Devia ser meados de 1970.
Recebo pela primeira vez José Borba Pedreira Lapa, meu advogado durante os quatro anos de prisão na Penitenciária Lemos Brito.
Defino procedimentos: não sou criminoso e nem devo pedir desculpas por ter lutado contra a ditadura.
Criminosos são os generais que deram o golpe e Médici, que é um assassino covarde.
Proclame, insista, não há crime de seu cliente, que apenas exerceu o direito de levantar-se contra a tirania.
Lapa nunca deixou de ser fiel ao que defini como diretriz, não obstante pudesse me prejudicar perante meus algozes - fui condenado a oito anos em três processos e saí em liberdade condicional em 1974.
Lembrei disso ao ler as palavras de Lula, altivas, ele também certo de sua inocência.
Condenaram-no por razões políticas, sem uma única prova.
E o preso político não se verga.
O povo brasileiro tem reconhecido tudo que ele fez.
E continuará na luta para vê-lo livre e para recuperar direitos e a democracia.
Lula é uma ideia.
Eles são incapazes de derrotá-lo, por mais que tentem.
#LulaLivreJá.
Por Emiliano José.