Outro sinal de desgaste veio de lideranças regionais que, em 2022, estiveram ao lado de Neto, mas agora se aproximam do governador Jerônimo Rodrigues (PT). Prefeitos de cidades do semiárido e do extremo sul, antes alinhados ao ex-prefeito de Salvador, têm buscado interlocução direta com o Palácio de Ondina, atraídos pela força da máquina estadual e pela capacidade de investimento do governo petista.
A situação expõe um dilema para ACM Neto, é que enquanto pesquisas ainda o colocam em posição competitiva, a falta de entusiasmo de aliados históricos e a dificuldade em agregar novos apoios fragilizam sua narrativa de renovação. O União Brasil tenta reorganizar o tabuleiro, mas a sensação é de que a candidatura perdeu o brilho e já não mobiliza como antes.
Nos bastidores, comenta-se que a estratégia de Neto de manter-se distante de polêmicas e apostar apenas em sua imagem de gestor eficiente não tem surtido efeito. O eleitorado baiano, acostumado a campanhas mais vibrantes e polarizadas, parece pouco seduzido por um discurso que soa repetitivo.
Enquanto isso, Jerônimo Rodrigues segue consolidando sua base com prefeitos e parlamentares, reforçando a imagem de que o governo estadual mantém o controle político do território. Para o PT, cada aliado que se afasta de Neto é mais um tijolo na construção de uma reeleição sólida.
O cenário de 2026 ainda está em aberto, mas a fotografia atual mostra um ACM Neto isolado, tentando segurar uma candidatura que já não desperta a mesma confiança nem entre seus próprios correligionários.