A atenção deve ser direcionada a todas as faixas etárias e a recomendação é que essas práticas sejam realizadas com conhecimento mais técnico a fim de evitar acidentes. O Dr. João Cantinho, do Instituto de Educação Médica (IDOMED), explica que nunca se deve acender fogos perto do corpo ou de materiais inflamáveis. Nos casos de queimadura, não usar receitas caseiras, a exemplo de pasta de dente, manteiga, entre outros. A orientação é lavar o local com água corrente em temperatura ambiente e cobrir com pano limpo. Após isso, procurar atendimento médico imediatamente em casos graves (queimaduras extensas, profundas ou em áreas sensíveis como rosto, mãos e genitais).
O médico ainda acrescenta que no curto prazo os acidentes podem causar dor intensa, infecções, risco de instabilidade nos casos de queimaduras extensas e risco de amputação em casos graves. No médio prazo, inclui uma cicatrização demorada, necessidade de enxertos e limitação de movimentos. Por sua vez, no longo prazo, a tendência é haver sequelas permanentes, como deformidades, perda de sensibilidade e traumas psicológicos. O Dr. João pontua que na área intensivista o protocolo de atuação nesses tipos de acidentes é priorizar “o controle da dor, hidratação e avaliação de vias aéreas (se houve inalação de fumaça) com foco na estabilização. Também se avalia a gravidade, ou seja, se forem queimaduras profundas (2º e 3º graus) exigem internação, às vezes em UTI, para prevenir infecções e falência de órgãos. Além disso, o tratamento especializado pode incluir cirurgias, suporte nutricional e reabilitação multidisciplinar”.
Fogo, fumaça e queimadura: especialista alerta para perigos à saúde dos olhos.
As práticas nas festas juninas que envolvem explosões, fogos e fumaça também exigem atenção redobrada aos olhos. O oftalmologista do Instituto de Educação Médica (IDOMED), Breno Leão, observa que a fumaça pode causar uma conjuntivite química nos olhos pela ação de gases tóxicos e também a queimadura provocada por pequenas fagulhas que voam da fogueira e mesmo pedaços maiores de brasas. Com os fogos “temos o problema da fumaça, além de fragmentos das explosões que podem atingir os olhos e mesmo outros objetos que podem ser arremessados devido à explosão de bombas”, alerta.
O especialista também ressalta que a queimadura causada pela fumaça é um tipo de queimadura química que pode causar conjuntivite ou mesmo ceratite se atingir a córnea e provocar reação. “Além disso, temos a queimadura de pálpebras e da pele do rosto, que pode ser de primeiro grau (devido à radiação térmica emitida pela fogueira), segundo e terceiro grau pelo contato direto e indevido de brasa ou outro material incandescente diretamente na região da face e dos olhos”, pontua. Outro alerta, nesses casos, é para situações mais graves, “como a contusão e lacerações de região periocular e o tecido ocular propriamente dito causado por fogo ou por fogos de artifício”, destaca Dr. Breno.
Cuidados com a saúde dos olhos.
O Dr. Breno compartilha, ainda, que é imprescindível manter precaução por meio do uso de óculos e luvas de proteção com o intuito de evitar acidentes mais graves. Ele reitera que em caso de ocorrência de acidentes com queimaduras na região dos olhos a primeira providência é lavar a área afetada com soro fisiológico ou água limpa filtrada em grande quantidade para esfriar a área queimada. “Posteriormente, fazer compressa gelada e procurar atendimento médico especializado com oftalmologista, pois ele será capaz de avaliar a gravidade e extensão dos danos e indicar a conduta e o tratamento adequados”, endossa.
Entre as demais orientações, é importante não passar cremes ou mesmo gorduras como azeites, manteiga ou margarina nas áreas afetadas para não contaminar/infeccionar o ferimento.
Por: Camila Anjos.