As declarações do operador financeiro Lúcio Funaro à Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre o repasse de R$ 1 milhão para o ex-presidente da Câmara Federal, ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), comprar votos a favor do impedimento de Dilma Rousseff, no ano de 2016, não foram surpresas para uma enorme parcela dos políticos. Quem corrobora com a afirmação é o deputado baiano Valmir Assunção (PT), que voltou a frisar que o impeachment “foi um duro golpe na democracia” e que a crise atual é reflexo justamente “da instabilidade econômica gerada pela quadrilha que tomou o governo federal”. Assunção pede a anulação do processo de impedimento e não poupa críticas ao governo de Michel Temer (PMDB), ao dizer que as denúncias colocam Cunha e o presidente como cabeças de uma organização criminosa.
“Cada dia fica mais evidente que o impeachment foi o golpe de uma quadrilha que tomou o poder de assalto. Dilma é uma mulher honrada e era uma presidenta eleita com legitimidade, pelo voto direto. Diante de tudo fica evidente que o processo fraudulento de impeachment precisa ser anulado. Esse governo não tem a menor ideia do que é administrar. O povo pobre deste país voltou a viver dias de instabilidade. O desemprego, os cortes estruturais do orçamento, o fim de políticas agrárias e sociais, tudo isso é culpa de Cunha, Temer e todo o ‘quadrilhão’. Eles agora não têm mais força para buscar o que destruíram quando eram presidente da Câmara, aprovando várias pautas bombas, e vice-presidente da República - acirrando o clima de tensão na base governista de Dilma”, salienta Valmir.
Para o deputado federal, Cunha e Temer são elos fundamentais para se compreender o que ocorreu durante o processo de impedimento de Dilma. Segundo Valmir, ambos atuaram com força para derrubar a presidente eleita. “São duas peças importantes para se desvendar os crimes cometidos durante o processo de impedimento da presidenta Dilma. Foram eles que capitanearam os votos a favor com dinheiro de propina e com a certeza de que se salvariam das denúncias de corrupção, formação de quadrilha, obstrução da justiça e desvio do erário. São crimes em cima de crimes, e agora, a Câmara Federal tem outra chance de derrubar esse governo golpista aprovando a denúncia contra Temer e o afastando da presidência”, completa.