Na ausência do poder público, coube a um morador anônimo tomar a frente. Pegou as chaves do veículo, assumiu o volante e conduziu a criança até o hospital, salvando sua vida. "Deus o abençoe", ecoaram os presentes, entre alívio e revolta.
O episódio não é isolado. Sob o comando do prefeito Machado Barbosa (União Brasil), conhecido como Machadinho, Canindé vive uma sequência de desmandos. O ditado "casa abandonada não se sustenta de pé" parece guiar a administração local. Se antes havia esperança, hoje restam denúncias de descaso em setores essenciais, como saúde e infraestrutura.
Enquanto o anonimato do motorista voluntário vira símbolo de solidariedade, a prefeitura mantém silêncio. Como justificar a falta de um profissional em um serviço crítico? Por que vidas dependem da sorte de um cidadão corajoso?
A pergunta que ecoa nas ruas é incômoda: Até quando Canindé será refém da incompetência? O caso da ambulância parada não é apenas um erro burocrático — é um retrato de uma gestão que virou as costas para seu povo.
A população exige respostas. Se a atual administração não consegue garantir o básico, quem pagará pelo próximo desastre? Enquanto Machadinho se cala, a comunidade aprende uma lição dura: em Canindé, a esperança está nas mãos de vizinhos, não no prefeito.