Desde o início da pandemia, estratégias de incentivo à vacinação adotadas na Bahia serviram de exemplo para todo o país e seguem sendo destaque quando se trata do calendário regular de imunização e incentivo à retomada dos altos índices vacinais.
“Criamos um manual de boas práticas de vacinação e fizemos toda uma estrutura que segue sendo aplicada até hoje, fazendo com que os imunizantes cheguem a todos os municípios baianos. Aliado a isso, intensificamos as campanhas de vacinação e conseguimos garantir que as vacinas cheguem às comunidades afastadas”, explica a diretora da Vigilância Epidemiológica do Estado, Márcia São Pedro.
Uma dessas estratégias é o Programa Vacina Bahia. Criado pelo Governo do Estado no mês de fevereiro deste ano. A iniciativa busca fortalecer o calendário vacinal de todas as faixas etárias, principalmente no grupo de crianças até um ano, com foco no aumento da cobertura das vacinas Pentavalente, Pneumo 10, Tríplice Viral e a contra a Poliomielite.
A ação iniciou focando nos 43 municípios com até 100 mil habitantes com as mais baixas coberturas vacinais e, desde o início de setembro, foi expandida, passando a recorrer à estratégia da busca ativa e levando os agentes de imunização até as comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas dos municípios baianos.
“O Vacina Bahia veio para mudar o cenário dos baixos índices de vacinação no estado. Nós disponibilizamos veículos para levar os vacinadores a comunidades mais distantes, técnicos de enfermagem e computadores para serem utilizados nas salas de vacina. Nessa segunda etapa, estamos apostando na estratégia que chamamos de ação extramuro, onde garantimos levar a vacina para algumas pessoas que muitas vezes não conseguem chegar aos postos de saúde. Ampliamos nosso campo de atuação e também passamos a ter como foco a vacinação de quilombolas, indígenas, comunidades ribeirinhas, além da busca ativa em escolas”, afirma Roberta Santana.
Para viabilizar a ação, foram investidos mais de R$ 4,6 milhões na contratação de vacinadores, treinamento e capacitação de equipes, bem como infraestrutura e locação de veículos, além de buscar unir esforços com as autoridades e conselhos de saúde do Estado e dos municípios.
Em 2022, a cobertura vacinal na Bahia atingiu a taxa de 75,6% para vacinação contra a Poliomielite, 75,4% Pentavalente, enquanto 79,4 % foram vacinados contra a Pneumocócica e outros 75,6 %, para a Tríplice Viral. Em 2023, apesar dos números ainda estarem defasados por conta de um problema no banco de dados do Ministério da Saúde que atrasa a atualização dos índices, o Estado já registra uma pequena melhora nas taxas de imunização, registrando cobertura de 75,4% para Poliomielite; 75,8% para Pentavelente; 80,2% da Pneumocócica e 75,8% para a Tríplice Viral. A meta do Estado é que o índice alcance, no mínimo, 95% do público alvo de cada imunizante.
Mas, apesar dos exemplos claros da eficácia da vacinação, mais de 11 milhões de baianos estão com o reforço da vacina bivalente, contra a Covid, em atraso – fator que ainda preocupa.