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Everton de Andrade

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O debate eleitoral sobre o transporte coletivo de Morolândia

October 15, 2020 15:10 , par Everton de Andrade - | No one following this article yet.
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Foi saudável o debate televisivo ocorrido ontem sobre a gestão urbana de Morolândia. Aliás, a presença das candidaturas proibidas de participarem do horário eleitoral enriqueceu ainda mais o evento.

É bom lembrar que, no Brazilquistão, a democracia é tão “plena” que cerca de um terço dos partidos são proibidos de veicularem propaganda no horário político eleitoral.

Nesse ínterim, um dos temas relevantes abordados foi o do transporte coletivo, cuja tarifa atualmente é de R$4,50; todavia, sabe-se que o respectivo valor técnico é de R$5,30.

Durante o referido debate, uma das candidatas mencionou que, se o usuário fizer dois deslocamentos de ida e volta no mesmo dia, pagará R$18,00 por isso. E foi justamente esse cálculo que inviabilizou, no ano passado, o início de uma parceria comercial minha com o segmento de telefonia, ao tentar atuar como autônomo.

Considerando-se que, diante da Reforma Trabalhista do Temeroso, as contratações celetistas poderão ser tão raras quanto a presença de um bugio em Morolândia, muita gente poderá correr o risco de pagar para manter o status de trabalhador ativo. Mas, no final do mês, entre receitas e despesas obtidas pelo cidadão, o saldo poderá ser negativo apenas analisando-se o custo de deslocamento de ônibus na cidade.

Ainda no meu caso específico, como passo longos períodos desempregado e o preço da tarifa dos ônibus é elevado, não tenho condições de participar das audiências públicas realizadas na cidade, onde poderia reivindicar, inclusive, o direito à universalidade do transporte coletivo de passageiros previsto pela Lei Federal nº 12.587/2012.

E quando preciso me deslocar ao Centro do município, diversas vezes utilizo o transporte coletivo na ida e retorno a pé para minha residência, andando aproximadamente 12 quilômetros nesse trajeto.

Enquanto isso, durante a presente pandemia, Chapeuzinho Vermelho deu às caras empresas do transporte coletivo cerca de R$180 milhões, sem exigir nenhuma contrapartida na qualidade da prestação desse serviço, nem sequer em relação ao distanciamento social no interior dos veículos para se evitar o coronavírus.

Adicionalmente, a sensação é a de que a classe média morolandense apoia essas circunstâncias efusivamente, a ponto de Chapeuzinho ter condições de se reeleger no primeiro turno.

Nesse contexto, em Morolândia, a permanência viva de um adulto sem grande capacidade financeira é um ato de resistência!


Everton de Andrade