Em 2019, o fisioterapeuta se tornou o primeiro sergipano classificador funcional na modalidade Parabadminton, chancelado inicialmente pela Confederação Brasileira de Badminton (CBBD) e posteriormente pela Federação Mundial de Badminton (BWF) nível I, através de aprovação em um curso na Colômbia e vem contribuindo no campo da saúde para a modalidade nos últimos anos em todo o país, realizando a classificação funcional dos atletas para disputarem nas categorias da modalidade esportiva.
Elenilton explica que o objetivo da classificação é garantir sempre a igualdade de condições na disputa. Por isso, devem ser realizados exames diagnósticos e físicos; avaliação funcional, com testes de força muscular, amplitude de movimento articular, medição de membros e coordenação, além de exame técnico-funcional, que consiste na demonstração da prova em si, com o atleta utilizando as adaptações necessárias.
“No caso da seleção brasileira de parabadminton, quem realiza essa classificação sou eu e outros fisioterapeutas. A classificação é a base do Movimento Paralímpico, ela determina quais atletas são elegíveis para competir em um esporte e como os atletas são agrupados para a competição”, esclareceu o fisioterapeuta, que também é docente do Centro Universitário Ages, instituição pertencente ao Ecossistema Ânima.
Os atletas paralímpicos são agrupados pelo grau de limitação da atividade decorrente do comprometimento. Estão divididos em seis classes funcionais: WH1 E WH2: classes funcionais de cadeiras de rodas; SL3 E SL4: classes funcionais de pessoas com deficiência nos membros inferiores que andam; SU5: classe funcional de pessoas com deficiência nos membros superiores; SH6: classes funcionais de baixa estatura e SI: classe funcional para atletas com deficiência intelectual (classe que não faz parte do programa dos Jogos Paralímpicos).
“Para ser elegível para competir, o atleta deve ter uma deficiência comprovada que seja permanente e tenha verificável limitação funcional diante dos critérios estabelecidos pela federação mundial da modalidade, além de ser aprovado na banca de avaliação funcional. Em casos de atletas limítrofes para a classificação, estes poderão ficar em revisão. Se um atleta tem uma limitação que não é permanente, ou não o impeça de competir com atletas sem deficiência, então este atleta é considerado inelegível”, completou.
O docente celebra as participações com êxito e vive atualmente um momento especial de sua trajetória profissional contando nos próximos dias com compromissos com a defesa do Doutorado em Ciências da Saúde. O fisioterapeuta membro da seleção de badminton não estará presente nas Paralimpíadas deste ano, mas destaca:
“Não tenho dúvida que nossa seleção terá um excelente desempenho. Não participarei fisicamente, mas deposito total apoio a nossa equipe para o crescimento da modalidade e estarei em contato durante os jogos. Outros colegas de profissão estarão cuidado do time lá em Paris. A minha parte como classificador e fisioterapeuta do ciclo paralímpico foi cumprida, com muitas experiências. Assim como foi na minha primeira participação em olimpíadas (Rio 2016) e em Jogos Parapanamericanos (Santiago-Chile 2023), só tenho a agradecer a oportunidade de participar de um ciclo tão importante como foi esse de Paris. Hoje parabenizamos três grandes atletas que estão representando o país e com certeza trarão medalhas”, vibrou.
Como funciona o esporte?
O badminton é estruturado para pessoas com deficiência física e compôs o programa dos Jogos Paralímpicos pela primeira vez em Tóquio 2021. Para praticar a modalidade, atletas em cadeira de rodas e andantes utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes.
Por: Grecy Andrade.