Ao atacarem a Presidenta Dilma Rousseff, que tinha se colocado contra qualquer forma de desvio de conduta em seu governo, políticos e empresas atingidas montaram uma operação para retira-la do cargo. Eles não admitiram que seus esquemas fossem paralisados. Iria faltar para as campanhas e montagem de estrutura pessoal. Já as corporações jogavam com todos os lados. O importante para seus administradores era que, fosse quem fosse o vencedor da briga, eles queriam estar dentro.
E é aí que o entendimento fica mais difícil. O que levou esse pessoal a sabotar o esquema que eles disseram existir e eram beneficiados?
Como diz Mino Carta, “até o mundo mineral” sabe que a JBS dos irmãos Batistas, é o que é hoje, a maior vendedora de carne no mundo, porque teve acesso a linhas de crédito do BNDS – Banco Nacional de Desenvolvido. E deixemos claro, de forma legal. Beneficiados por um governo que deu oportunidade aos empresários brasileiros de expandirem seus negócios e competirem pelo comercio mundial.
A Odebrecht é uma empresa presente no Brasil e em mais 26 países, como anunciada em sua página na internet, foi também, uma das mais beneficiadas pelo cacheiro viajante, Luís Inácio Lula da Silva. O ex-presidente não mediu esforços para “vender” as empresas no exterior e atrais com isto serviços para elas, beneficiando cada uma delas e o Brasil, já que suas sedes ficam aqui no país.
E os partidos políticos, da direita, passando pelo centro e indo até a esquerda. Muitos fizeram parte dos governos Petistas ocupando ministérios, diretorias em estatais e cargos a granel por todo o país. Algumas dessas agremiações estiveram beneficiadas até as vésperas da votação que afastou a presidenta Dilma. Se fosse definir este a atuação destes políticos com o título de um filme, seria, “dormindo com o inimigo”. É tão absurda a história de traição que há relatos que horas antes do impedimento, algumas dessas pessoas teriam feito juras de amor e no Congresso nacional votado pelo golpe.
Banqueiros foram acusados de terem seus lucros aumentados enormemente, beneficiados por uma política econômica que tinha um ambiente externo favorável, proporcionando grandes lucros. Como entender que este setor tenha, segundo a imprensa, “participado” da articulação do golpe, colocando inclusive dinheiro na “compra de votos” favorável ao afastamento de Dilma Rousseff.
O silêncio
Mas nada é mais impressionante que o silêncio das pessoas que foram e ainda são beneficiadas pelos programas sociais implantados pelos governos dos presidentes Lula e Dilma. Pessoas que foram e são beneficiados por programas como o FIES, PróUni, Territórios da Cidadania para as zonas rurais. Bolsa-Família, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Luz para Todos, Brasil Alfabetizado e Educação de Jovens e Adultos, Pronatec, Rede Cegonha, Mias Médicos, Brasil Sorridente, Brasil Conectado (internet), Cidades Digitais, Samu, ProJovem Urbano, Minha Casa, Minha Vida, Ciência Sem Fronteiras, Programa de Aceleração do Crescimento 1 e 2, Crescer, Projeto Jovem Aprendiz, Cisternas, Farmácia Popular, Água Para Todos, Brasil Sem Miséria, Aqui tem Agricultura Familiar, Casa da Mulher Brasileira... Foram tantos, que devo ter esquecido alguns. Onde e esconderam esse povo que não foram as ruas defender um governo popular? E pior, muitos beneficiados participaram de manifestações nas ruas e nas redes. Ainda se está à espera, por parte de algum estudioso, de preferência da área da saúde, para definir um nome para um comportamento social tão fora da ordem.
A Síndrome de Estocolmo é o nome dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida a um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo amor ou amizade perante o seu agressor. Já no caso de pessoas que foram beneficiadas como nunca antes na história do Brasil, tramam, participam da trama e destroem quem os beneficiou através de políticas públicas, poderiam ser definidos em uma só palavra como?