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Dimas Roque

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O julgamento de Bolsonaro no STF e o medo dos “lobos solitários”

21 de Outubro de 2025, 19:41 , por Dimas Roque - | No one following this article yet.
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Brasília amanheceu em alerta máximo. O julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro no Supremo Tribunal Federal, marcado para esta semana, mobilizou não apenas ministros e advogados, mas também um aparato de segurança sem precedentes. O receio não é apenas de manifestações organizadas, mas da ação imprevisível de indivíduos isolados, os chamados “lobos solitários”, que preocupam autoridades desde os episódios de violência política registrados nos últimos anos.

A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal confirmou que reforçou o efetivo policial em toda a Esplanada dos Ministérios. O plano inclui barreiras de acesso, monitoramento aéreo e a presença de equipes de inteligência em tempo integral. Segundo reportagem da CNN Brasil, o alerta foi intensificado após a tentativa de um homem de ingressar no STF com explosivos em novembro de 2024, episódio que deixou marcas profundas na rotina de vigilância da capital.

O julgamento em curso trata da suposta participação de Bolsonaro em uma trama para desacreditar o processo eleitoral e incentivar atos golpistas. A acusação, conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, sustenta que o ex-presidente ultrapassou os limites da liberdade de expressão ao incitar ataques contra as instituições democráticas. A defesa, por sua vez, insiste na tese de perseguição política e questiona a competência do Supremo para julgar o caso.

Enquanto os advogados trocam argumentos, o clima fora do tribunal é de tensão. A CartaCapital noticiou que o esquema de segurança prevê a atuação conjunta de forças locais e federais, com foco em identificar possíveis ações individuais que escapem ao radar das manifestações coletivas. A preocupação é que pequenos grupos ou pessoas isoladas tentem repetir atos de violência semelhantes aos de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas.

O Supremo, por sua vez, busca reafirmar sua autoridade institucional. Para os ministros, o julgamento é mais do que a análise de condutas individuais. Trata-se de um recado claro de que a democracia brasileira não tolerará aventuras autoritárias. A expectativa é de que a decisão, qualquer que seja o resultado, seja acompanhada de perto por organismos internacionais atentos à estabilidade política do país.

No entorno da Praça dos Três Poderes, o clima é de vigilância constante. Policiais militares circulam em viaturas, drones sobrevoam a região e barreiras físicas delimitam o acesso de manifestantes. O governo do Distrito Federal informou que a prioridade é evitar confrontos e garantir que o julgamento ocorra sem incidentes. A estratégia é clara, neutralizar riscos antes que eles se transformem em tragédias.

O processo contra Bolsonaro simboliza um divisor de águas. Se por um lado expõe as fragilidades de um sistema político ainda marcado pela polarização, por outro reafirma a capacidade das instituições de responder a ataques contra a ordem constitucional. O temor dos “lobos solitários” é real, mas a mensagem que Brasília tenta transmitir é de que a democracia, apesar das ameaças, permanece de pé.


Fonte: http://www.dimasroque.com.br/2025/10/o-julgamento-de-bolsonaro-no-stf-e-o.html

Dimas Roque

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