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Dimas Roque

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Reação à pobreza energética e projetos ecológicos

29 de Julho de 2025, 8:02 , por Dimas Roque - | No one following this article yet.
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Quando o sol queimando pinga sobre a caatinga, ele não só seca a terra: refaz um caminho. Nas veias ressecadas do Semiárido, iniciativas silenciosas crescem como plantas teimosas, gerando luz, alimento, dignidade.

Agricultoras e agricultores abraçam uma revolução solar. O programa Um Milhão de Tetos Solares (P1MTS) da ASA quer levar energia às casas do sertão, individual ou comunitária, atendendo 4 mil famílias em 60 municípios no Nordeste e Minas Gerais. Os sistemas individuais geram cerca de 300 kWh/mês por família e podem reduzir até 95 % da conta de luz, gerando economia e conforto doméstico profundo.

São dez fábricas-escolas sendo gestadas nas regiões dos oito estados onde o projeto se espalha com foco na capacitação de jovens como eletricistas sociais. Tecnologia vinda de baixo, de dentro das comunidades.

No sertão de Ibimirim (PE), o projeto Ecolume combina agricultura e energia solar. Sob os painéis, tecnicamente planejados, brotam hortaliças, galinhas, peixes. Água reciclada, produção agroecológica, alimento e luz como se fossem frutos da mesma raiz.

Essa é a nova fronteira: sistema agrovoltaico que planta futuro sem desmatar, que junta alimento e energia para alimentar corpos e mentes.

Na comunidade Açude da Rancharia (Juazeiro, BA), um modelo de saneamento rural ganha forma: esgoto doméstico tratado por energia solar, água reaproveitada para alimentação animal, triagem de lixo e banheiros dignos para famílias antes invisíveis. Tudo isso articulado por uma comissão local, com formação técnica e gestão comunitária assistida pela CAR e o projeto Pró-Semiárido.

Em 28 de julho de 2025, o BNDES e o Governo da Bahia pactuaram R\$ 299 milhões no programa Sertão Vivo, beneficiando 75 mil famílias no semiárido baiano. São recursos para práticas agrícolas adaptáveis às mudanças climáticas, promovendo resiliência, inclusão e segurança alimentar por toda a região.

A pobreza energética — muitas vezes invisível — vira protagonista: famílias que mal conseguiam pagar a conta de luz agora têm energia para cozinhar, estudar, refrigerar alimentos e produzir.

A água, ainda escassa, vira recurso múltiplo: espécies, irrigação e reuso são trilhas que se conectam com o sol para garantir autonomia.

A agroecologia sai da labuta silenciosa e se mostra modelo viável — e lucrativo. Agroecologia não é moda: é futuro sustentável com identidade e renda digna.


Fonte: http://www.dimasroque.com.br/2025/07/reacao-pobreza-energetica-e-projetos.html

Dimas Roque

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