
A denúncia da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) com 34 ações contra pesquisadores da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) por desvios de verbas em projetos de pesquisa envolve desvios realizados por uma única ex-funcionária da Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp). Os pesquisadores foram envolvidos nas ações por não terem sido rigorosos no controle das contas bancárias dos projetos.
A investigação foi feita pelo 7º Distrito Policial de Campinas e revelou que os desvios teriam sido realizados por Ligiane Marinho de Ávila, ex-funcionária da Funcamp (Fundação de Desenvolvimento da Unicamp), que foi indiciada por peculato, de acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. A ex-funcionaria teria deixado o Brasil em fevereiro de 2024 e a Justiça ainda não decidiu sobre a denúncia. Ela é acusada pela Fapesp de emitir notas fiscais fraudulentas e transferir recursos para sua conta pessoal. Os desvios somaram R$ 5,3 milhões, segundo a Fapesp. As irregularidades teriam ocorrido ao longo de 11 anos e foram identificadas durante a análise de prestação de contas de um projeto específico.
Uma investigação da direção do Instituto de Biologia da Unicamp levou à demissão da ex-funcionária da Funcamp por justa causa em janeiro de 2024. O inquérito policial foi relatado à Justiça em agosto de 2024. A defesa de Ligiane confirmou a denúncia, mas afirmou que ela ainda não foi intimada para apresentar sua defesa. A ex-funcionária tinha acesso a todas as informações bancárias dos projetos.
Os pesquisadores foram envolvidos por não terem sido cuidadosos no controle e permitido acesso indevido às contas bancárias dos projetos. A Fapesp já obteve decisões favoráveis em três ações, resultando na condenação de pesquisadores a devolverem R$ 317.962,93. Outros dois optaram por ressarcir a fundação administrativamente, totalizando R$ 38.229,20.
A Procuradoria-Geral da Unicamp informou que a Comissão de Sindicância finalizou seus trabalhos em dezembro de 2023, focando na apuração dos fatos e não no levantamento dos valores desviados. A universidade está implementando normas para os Escritórios de Apoio ao Pesquisador, seguindo diretrizes da Fapesp. A Unicamp afirmou que está acompanhando e colaborando com o Ministério Público nas investigações.(Com informações da Folha de S.Paulo, g1)