Um Par-Tido Político tem em sua essência a tarefa coletiva de organizar em torno de si diversas cabeças com a diversidade de pensamento inerente ao ser social e por conseguinte defender um projeto de sociedade que priorize o protagonismo de sua base social auscultando constantemente de modo que seja elaborado a síntese do seu programa de sociedade democraticamente construído pelas múltiplas mãos.
Par-tindo dessa premissa, nota-se que a metáfora da árvore e da gangorra poderá meticulosamente definir seu "balanço" histórico, de modo que a árvore ao possuir sua raiz(base) e sua copa(cúpula),ela precisa por sua vez , equilibrar esse "balanço" tênue que por vezes é similar ao movimento da gangorra que ora eleva a cúpula,ora eleva a base. Sendo assim, quando esse movimento não ocorre efetivamente ,ele torna-se estático na cúpula e não consegue enfronhar-se com a sua base. Daí gera-se uma dicotomia entre ambos os extremos de tal maneira que não há o diálogo necessário a mediar essa relação tênue,ou seja fala se de cima ,mas não ressoa na sua base,com isso os ruídos vão acentuando-se ao ponto de a cada momento a lacuna deixada por esse distanciamento, vai permitindo um descolamento,um não pertencimento que só o balanço equilibrado da gangorra manteria. Portanto um Par-Tido que não gerar esse sentimento de elo entre a raiz e a copa, dialetizado pela gangorra, certamente se tornará um conglomerado de "chefes" e não mais uma coletividade de "líderes", constituídos essencialmente pelo caminhar dialógico que se re-faz pela política do bem comum, como dizia Platão em suas considerações históricas.
Por Jivaldo Oliveira - Pedagogo/Especialista em Gestão Pública/UNEB.