Ir para o conteúdo

Dimas Roque

Voltar a Blog
Tela cheia

Teatro político pelo impeachment de Moraes

30 de Julho de 2025, 7:56 , por Dimas Roque - | No one following this article yet.
Visualizado 16 vezes

A recente assinatura, pelo deputado baiano Leandro de Jesus (PLBA), de um pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, reacendeu o debate sobre os limites da atuação judicial e os interesses que passam pelo Legislativo.

O documento, originário de um deputado de Minas e subsidiado por parlamentares da oposição, foi engrossado por Leandro de Jesus, que alega que Moraes cometeu abuso de autoridade, extrapolou poderes constitucionais e transformou inquéritos como o das fake news e dos atos antidemocráticos em instrumentos de perseguição ideológica.

O PL – Partido Liberal mobilizou assinatura alegando que Moraes teria violado os princípios do devido processo legal, agido de forma inquisitorial e ampliado sua influência com censura e cerceamento de liberdades individuais.

Há quem enxergue o movimento como uma encenação: analistas da oposição já preveem que, no Congresso, o processo não avançará. A pressão seria direcionada aos palanques de militância, mais ruidoso nas redes do que substancial em Brasília. Uma fonte próxima à articulação destaca que:

“Esse tema não deverá comover outros setores da Câmara, mas apostam numa mobilização da militância para pressionar qualquer iniciativa no Congresso.” Por outro lado, articuladores suspeitam que tudo faz parte de estratégia eleitoral de olho em 2026, com disputa pela narrativa de “combate ao STF”.

Aliados do governo federal e membros do centrão minimizam a iniciativa. Para eles, trata-se de pauta importada, instrumentos questionados atribuem origem americana à mobilização contra o ministro. Eduardo da Fonte (PP‑PE), coordenador da frente parlamentar Brasil‑Estados Unidos, foi enfático, “da mesma forma que parlamentares brasileiros não têm poder de interferir na Suprema Corte americana, os americanos também não têm direito de interferir aqui.”

A assinatura do impeachment por deputados pode servir de vitrine, o PL tende a usar o episódio para reforçar sua base conservadora. A retórica de “defesa da liberdade” tem potencial de mobilização eleitoral nos grotões.

Por outro lado, se o processo não prosperar, corre o risco de ser visto como vazio, apenas espetáculo político sem consequências concretas.

O impeachment de Alexandre de Moraes pelo Congresso Nacional soa como operação de marketing político mais do que processo jurídico viável. Combina palco midiático, militância ruidosa e retórica de enfrentamento institucional.

Mas o verdadeiro será se avançar, pode balançar alicerces do STF, se estagnar, ficará como um manifesto simbólico, e eleitoral, da direita conservadora.


Fonte: http://www.dimasroque.com.br/2025/07/teatro-politico-pelo-impeachment-de.html

Dimas Roque

0 amigos

Nenhum(a)