Reconhecidos
“Hoje se inicia um novo ciclo, histórico, das nossas mulheres gestantes e o povo da nossa comunidade. A gente se sente acolhido, visto e pertencente à proposta de acolhimento do hospital”, disse Nicinha Tupinambá, líder da comunidade. Os Tupinambá doaram um colar à instituição, “de todas as cores e de todos os tamanhos, representando a igualdade que precisa ser exercida”. Participante do ato, a coordenadora de Educação Permanente da instituição, enfermeira Ayalla Campos, disse que o hospital rompe as barreiras do modelo hospitalocêntrico com uma política pública de saúde extramuro inclusiva e de qualidade. O diretor médico, Samuel Branco, comentou que ao usar o cocar, se sentiu parte do processo. “Claro que continua não sendo meu lugar de fala, mas não deixa de ser meu lugar de luta”, escreveu.
Esta foi a segunda aldeia visitada pela equipe do HMIJS em menos de um mês. A primeira foi a Itapoã, também na região do Acuípe. “Foi ainda um momento de troca de experiência e informações junto à equipe do DSEI, que atende às comunidades Tupinambá. Cada dia damos mais um passo para a habilitação do serviço especializado em nossa unidade”, afirmou a diretora-geral. Com a iniciativa proposta pela direção, o atendimento ganhará qualificação na prestação do serviço, respeitando contextos interculturais, cuidados tradicionais e a presença de atividades de educação permanente nas aldeias, dentre outros importantes eixos, conforme previsto em Portaria do Ministério da Saúde.
População grande
Os Tupinambá estão situados em uma área de 47 mil quilômetros quadrados entre os municípios de Ilhéus, Buerarema e Una, no Território Litoral Sul da Bahia. São 23 aldeias tradicionais e pelo menos 90 por cento desta área ficam localizados no município de Ilhéus. A maior parte da comunidade é formada por mulheres.