roupas por engano, junto com minhas fraldas, e só me retirou no fim do ciclo.
Não deixa de ser admirável e lamentável ao mesmo tempo uma sociedade tão prática que prevê o embaraço social e inventa maneiras de evitá-lo e precisa de acessórios para começar uma conversa.
CORREÇÕES
O Sergio Augusto, entre outros, corrigiu minha coluna da quinta passada, quando, comentando o efeito que o massacre da noite de estreia poderia ter na bilheteria do novo filme do “Batman”, escrevi sobre um filme maldito de décadas atrás chamado “Romona” que supostamente dava azar. O filme não se chamava “Romona” e sim “Ramona”.
Na mesma coluna chamei o Alexander Cockburn de Alexander Woodcock. Pelo menos deixei o cock do homem intacto.
Perdão, leitor.
Estou tentando localizar o vazamento de neurônios para estancá-lo.
Luís Fernando Veríssimo



Charge online - Bessinha - # 1371

July 28, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet



Jornal Gazeta do Povo propõe violência contra a Síria

July 28, 2012 21:00, by Unknown - 0no comments yet

Charge de Latuff – Opera Mundi.
O jornal curitibano Gazeta do Povo está batendo pino faz algum tempo. Veja se eu não tenho um pingo de razão, caro leitor.
No mês passado, o jornalão saiu em defesa do golpe de Estado no Paraguai reclamando em editorial da “rapidez das sanções políticas, impostas pelos membros do Mercosul e da Unasul, que suspenderam o Paraguai desses organismo. Segundo a opinião do jornal, “os países que condenaram o golpe ‘abusaram da cláusula democrática’ (sic) ao punir os golpistas”.
Não é que a Gazeta do Povo aprontou outra vez neste sábado (28)?
Em novo editorial, o jornal que em tese defende a paz — através da campanha Paz Sem Voz é Medo — propõe a violência física para a solução do problema sírio ao dizer que “o caminho mais seguro é dar condições para que os próprios sírios derrotem Assad, com o fornecimento de recursos, armas e equipamentos aos rebeldes”.
É mole ou quer mais?
Aqui em Curitiba não pode violência, mas na Síria, no Oriente Médio, pode descer a bala, pode matar a vontade porque está longe mesmo!
Santa hipocrisia, meu Zeus!
É a primeira vez que se vê em pleno século XXI uma imprensa belicista no país. “Coisa de loco”.
Reiteradas vezes, a presidenta Dilma Rousseff vem propondo uma solução diplomática na Síria.
No Blog do Esmael