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Um ataque norte-americano contra a SÃria seria um suicÃdio
por Pierre Khalaf e Ghaleb Kandil
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REDE VOLTAIRE | BEIRUTE (LÃBANO) | 29 DE ABRIL DE 2013Â
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O comando sÃrio prossegue a aplicação dos seus novos planos seguindo uma programação polÃtica e militar adequada e no meio de um clima popular resolutamente favorável ao Estado e ao presidente Bachar al-Assad, como confessam as próprias potências ocidentais.
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No campo de batalha, o Exército Ãrabe SÃrio está a ponto de liquidar numerosos ninhos de terroristas, incluindo vários dos seus postos de comando. Os peritos estimam de forma unânime que a libertação de Oteiba – no sudoeste de Damasco – constitui um duro golpe para a al-Qaeda e para o seu ramo sÃrio, a Frente al-Nusra. Ao mesmo tempo, prossegue em Qoussair o derrube das estruturas terroristas, enquanto as operações do exército continuam a um ritmo acelerado nas regiões rurais de Idlib e Alepo e nas cidades de Homs e Alepo. Em Daraa, Raqqa e Deir Ezzor, as tropas regulares estão a assestar duros golpes aos grupos armados. Os analistas sublinham que a recuperação de Homs, e a libertação da cidade de Qoussair, decidirão a batalha na região central da SÃria (provÃncias de Homs e de Hama), que constitui a quarta parte da superfÃcie do paÃs. Na próxima fase, o exército sÃrio tomará sob o seu controlo várias grandes cidades e arredores, assim como vários dos principais eixos de comunicação viários. Este objetivo, que exige vários meses de esforços, permitirá reactivar o ciclo económico e facilitar o regresso dos deslocados, que estão a viver em condições difÃceis e humilhantes no LÃbano, na Turquia e na Jordânia.
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As ameaças dos Estados Unidos, com o falso pretexto das armas quÃmicas, buscam intimidar a SÃria e os seus aliados – o Eixo da Resistência e os paÃses do grupo dos BRICS. Se, depois do fracasso da guerra mundial que implementou através dos suas ferramentas terroristas e dos seus auxiliares regionais (Israel, Turquia e Jordânia), Washington se decidisse a pôr em execução as suas ameaças de intervenção militar na SÃria, estaria a cometer um grave erro e um acto estúpido.
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A avaliação cientÃfica das opções guerreiras dos Estados Unidos, brandidas por Barack Obama, permitem compreender melhor a actual correlação de forças. Os Estados Unidos e os seus aliados ocidentais enfrentam actualmente enormes problemas económicos e financeiros, que exigem drásticas reduções dos orçamentos militares. Pelo contrário, o Eixo da Resistência, que provavelmente se envolveria de imediato na confrontação em caso de ataque contra a SÃria, dispõe de meios de dissuasão suficientemente importantes para provocar uma guerra mundial. Já no princÃpio da guerra contra a SÃria, quando vários responsáveis americanos acarinharam a ideia de passar da guerra por procuração – via grupos terroristas – à confrontação directa, usando os exércitos da OTAN, o ex-secretário de Estado Henry Kissinger lançara uma advertência contra um conflito de tal envergadura.
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As questões estratégicas levantadas pelo desencadear desse cenário conduzem todas à s mesmas conclusões: qualquer ataque contra a SÃria será confrontado com uma resistência feroz e global. A defesa antiaérea sÃria já demonstrou a sua eficácia, em junho de 2012, derrubando um avião turco poucos minutos após a sua entrada no espaço aéreo sÃrio. E os misseis sÃrios são capazes de atingir Israel, as bases americanas na Turquia e Jordânia assim como os bastiões terroristas no LÃbano. Alguns analistas pensam também que a Resistência libanesa e o exército sÃrio abririam as frentes libaneses e sÃrias contra Israel. Sem olvidar os misseis iranianos e as suas formidáveis capacidades, que podem «reduzir Telavive a pó», como disse o Guia Supremo da Revolução, o aiatola Ali Khamenei, e bloquear as vias de transporte de petróleo. Isto provocaria a derrocada das economias ocidentais. Os Estados Unidos temem acima de tudo que sejam atacados os grandes poços de petróleo e as suas bases militares no Golfo.
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A questão que se põe é a de saber qual será a reação da flotilha russa que se acha em frente à s costas sÃrias.
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Estes cenários fazem pensar que as ameaças norte-americanas se inscrevam mais num quadro de intimidação, ainda que não se possa excluir a possibilidade de um acto estúpido. Em todo o caso, se a grande confrontação chegasse a ter lugar, e logo que a poeira assentasse, o desenlace seria uma gravÃssima derrota para o Ocidente, a qual seria catastrófica para Israel, para a Turquia, e também para todos os dirigentes dos paÃses do Golfo e da Jordânia implicados na agressão. A resistência da SÃria a esse tipo de guerra teria os mesmos resultados que teve a agressão tripartida de 1956 contra Egipto, episódio que pôs fim ao papel da França e do Reino Unido enquanto poderes coloniais.
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Fogem para o LÃbano 1 400 homens da Frente al-Nusra
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As operações fulgurantes do Exército Ãrabe SÃrio nas regiões rurais de Homs, paralelamente aos progressos registados nos arredores de Damasco, criaram novas realidades na fronteira com o LÃbano. Essa região está quase inteiramente sob o controlo das tropas regulares, que bloquearam a maioria dos caminhos e passagens utilizados durante os 2 últimos anos pela Corrente do Futuro, e seus associados dos serviços de inteligência do Golfo e dos paÃses da OTAN, para introduzir na SÃria centos de toneladas de armas e milhares de combatentes.
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O resultado directo de essas novas realidades do terreno é que a plataforma de agressão contra a SÃria, instaurada pelo ex-primeiro ministro Saad Hariri, se está convertendo num problema interno para o LÃbano e está pondo em perigo a segurança deste paÃs.
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Com efeito, segundo vários serviços de segurança, uns 1 400 membros da Frente al- Nusra, (ramo da al-Qaeda), assim como numerosos grupos armados, além dos libaneses que lutaram na SÃria, encontraram refúgio no LÃbano na sua fuga ante o avanço das tropas sÃrias.
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O próximo alargamento das operações do Exército Ãrabe SÃrio e a conquista da totalidade da cidade de Homs abriram uma caixa de Pandora repleta de segredos incómodos. A primeira revelação é a presença na SÃria, nas fileiras dos grupos terroristas, de numerosos oficiais estrangeiros e dos paÃses do Golfo, assim como de combatentes libaneses. O que terá graves repercussões no LÃbano.
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Qualquer pessoa sensata terá que reconhecer que o poder libanês é em grande parte responsável pelos perigos que o paÃs enfrenta hoje em dia. As falsas hesitações dos dirigentes visavam na realidade cobrir a sua conivência e cumplicidade, em resposta aos pedidos estrangeiros para que fechassem os olhos para não ver o que se estava a passar nas suas fronteiras e no norte do LÃbano. Esta polÃtica conduziu à paralisia do Exército Libanês, que se viu obrigado a renunciar ao seu papel de guardião da soberania nacional e de protetor da fronteira.
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A verdade de que todos devem estar cientes no LÃbano – e agindo de acordo – é que o Estado sÃrio «apoiado pelo seu povo», como disse o ministro espanhol de Relações Exteriores (Negócios Estrangeiros -Pt) , está a travar uma guerra contra o colonialismo e lutando contra grupos terroristas e takfiristas no seu próprio solo. E agora, o LÃbano enfrenta o perigo que constituem esses mesmos grupos terroristas.
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É também dever de qualquer governo libanês, que se respeite e que se preocupe com a defesa dos interesses do seu próprio povo, lutar contra esses grupos terroristas que utilizam certas regiões do paÃs como trampolim e como bases de retaguarda... porque, num futuro muito próximo, esses mesmos terroristas vão decidir que chegou o momento de transferir para o LÃbano a sua suposta jihad.
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Pierre Khalaf
TraduçãoÂ
Alva
FonteÂ
New Orient News (LÃbano)Â
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Fonte: Voltaire.org
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