Tática de Alckmin para destruir Serra já começa a dar resultados
August 16, 2012 21:00 - no comments yet![]() |
Alckmin abandonado por Serra. A vingança é um prato que se come frio. |
Por outro lado, Alckmin engoliu as duas derrotas, de 2006 (presidência da República) e 2008 (prefeitura de São Paulo), valendo-se da inegável força tucana no estado de São Paulo e elegeu-se governador em 2010. Aí o quadro inverteu-se, com Serra ficando sem mandato, mas, prometendo, em seu discurso de reconhecimento da derrota para Dilma, que voltaria a disputar a presidência do país.
Para não ficar fora da arena política, Serra acabou aceitando disputar novamente a prefeitura de São Paulo, depois de atropelar os candidatos que disputariam uma prévia interna no PSDB, marcadas após Serra declarar que não voltaria a disputar aquele cargo.
Desde então, Alckmin vem executando com notável frieza uma vendetta contra seu ainda colega de partido, mas desafeto inconfundível. Primeiro, tirou o pão malufista da boca do candidato tucano, privando-o daquele que ainda tem muito prestígio com o eleitorado conservador; depois, maquinou para que o PTB mantivesse candidatura própria, roubando mais um naco político da aliança serrista, bem como um precioso tempo de TV. A propósito, tanto o PP de Maluf quanto PTB de Luiz Flávio D'Urso ocupam secretarias no governo Alckmin, o que faria naturalmente que apoiassem Serra, caso o governador fizesse um pequeno esforço.
Não foi o que ocorreu. A pesquisa de ontem do IBOPE já mostra o resultado desse isolamento. Serra cai - começou com 30% de intenções de voto e na de ontem está com 26%, empatado com Celso Russomano(PR), para quem perderia, segundo simulação de um 2º turno, além de ver o petista Haddad subir de 6% para 9%, antes do início do horário eleitoral. Além disso, Serra lidera com folga o nada agradável quesito rejeição com 37%, ou seja, tendo contra si mais de 1/3 do eleitorado.
Se continuar assim, Alckmin terá liquidado a pretensão de Serra voltar a disputar a presidência da República. Talvez, tenha chegado ao fim a carreira do mais antipático político pós Nova República, marcada por uma arrogância não justificada por um comportamento ético exemplar, longe disso, conforme prova o livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr; muito menos qualquer laivo de competência, na medida em que tudo aquilo que alardeou como feitos de sua autoria sempre tinham outro alguém como autor. Já vai tarde e será substituido com muito proveito pelo vácuo.
No IlhargaQue liberdade é esta?
August 16, 2012 21:00 - no comments yet![]() |
O engenheiro e o doutor. Que diriam eles de como ficaram seus partidos? Foto: Arquivo/AE e Rolando de Freitas/AE |
Do PMDB dos dias de hoje, que diria o Doutor Ulysses? Digo, aquele que enfrentou os cães raivosos da ditadura, ironizou a “eleição” de Ernesto Geisel ao criar sua anticandidatura e liderou a campanha das Diretas Já. E do PDT, que diria Leonel Brizola, um dos poucos a esboçarem uma tentativa de resistência ao golpe de 1964, cassado e exilado, no retorno vigiado pelo poder ditatorial no ocaso, e ininterruptamente perseguido pela Globo? Quem ainda recorda as duas notáveis figuras tem todas as condições para imaginar o que diriam.
A CPI do caso Cachoeira acaba de escantear a convocação do jornalista Policarpo Jr., diretor da sucursal de Veja em Brasília, que por largo tempo manteve parceria criminosa com o contraventor. As provas irrefutáveis da societas sceleris apresentadas por CartaCapital na edição da semana passada não somente foram olimpicamente ignoradas pela mídia nativa, o que, de resto prevíamos, mas também não surtiram efeito algum junto à CPI. A qual, como se sabe, teria de apurar em todos os aspectos os crimes cometidos pelo talentoso Carlinhos e seus apaniguados. Entre eles, está demonstrado, Policarpo Jr.
Se as façanhas da semanal da Editora Abril não entraram na pauta da CPI é porque aqueles que nela representam PMDB e PDT são contrários à convocação do jornalista de Veja. Há precedentes para explicar. Sem justificar, é óbvio. Quando dos primeiros sinais de que Policarpo Jr. estava envolvido no entrecho criminoso, um dos filhos de Roberto Marinho foi a Brasília para um encontro com o vice-presidente da República e líder peemedebista Michel Temer. Tomava as dores de Roberto Civita, nosso Murdoch subtropical, sob a alegação de que alvejar Veja significaria mirar na mídia nativa em geral e pôr em xeque a liberdade de imprensa. Outro encontro, no mesmo período, Temer teve com o presidente-executivo da Abril, Fábio Barbosa. Cabe lembrar que fato igual não se deu nos tempos da censura dos ditadores a alguns órgãos de imprensa, quando os Marinho se relacionam com extrema cordialidade com os ministros da Justiça (Justiça?), e Veja estava sob censura feroz.
E eis que surgem as provas cabais da participação de Policarpo Jr., mas a vontade dos barões midiáticos prevalece, com a inestimável contribuição do PDT, escudado nos argumentos de um notório simpatizante das Organizações Globo, Miro Teixeira, idênticos, palavra por palavra, àqueles usados por um dos Marinho na conversa com Temer. Donde, caluda, como se nada tivesse ocorrido, de sorte a cumprir a recomendação da casa-grande: nada de encrencas, deixemos as coisas como estão. Encrencas para quem? Para a minoria privilegiada, omessa. E a liberdade de imprensa? É a de Veja agir como bem entende.
Encaro meus acabrunhados botões, e pergunto: e que diria vovô Brizola de Brizola Neto? Será que Miro Teixeira pesa mais na balança do poder do que o ministro do Trabalho? Pesa ao menos dentro do PDT, a ponto de ofender impunemente a memória do engenheiro Leonel. É a observação dos botões, sugerida como conclusão inescapável.
Confesso algo entre o desconforto e o desalento. Indignação e revolta eu experimentava durante a ditadura, hoje sobrevém a desesperança. A mídia nativa é o próprio alicerce da casa-grande. Não há, dentro do seu espaço, impresso ou não, uma única voz que se levante para pedir justiça. É o silêncio compacto da turba, enquanto os seus porta-vozes invectivam contra a corrupção, sempre e sempre petista, e desde já decidem o resultado do processo do chamado “mensalão”. Pretendem-se Catões, são piores que Catilina.
Os botões me puxam pela manga. Ah, sim, esqueci: uma voz se levanta, a do Estadão, para noticiar que Gilmar Mendes, este monstro sagrado da ciência jurídica nativa, solicita um inquérito público a respeito de CartaCapital. Motivo: a nossa denúncia da sua participação do valerioduto mineiro. Mendes diz até ter estudado na Alemanha, deveria saber, porém, que no caso o único caminho é nomear advogado e mover demanda no Penal.
Em compensação, esta semana Roberto Jefferson se tornou personagem de destaque por ter apontado no ex-presidente Lula o chefão da quadrilha. Ele mesmo, o Jefferson que no começo da história, quando já havia embolsado 4 milhões de reais despejados pelo valerioduto nos seus bolsos, cuidou de isentar o então presidente.
Nem tudo é desgraça nas pregas do momento: na terça 14, o Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou por unanimidade a decisão de primeiro grau que reconhece como torturador o coronel Carlos Brilhante Ustra, comandante do DOI-Codi por certo período dos anos de chumbo. É a primeira vez que um órgão colegiado da Justiça brasileira afirma os crimes de um agente da ditadura civil-militar. Com isso, abre-se a porta para processos similares no Cível. A demanda movida pela família Teles, que conta com cinco torturados na masmorra do coronel Ustra, valeu-se do destemor e do saber do jurista Fábio Konder Comparato, infatigável na defesa da causa. Seu desfecho, pelo menos até agora, representa um avanço, mas a lei da anistia, condenada nas instâncias internacionais e tão limitativa das nossas aspirações democráticas, continua em vigor.
Ao cabo da semana, os botões sustentam condoídos que a casa-grande está de pé, inabalável, certa da cordialidade da senzala, como diria Sérgio Buarque de Holanda.
Mino CartaNo CartaCapital
STF vai mudar e João Paulo Cunha terá julgamento concluído na segunda feira
August 16, 2012 21:00 - no comments yet
João Paulo Cunha
A Têmis, deusa da Justiça, deve mudar o figurino na segunda feira próxima, 20 de agosto, quando será reiniciado o julgamento do processo apelidado de Mensalão. E ela irá aparecer, — ao contrário do que ficou decidido ontem na sua Corte, com o processo do Mensalão cortado, fatiado em 8 pedações. Cada pedaço será apreciado por cada ninistro que, depois de cada fatia, dará o seu juízo.
O risco será o ministro Peluso comer apenas algumas fatias, pois se aposentará em 3 de setembro próximo.
É bom lembrar que no Supremo Tribunal Federal (STF) o “tempo já fechou” várias vezes entre os ministros. Só que desde a colocação do Mensalão em pauta, — e um calendário enfiado goela abaixo ao ministro Lewandoviski –, os fios supremos estão desencapados e dando curto a cada sessão.
Ontem, por uma questão metodológica sobre o voto do relator Joaquim Barbosa, o revisor Lewandoviski falou em grave violação à garantia constitucional do devido processo legal, a gerar, evidentemente, nulidade atacável por habeas corpus. E, até, poderá gerar reclamo para a Comissão Interamericana de Direitos Humanos provocar a Corte Interamericana da OEA.
Nesse clima e ainda ontem, os advogados enviaram um representante à tribuna do Supremo para avisar que estão perplexos com a falta de unidade no julgamento.
Na Roma antiga, julgava-se com um “grano salis” (grão de sal), ou seja, com temperança. E temperança significa equilíbrio, tolerância e controles das paixões e vaidades.
Para entender a divergência havida ontem no STF, vou usar uma imagem futebolística. O ministro Barbosa quer comentar o jogo fatiando em minutos os lances da partida. Lewandowiski só quer comentar os 90 minutos sem interrupções..
O STF, – com essa mesma composição de ministros –, já usou das duas metodologias. E pelo ficou decidido ontem, mas não digerido, cada ministro vai usar da metodologia que quiser.
Ontem mesmo, – logo depois de encerrada a sessão –, começou o trabalho de convencimento de Lewandoviski e para aceitar o tal fatiamento. Ele deu sinal verde.
Até segunda feira e pelo voto de Barbos, — que poderá mudar até o final do julgamento —, estão condenados o deputado João Paulo Cunha, Marcos Valério e os seus dois sócios.
Cunha está, até o momento, condenado por dois crimes de peculato, lavagem de dinheiro e corrupção passiva.
No peculato a pena mínima é de 2 anos e a máxima de 12, fora a multa.
Na lavagem de dinheiro, a pena varia de 3 anos a 10 anos. Na corrupção passiva, a pena varia de 2 anos a 12 anos.
No caso de soma das penas mínimas em face de eventual condenação de João Paulo Cunha (ele é primário e os peculatos são crimes continuados), a pena final será de 7 anos e 4 meses, mais multa. Com essa pena, João Paulo não irá para a cadeia fechada, pois cabe regime semi-aberto.
Caso condenado definitivamente, Cunha se torna inelegível. Mas, como já frisei anteriormente, a condenação definitiva pelo Supremo não acarreta perda do mandato de deputado federal. Só a Câmara poderá cassar o mandato, por maioria absoluta e votação secreta.
Para O Globo, Equador deflagrou guerra diplomática ao 'desafiar Reino Unido'
August 16, 2012 21:00 - no comments yet
É inacreditável a capacidade das Organizações Globo e da mídia corporativa em geral de manipular, distorcer, torturar a informação até que ela confesse o que eles desejam.
Hoje, a primeira página de O Globo faz chamada para reportagem sobre o caso Assange (veja reprodução acima) desta forma:
Londres ameaça prender Assange
O Equador desafiou o Reino Unido e deu asilo a Julian Assange, deflagrando uma crise diplomática. Londres reagiu e disse que não haverá salvo-conduto, chegando a ameaçar prender o criador do WikiLeaks na embaixada. (...)
O que aconteceu foi exatamente o oposto:
Reino Unido desafiou o Equador, chegando a ameaçar prender o criador do WikiLeaks na embaixada, deflagrando uma crise diplomática. O Equador reagiu e deu asilo a Julian Assange.
É impressionante o comportamento bajulatório de nossa mídia colonizada, que ainda estende tapete vermelho para antigos senhores do mundo, ignorando até a Convenção de Viena, respeitada por todos os povos:
É preciso deixar claro que a Convenção de Viena, de 1962, proíbe claramente essa invasão dos locais diplomáticos, conforme seu artigo 22:
“1. Os locais da Missão são invioláveis. Os Agentes do Estado acreditado não poderão neles penetrar sem o consentimento do Chefe da Missão.
“2. O Estado acreditado tem a obrigação especial de adotar todas as medidas apropriadas, para proteger os locais da Missão contra qualquer intrusão ou dano, e evitar perturbações à tranquilidade da Missão ou ofensas à sua dignidade.
“3. Os locais da Missão, em mobiliário e demais bens neles situados, assim como os meios de transporte da Missão, não poderão ser objeto de busca, requisição, embargo ou medida de execução”.
Nenhuma lei interna de país aderente a convenção internacional dessa magnitude, pode sobrepor-se ao Tratado. Nos 50 anos de sua vigência, isso nunca ocorreu. [Fonte]
Assange pediu asilo ao Equador porque o Reino Unido resolveu enviá-lo à Suécia, de onde quase certamente seria despachado aos Estados Unidos, onde pode ser condenado à morte, porque mostrou ao mundo, entre outras coisas, estas imagens de um helicóptero americano Apache assassinando civis (inclusive crianças) no Iraque, em 2007:
A tudo isso o Globo dá uma banana, e como jornal bananeiro se curva ao ex-grande império, que hoje se comporta como cãozinho amestrado dos EUA.