A Biblioteca Nacional inaugura no dia 4 de julho a exposição “Euclides da Cunha. Os sertões, testemunho e apocalipse” por ocasião dos 120 anos da morte do escritor.
A exposição Euclides da Cunha. Os sertões, testemunho e apocalipse, que abre dia 4 de julho, revisita Os Sertões, ressaltando sua prosa, o contraste entre o capital e o sertão e as divergências entre seus ideais e suas vivências no sertão, como explicam as curadoras Beatriz Jaguaribe, Maria Eduarda Marques e Helena Severo: “Para os idealistas da República, a inépcia e a violência do Exército na guerra de Canudos sabotaram as aspirações de uma modernidade civilizadora. Para os seguidores de Antônio Conselheiro, o fim de Canudos significou desespero e morte. Das ruínas desta história, a escrita de Euclides da Cunha permanece como monumento narrativo e testemunho das cicatrizes da nação”.
Dividida em quatro módulos – Os Sertões, Canudos, A República imaginada e a vida carioca, e Canudos 2017 – uma exposição fotográfica, sob o olhar de Joaquim Marçal e Celso Brandão, a exposição percorre uma linha do tempo da exposição concebida pela curadoria que começa em 1830, com o nascimento de Antônio Conselheiro, vai a 1866, quando nasce Euclides da Cunha; lembra 1888 quando ele tenta quebrar sua espada do Exército à frente do Ministro da Guerra e depois desliga-se da corporação e começa a carreira de jornalista, como defensor da república no jornal A República de São Paulo, hoje O Estado de S. Paulo; vai até a posse de Prudente de Morais, primeiro presidente civil e chega à Guerra de Canudos, em 1896/1897: o primeiro enfrentamento dos seguidores de Antônio Conselheiro com as tropas do governo da Bahia; os ataques do Exército brasileiro contra o Arraial de Canudos, que passou a ser considerado foco monarquista; o cerco final, a morte de Antonio Conselheiro e a rendição final de Canudos, arrasado e incendiado, em 1897.
Em 1901, Euclides da Cunha, que fora enviado a Canudos como correspondente do “A República de São Paulo”, publica no jornal o que seria a primeira versão de Os Sertões, editado em 1902, e dois anos mais tarde é eleito para a Academia Brasileira de Letras e para o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro.
Em 1904, vai para a Amazônia, como chefe da comissão mista brasileiro - peruana de reconhecimento do Alto Purus, com o objetivo de cooperar para a demarcação de limites entre o Brasil e o Peru.
Euclides morre em 1909 no Rio, vítima de tiros passionais de Dilermando de Assis, amante de sua mulher, no que ficou conhecido como “A tragédia de Piedade”.
Estarão expostas 130 peças do acervo da Biblioteca Nacional, cinco desenhos a carvão de Adir Botelho (pertencentes ao Museu Nacional de Belas Artes) e 14 imagens de Flavio de Barros, cedidas pelo Museu da República.
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