Com vigílias, sarau poético e atos em frente à prefeitura, o sindicato recorreu à arte da resistência: música, poesia e cultura popular nas noites do acampamento. "JHC, saia do Instagram e venha dialogar com a Educação no mundo real", clamaram os grevistas em protesto contra a falta de negociação efetiva.
Segundo o sindicato, faltam comando, coerência e projeto político na gestão da educação. Professores relatam atrasos salariais, ausência de transporte adequado, falta de materiais básicos e clima de desorganização nas escolas. O secretário de Educação até mantém diálogo, mas insiste em acordos que nunca saem do papel.
Em escala estadual, o governo ainda carrega o peso da opacidade sobre o Fundeb: recurso suplementar que deveria ser integralmente aplicado na valorização docente. A falta de prestação de contas detalhada alimenta a desconfiança sobre o real comprometimento com a educação pública.
Até aqui, a gestão JHC tem mantido silêncio ou recuado para o discurso institucional. Há tensões com a retirada de instrumentos de protesto, faixas e acampamentos foram tratados como símbolos de desordem. Não se registram avanços concretos na pauta da categoria, e a intransigência persiste como método político.
Mais do que uma greve, o conflito na educação de Maceió revela uma crise de governabilidade no governo JHC. A mobilização ousada do Sinteal não apenas denuncia falhas estruturais e administrativas, mas também reflete uma ruptura entre as promessas eleitorais e a governança real.