Eu vi o julgamento de Aécio no Senado; depois vi as postagens dos amigos revoltados... não vi nem ouvi panelas, não li postagens dos imbecis de baixa capacidade cognitiva e nenhum senso moral do MBL e afins; não vi convocações para o “Vem pra rua”... não vi nada, sobre nada.
É sério que alguém não sabia que o Senado colocaria de volta na cadeira um dos líderes do bando? É sério que alguém não sabia que isso foi acertado no empate no STF lá atrás ...?
Meus amigos, não era contra a corrupção, nunca foi. Era contra Dilma, era contra o PT, era contra a legislação trabalhista, era contra o negro na universidade, era contra as conquistas sociais dos LGBTS, era contra índios, quilombolas, contra o meio ambiente, contra a classe média (você), era contra você, mas você não sabia.
Ontem um amigo Advogado me disse uma frase durante uma palestra:
“Eu libertei 1000 da escravidão. Poderia ter libertado mais 1000 se eles soubessem que eram escravos”. (Harriet Tubmam).
Eram vocês a quem eu defendia, não era o PT, não era Dilma, tão certo como não era “contra a corrupção” que eles bradavam, ou postavam vídeos no Facebook, faziam dancinha e coreografia ridícula...
Elegeram vereadores capitães do mato, entram nas palestras nas universidades pra gritar, pra latir, até pra morder... patrulham a nudez, como se fossem eles os donos da moralidade. E você? Acreditou, vestiu uma camisa amarela e bateu uma panela.
Era você, o escravo que eu tentava alertar sobre a própria condição. Agora está tudo aí na sua cara, mas você pode continuar, se quiser, porque, diferente “deles”, eu sou contra a ditadura e contra a corrupção.
Podem continuar pagando o pato.
Texto: Professor Iran Furtado