Tue, 30 Jul 2013 23:41:24 +0000
30 de Julho de 2013, 17:41 - sem comentários aindaDilma se expressa mal ou é Dora Kramer que pensa torto?
PAULO NOGUEIRA 30 DE JULHO DE 2013
Alguns jornalistas parecem preferir o rebuscamento confuso dos magistrados à simplicidade da presidenta.
Se você não se expressa bem, sucumbe em debates como este entre Serra e Dilma, em 2010
Uma coluna de Dora Kramer no Estadão afirma que Dilma se expressa mal ao falar e ao escrever.
É uma tese frequentemente levantada por outros jornalistas conservadores. A conexão com Lula é inevitável: também ele falaria mal.
Comete-se aí um engano clássico: confundir simplicidade – vital quando você se dirige a uma grande quantidade de pessoas — com pobreza de expressão.
A ignorância está muito mais em quem faz tal confusão – típica de uma certa classe média que busca ávida palavras rebuscadas – do que em quem fala a linguagem popular.
Você pode trabalhar com a hipótese de que os acusadores sabem do que estou falando, e escrevem críticas muitas vezes infames apenas porque sabem a natureza embotada do público que os lê.
É uma possibilidade.
Claro que, se não se comunicassem bem, nem Lula e nem Dilma teriam chegado à presidência. Um candidato tem que passar por uma série de debates televisionados, e se ele fraquejar no manejo das palavras está morto.
Do lado oposto da simplicidade, está a empolação confusa. Esta sim se prestaria a chibatadas, mas para jornalistas como Dora Kramer este não parece ser um assunto.
Tente entender, por exemplo, as falas de muitos dos integrantes do STF. Um amigo meu, grande jornalista e mestre meu e de uma geração, me contou há pouco tempo uma passagem reveladora.
Ele estava numa padaria no momento em que os ministros iam dando seus votos no Mensalão. As pessoas na padaria estavam com os olhos fixados na televisão que transmitia o julgamento. Quando um juiz terminou de apresentar seu voto, um cliente da padaria comentou: “Mas vem cá, ele condenou ou inocentou?”
Não me lembro de ter lido uma única crítica à falta de clareza dos juízes do STF no Mensalão. Minha referência, em clareza, era o inglês meridiano do juiz inglês Brian Leveson no processo que ele comandou de estudo dos limites da mídia britânica.
Qualquer pessoa compreenderia Leveson.
O juiz Marco Aurélio Mello, ao dar seu veredito em 54 minutos intermináveis e mortalmente enfadonhos, logo falou na “prolação do voto”.
Busquei, no Google, alguma fala vital de Joaquim Barbosa no processo.
Disse JB: “Os chamados efeitos infringentes dos embargos de declaração – embora eventuais, atípicos e excepcionalíssimos, como bem frisou o Ministério Público Federal – são, ao menos em tese, possíveis de ocorrer. E, ocorrendo, podem levar à modificação do julgado, o que, a rigor, afasta a conclusão de que o acórdão condenatório proferido pelo Supremo Tribunal Federal em única instância seria definitivo. “
Pausa, e então aparece a seguinte frase. “(… ) O acórdão condenatório teria, inegavelmente, o caráter de definitividade.”
Definitividade.
A condenação seria definitiva, se entendi.
No Brasil, a ignorância doutoral costuma ser aplaudida.
Parece evidente, pela fala de JB, que nossos juristas têm problemas de português. Não admira. A educação no Brasil pós-ditadura deixa realmente a desejar, sobretudo nas escolas públicas das quais saiu JB.
Mas chegar — e não estou falando apenas dele, basta ver as transcrições de seus colegas – ao STF com um nível destes de expressão em língua portuguesa?
Não exigimos Cíceros, não exigimos réplicas de Demóstenes – mas alguém, como prescreveu Montaigne, que fale “a linguagem simples da verdade”.
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Tue, 30 Jul 2013 23:27:26 +0000
30 de Julho de 2013, 17:27 - sem comentários aindaMais de 600 balas foram disparadas no Pavilhão 9 durante o Massacre no Carandiru, diz perito
Racismoambiental
martes, julio 30, 2013, 6:58 pm
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O caso Carandiru ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. A ação dos militares resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos
Durou cerca de duas horas e meia o depoimento do perito Osvaldo Negrini Neto como testemunha de acusação do julgamento do Massacre do Carandiru, que teve início na manhã desta segunda-feira (29) no Fórum da Barra Funda, em São Paulo. Negrini Neto começou a ser ouvido por volta das 14h, e durante todo o seu depoimento, descartou a hipótese de que tenha ocorrido confronto entre policiais e detentos, como defendem os advogados de defesa dos policiais no episódio que ficou conhecido como Massacre do Carandiru.
“Se houvesse confronto, haveria vestígios nas paredes opostas [a das celas]. No terceiro pavimento, tinha só dois disparos no corredor, próximos à porta da cela, e indicam que foram dados de frente para a cela”, disse o perito aos promotores do caso, Fernando Pereira Filho e Eduardo Olavo Canto. Segundo ele, os disparos foram feitos da soleira da porta para dentro das celas, indicando que os disparos foram feitos pelos policiais e não pelos detentos. Negrini Neto era o perito criminal na época do fato, autor do laudo sobre o massacre.
O perito disse à advogada Ieda Ribeiro de Souza, que defende os 26 policiais acusados nesta etapa do julgamento, que mais de 600 disparos foram feitos durante o massacre. “Mais de 450 [balas] foram retiradas dos corpos das vítimas. E entre 175 e 180 disparos foram registrados nas paredes [das celas]”, disse o perito.
Negrini Neto foi ouvido em abril, na primeira etapa do julgamento sobre o Massacre do Carandiru, quando 23 policiais militares foram acusados pela morte de 13 detentos, ocorrida no segundo pavimento. Na segunda etapa do julgamento do massacre, 26 policiais militares são acusados pela morte de 73 detentos no terceiro pavimento do Pavilhão 9 do antigo presídio.
A advogada tentou desqualificar o laudo feito pelo perito sobre o caso, perguntando como era possível determinar com exatidão a quantidade de detentos que foram mortos no terceiro pavimento (ou segundo andar) do Pavilhão 9, pois a maioria dos corpos (90, de acordo com o perito) foi encontrada empilhada no segundo pavimento (que corresponde ao primeiro andar) do pavilhão.
Em resposta, o perito confirmou que não é possível determinar, com certeza, a quantidade de presos que foram mortos em cada um dos quatro pavimentos do presídio, mas os vestígios das balas nas paredes, segundo ele, associado às entrevistas que fez com pessoas que presenciaram o massacre e com a posterior identificação de cada um dos presos que foram mortos de acordo com as celas em que viviam permitiu que pudesse reconstituir os fatos. “Eu tinha a lista dos moradores das celas e a de mortos no local”, disse Negrini Neto.
No novo depoimento, o perito voltou a criticar o fato do local ter sido alterado antes de que a perícia pudesse fazer o seu trabalho. “Houve uma ação deliberada para desmanchar o local”, disse, citando que as celas foram lavadas antes que ele as visitasse, além do fato dos projéteis das balas terem sido removidos.
Após o depoimento de Negrini Neto, os promotores do caso vão apresentar três vídeos com depoimentos de testemunhas ouvidas no primeiro bloco do julgamento, ocorrido em abril. Serão exibidos os vídeos de dois detentos sobreviventes do massacre, Antônio Carlos Dias e Marco Antonio de Moura, e também de Moacir dos Santos, que era diretor da Divisão de Segurança e Disciplina da Casa de Detenção do Carandiru e substituto imediato do então diretor do presídio, José Ismael Pedrosa.
Todo o processo do Carandiru foi separado em várias etapas de julgamento, divididos pelas ações policiais referentes a cada um dos quatro pavimentos do Pavilhão 9.
O caso Carandiru ficou conhecido como o maior massacre do sistema penitenciário brasileiro. No dia 2 de outubro de 1992, os policiais acusados entraram no Pavilhão 9 da Casa de Detenção para reprimir uma rebelião. A ação resultou em 111 detentos mortos e 87 feridos.
Com Agência Brasil.
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Enviada para Combate Racismo Ambiental por JOsé Carlos.
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Tue, 30 Jul 2013 23:21:09 +0000
30 de Julho de 2013, 17:21 - sem comentários aindaSenadora ruralista Katia Abreu perde processo para o Greenpeace
- Estados do Brasil:
Decisão do Tribunal de Justiça do DF foi unânime e assegura liberdade de expressão
30/07/2013
da Redação
Em decisão unânime, os desembargadores do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT), decidiram contra o pedido de indenização por danos morais requerido pela senadora e presidente da Confederação de Agricultura e Pecuária no Brasil (CNA), Kátia Abreu (PSD-TO), ao Greenpeace Brasil.
Em 2009, a congressista entrou contra a entidade na Justiça alegando danos morais após ter sido chamada de “miss desmatamento” e “rainha do desmatamento” por três ativistas no Congresso Nacional durante protesto contra a atuação dela na aprovação da Medida Provisória 458, conhecida como “MP da grilagem”, por permitir a legalização da invasão de terras na Amazônia.
Na decisão publicada na segunda-feira passada (22), os desembargadores Waldir Leônio Lopes Júnior, J.J. Costa Carvalho e Sérgio Rocha concluíram que “não houve, no caso vertente [por parte dos manifestantes do Greepence], exercício abusivo da liberdade de manifestação, do pensamento e de expressão motivo pelo qual inexiste conduta ilícita”.
“A decisão da Justiça é marcante e versa sobre algo muito mais amplo do que liberdade de manifestação. O que os desembargadores entenderam é que, como senadora, Kátia Abreu necessita dar satisfação de sua atuação pública e pode ser questionada por isso”, disse Fernando Furriela, advogado do Greenpeace Brasil, em nota publicada no site do Greenpeace Brasil.
Foto: Greenpeace
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Tue, 30 Jul 2013 23:19:52 +0000
30 de Julho de 2013, 17:19 - sem comentários aindaFeridas em ‘confronto policial’, 95% das vítimas transportadas pela polícia morrem
ONG Human Rights Watch alerta que “os esforços legítimos para inibir a criminalidade foram prejudicados por policiais que forjavam ‘resistências seguidas de morte’
29/07/2013
Camila Maciel
Quase a totalidade (95%) das pessoas feridas em confronto com a polícia paulista e que foram transportadas por policiais civis ou militares, entre 2 de janeiro e 31 de dezembro de 2012, morreram no trajeto ou no hospital. Das 379 pessoas removidas, segundo os registros do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), 360 morreram. A análise foi feita pela organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) e expressa a preocupação da entidade sobre a responsabilização de policiais que cometem execuções extrajudiciais. A HRW envia hoje (29) uma carta sobre o assunto às autoridades de segurança pública do estado.
A organização alerta que “os esforços legítimos para inibir a criminalidade foram prejudicados por policiais que forjavam ‘resistências seguidas de morte’ e alteravam as cenas dos crimes para minar o trabalho de perícia”, assinala o documento. Para o levantamento, foram analisados casos de mortes causadas por ação policial e foram entrevistadas autoridades policiais, promotores de Justiça, agentes, especialistas no tema, representantes da sociedade civil e parentes de vítimas.
Apesar da redução de aproximadamente 34% das mortes causadas por ação policial durante os seis primeiros meses de 2013, na comparação com o mesmo período do ano passado, a média de mortes, na avaliação da organização, permanece elevada, com seis mortes por semana. “Falsos registros de ocorrências policiais e outras formas de acobertamento são problemas sérios no estado”, alerta a entidade.
A HRW analisou 22 casos de morte em decorrência de intervenção policial, ocorridos entre os anos de 2010 e 2012. “As provas disponíveis lançam sérias dúvidas sobre o uso legítimo da força letal”, aponta. De acordo com a carta, as mortes causadas pelo Batalhão da Tropa de Choque, Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota) despertam particular preocupação, tendo em vista que 247 pessoas foram mortas e 12 ficaram feridas em casos registrados como resistência seguida de morte ou de lesão corporal. Em contrapartida, nenhum soldado do batalhão foi morto nesses episódios.
Em um dos casos, um policial da Rota disse ter atirado em Caio Bruno Paiva em uma ocorrência de resistência no bairro Itaim Paulista, extremo leste da capital, em novembro de 2011. Uma testemunha declarou, em depoimento formal à Ouvidoria da Polícia, que o policial atirou em Paiva à queima-roupa enquanto ele declarava sua inocência. A HRW destaca também que relatos feitos por testemunhas à imprensa dão conta de que o policial atirou no ar enquanto chamava o Comando de Operações da Polícia Militar (Copom). Para a entidade, as evidências sugerem que um policial teria forjado um tiroteio.
Outro caso relatado na carta ocorreu em julho do ano passado, quando dois homens foram mortos a tiros em um caso registrado como “resistência seguida de morte”. César Dias de Oliveira e Ricardo Tavares da Silva foram levados para o Hospital Municipal Antônio Giglio, no centro de Osasco, na Grande São Paulo. Testemunhas, entretanto, disseram em depoimento que não houve troca de tiros e que Oliveira foi colocado em uma viatura policial ferido na perna e suplicando por sua vida. Ao chegar ao hospital, ele tinha sido alvejado por dois tiros no peito, segundo o laudo necroscópico.
A organização considera um avanço a resolução da Secretaria de Segurança Pública, de janeiro de 2013, que estabelece um novo procedimento para ocorrência policiais relativas a homicídios. A norma determina que os policiais que primeiro atenderem a ocorrência devem acionar, imediatamente, a equipe do resgate ou serviço local de emergência e comunicar o Copom, além de preservar o local até a chegada da perícia para que nada seja alterado. Também houve mudança no termo utilizado para registrar casos com participação de policiais como “morte decorrente de intervenção policial”, em vez de “resistência seguida de morte”.
Entre as recomendações emitidas às autoridades, a organização destaca a necessidade de responsabilizar os policiais infratores. Para tanto, pede a punição dos policiais que removerem vítimas em circunstâncias não explicitamente previstas. À Polícia Judiciária, a HRW sugere que seja feita a investigação integral das suspeitas de homicídios cometidos por policiais e que haja mais agilidade na notificação desses casos ao Ministério Público. Sugere também que os promotores estaduais sejam estimulados a monitorar rigorosamente as investigações feitas pela polícia nos casos em que há morte decorrente de intervenção da própria polícia.
A Secretaria de Segurança Pública foi procurada pela Agência Brasil para comentar as críticas da organização não governamental, mas até o momento da publicação da matéria não retornou o contato.
(Foto: Zanone Fraissa / Folhapress)
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Tue, 30 Jul 2013 23:00:17 +0000
30 de Julho de 2013, 17:00 - sem comentários aindaMÉDICOS DE 22 ESTADOS SE UNEM CONTRA ‘MAIS MÉDICOS’
Mobilização destas terça e quarta-feiras envolve marchas e a suspensão do atendimento ao público em alguns Estados; serviços de urgência e emergência serão mantidos; “Sem pressão no governo, não conseguiremos nenhum resultado. O problema é de anos e agora temos certeza de que é preciso atitude ousada”, diz o presidente da Federação Nacional dos Médicos (Fenam), Geraldo Ferreira; médicos também protestam contra vetos da presidente Dilma à Lei do Ato Médico e preparam grande marcha a Brasília, no dia 8 de agosto
30 DE JULHO DE 2013 ÀS 19:05
247 - Profissionais de pelo menos 22 Estados participam de uma mobilização contra o programa Mais Médicos nestas terça e quarta-feiras. De acordo com a Federação Nacional dos Médicos (Fenam), que articula as ações, haverá suspensão do atendimento ao público em alguns Estados nestes dois dias, mas os serviços de urgência e emergência serão mantidos.
Na pauta dos protestos, o acréscimo de dois anos de serviço no Sistema Único de Saúde (SUS) na formação dos estudantes de medicina e o incentivo para atuação de médicos estrangeiros no País sem a revalidação dos diplomas. A categoria também reclama dos vetos da presidente Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico, que regulamenta a profissão. A Fenam argumenta que a classe médica não foi ouvida nas negociações com o governo, o que exigiu ações “mais fortes” por parte dos profissionais.
Presidente da Fenam, Geraldo Ferreira ressaltou que a crise na saúde é antiga e que a classe médica nunca foi ouvida. “Sem pressão no governo, não conseguiremos algum resultado. O problema é de anos e agora temos certeza que é preciso atitude ousada”, disse. Quanto ao reagendamento dos atendimentos, ele disse se solidarizar com a população e explicou que “infelizmente, algum transtorno sempre existe para avanços”.
Grande marcha
Em São Paulo, médicos, residentes e estudantes programaram uma passeata para esta quarta-feira, às 16h. A concentração da manifestação será em frente à sede da Associação Paulista de Medicina, de onde eles seguirão pela Avenida Paulista e pela Rua da Consolação até a sede do Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).
Segundo a Fenam, a mobilização desta semana é um preparativo para a grande marcha a Brasília, no dia 8 de agosto, quando está prevista uma audiência pública sobre o Mais Médicos no Congresso Nacional.
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