Um retrato da negligência administrativa em Canindé de São Francisco
A doação de peixes, prática comum em municípios brasileiros para garantir que famílias carentes possam seguir a tradição católica, sempre foi um ato de respeito em Canindé. Contudo, em 2025, a administração de "Machadinho" transformou o gesto em vergonha nacional. Centenas de moradores, ao receberem os alimentos, viralizaram nas redes sociais vídeos que expõem peixes apodrecidos, com odor insuportável e textura decomposta. As imagens, além de chocantes, revelam a falta de fiscalização e o descaso criminoso da prefeitura.
Em resposta ao alvoroço, o vice-prefeito Joséildo Pank e a secretária de Inclusão Social, Joana Honorato, tentaram justificar o ocorrido com explicações frágeis e absurdas. Alegaram que uma empresa contratada pela prefeitura entregou peixes "moles" e menores que o acordado (750 gramas). Mas qual é, exatamente, a desculpa para enviar alimentos estragados a quem já vive em vulnerabilidade? O termo "moles" é um eufemismo cínico para produtos impróprios para consumo, jogados no lixo por moradores revoltados.
Enquanto isso, o prefeito Machadinho, em viagem à China custeada com dinheiro público, postava vídeos nas redes sociais dizendo estar "trabalhando pelo município". A pergunta que não cala: quem paga essa farra? Enquanto a população recebia lixo disfarçado de alimento, o gestor usava recursos públicos para promover sua imagem no exterior. Não bastasse o fiasco, a ausência de Machadinho no momento crítico evidencia prioridades invertidas: negócios pessoais acima do povo.
Este caso não é apenas sobre peixes podres. É sobre a falta de transparência e desumanização da pobreza. A tradição da Semana Santa, que deveria unir a comunidade, foi usurpada por um governo que trata seus cidadãos como meros figurantes de um teatro de incompetência. Canindé de São Francisco merece respostas — e, acima de tudo, uma administração que não troque a dignidade do povo por peixes apodrecidos e discursos vazios.
Chega de assistencialismo negligente