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Alessandro Duarte

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LaTeX e Linux

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Usando LaTeX no GNU/Linux 2: Editores e IDEs

29 de Julho de 2013, 18:13, por Alessandro Duarte - 0sem comentários ainda

Na postagem anterior, indiquei como instalar o TeXlive no GNU/Linux (Debian e derivados e a instalação genérica). Agora, daremos dicas de editores e IDEs para o \LaTeXe. Em primeiro lugar, é bom lembrar que não é necessário o uso de qualquer editor especial para escrever arquivos .tex, como no caso de arquivos .odt, que precisam do libreoffice. Para escrever arquivos .tex, basta um simples editor de texto como o gedit, kedit, kate, nano, leafpad, etc.. Por exemplo, usando o kate, podemos escrever o seguinte documento simples

Para gerar um arquivo .dvi a partir do documento acima, precisamos compilá-lo com o \LaTeXe. Para isto, entramos na pasta onde se encontra o arquivo (no meu caso em: /home/alessandro/Documents) e digitamos:

latex nome_do_documento.tex

No meu caso, o documento criado com kate foi chamado teste1.tex.

A compilação transcorreu normalmente e com isso foi gerado o arquivo teste1.dvi. Além desse arquivo, a compilação produzirá, neste caso, outros dois arquivos: teste1.aux e o teste1.log (em uma próxima postagem explicaremos mais acuradamente o funcionamento do Latex). Se quisermos um arquivo pdf, há duas possibilidades: (1) transformar o .dvi em .pdf usando o dvipdf; (2) ou compilar o .tex com o pdflatex produzindo o .pdf diretamente (depois em outras postagens, explicaremos quando é possível usar estes métodos, pois há incompatibilidades de pacotes com o pdflatex e com latex).

dvipdf nome_do_arquivo.dvi

pdflatex nome_do_arquivo.tex

O resultado final de nosso arquivo pós-compilação é:

Também é possível transformar o arquivo .dvi em .ps, usando o dvips

dvips nome_do_arquivo.dvi

Além disso, podemos transformar o arquivo .ps em .pdf usando o ps2pdf (em postagens para frente discutiremos a necessidade de produzir arquivos .pdf passando pelas etapas: dvi -> ps e ps->pdf. Isto dependerá de pacotes usados no preâmbulo).

Muitos autores defendem que esta é a grande vantagem do \LaTeXe, pois é possível escrever o seu arquivo .tex em qualquer plataforma usando um simples editor de texto (embora, às vezes, a compilação do .tex só possa ser feita em seu próprio computador, por falta do $latex  \LaTeXe$ no computador alheio). No \LaTeXe, não há perda de configuração, coisa rotineira no caso do libreoffice (e afins) devido à versão diferente dos programas usados em diferentes plataformas (salve um arquivo no libreoffice 3.3 e abra-o em uma versão mais antiga, digamos, openoffice 2.4); ou à falta de fontes, etc.. No \LaTeXe, em geral, não há questões de incompatibilidade (exceto, é claro, se seus arquivos foram escritos em LaTeX209 (versão antiga) e você tenta compilá-lo com \LaTeXe (versão nova). Mas ainda assim, com pequenos ajustes, é possível tornar o seu .tex “legível” para versão nova).

O artigo, portanto, tratará de coisas que não são estritamente necessárias. O resumo acima tinha o objetivo de esclarecer a “não-necessidade” de editores e IDEs específicos para o \LaTeXe (quando lecionei um curso de metodologia da ciência e dei aulas sobre o \LaTeXe, percebi que os alunos ficaram dependentes dos editores e IDEs e não “conseguiam” escrever os trabalhos pedidos por falta dos editores e IDEs nos computadores de seus serviços. Todavia, tais editores e IDEs, como tentei mostrar acima, são dispensáveis).

Por outro lado, os editores e IDEs para o \LaTeXe são bastante úteis, pois, em sua maioria, eles “contêm” todos os passos mencionados acima. No mundo GNU/Linux, os principais editores/IDEs são:

texmaker

kile

texworks

latexila

Obviamente, esta lista não é completa. Por exemplo, é possível usar o gedit + gedit-latex-plugin (aqui, deve-se ir em: editar>preferências>plug-ins e “setar” a opção: latex plugin 0.2), o geany + geany-plugin-latex

Os editores/IDEs supracitados têm documentação própria, portanto não discutirei todos. Restringir-me-ei ao texmaker, que é o meu IDE preferido. O processo de instalação do texmaker é bastante simples para usuários Debian (Debian derivados) – e o processo é também bastante simples em redhat derivados, gentoo, arch linux.

apt-get install texmaker

Quem tiver interesse nas versões mais novas (meu caso), é possível “baixar” o source do site e compilá-lo ou “baixar” o binário referente à sua distribuição e arquitetura (para compilar o programa, lembre-se sempre de ler o readme).

Funcionamento do Texmaker

Depois de instalado, aperte alt+f2 e digite texmaker (ou se quiser, vá em escritório, onde fica seu ícone). Obviamente, abrirá o programa

A primeira coisa a ser feita é criar um novo documento e salvá-lo em algum lugar: arquivo>novo, arquivo>salvar como

Agora, as coisas ficam interessantes. Na barra superior, há a opção: assistente. Ao clicar ali, aparecerá outras opções, entre as quais: início rápido. Ao clicar, aparecerá a seguinte janela:

Ali na opção classe de documento, você pode escolher o tipo básico de documento que deseja produzir: artigo (article), livro (book), carta (letter), apresentação (beamer) ou dissertação, tese, relatório (report).

A opção “tamanho da fonte” é autoexplicativa. As subopções são: 10pt, 11pt, 12 pt. A opção “tipo de folha” também é autoexplicativa e as subopções são: A4paper, A5paper, B5paper, letterpaper, legalpaper, executivepaper.

Finalmente, a opção codificação tem várias subopções. No caso de usuários GNU/Linux, as que devem ser escolhidas são: utf8x ou latin1 (em próximas postagens, discutiremos um pouco sobre isto).

Há ainda há escolha de pacotes AMS e makeidx. Há espaços para introduzir nome do autor e título do trabalho. Finalmente, em um quadrado maior, há uma série de escolhas.

Eu fiz as seguintes escolhas:

Ao dar ok, isto produz o seguinte:

Ou seja, o texmaker insere automaticamente grande parte do preâmbulo que teríamos de digitar em um editor de texto simples. Para produzir um texto próximo àquele primeiro, basta introduzir o pacote “begriff” no preâmbulo (próximas postagens falaremos dos pacotes). Além disso, é preciso introduzir no corpo do texto o comando maketitle, que produzirá na compilação o título e o autor. Uma vantagem do texmaker é que ao começar digitar os comandos, o programa lhe indica opções (autocomplementação).

Além disso, no primeiro documento havia o comando section, que produz uma seção. Ao começar a digitar este comando, o texmaker lhe dará opções por autocomplementação. Os comandos restantes pertencem ao pacote begriff, portanto não precisamos nos deter aqui. O texto final ficará assim:

Anteriormente, para compilarmos o teste1.tex, foi necessário entrar, via terminal, na pasta onde o arquivo estava salvo e digitar: latex teste1.tex. Depois, transformamos o dvi produzido para pdf usando o dvipdf. Também mostramos como produzir o pdf diretamente com o pdflatex. Além de transformar o .dvi para .ps e depois o .ps para .pdf. No texmaker, estas opções estão todas disponíveis. Na barra superior (a maior), tem a opção: pdflatex. Clicando alí, aparecem outras opções. Por exemplo, existe a opção latex (compilar com latex)

Há também a opção: DVI->PDF, DVI->PS, PS->PDF, que executam o mesmo trabalho mencionado no início da postagem. A compilação do .tex via texmaker (pdflatex) produz o seguinte documento:

A compilação é feita clicando na seta (grande) à esquerda do pdflatex (latex). Da mesma forma, a transformação de .dvi para pdf (ou dvi para ps ou .ps para pdf) é clicando nesta mesma seta, com as respectivas opções. Para visualizar o documento pdf compilado pelo pdflatex, clique na seta (grande) à esquerda de: ver pdf (na barra acima – a maior). Ali também tem as opções: ver .dvi e ver .ps (para ver o documento .dvi, deve-se primeiro compilar com o latex, para ver documento .ps, deve transformar antes o .dvi produzido para .ps). Caso contrário, ocorrerá erros deste tipo:

Obviamente, não esgotei todas as dicas em relação ao texmaker e, provavelmente, voltarei ao assunto. Mas, para terminar, vale lembrar que o texmaker facilita nossa vida, porque à esquerda do programa existe uma “tabela” que ao clicar aparecem várias opções  de símbolos (ótimo para quem não tem uma memória muito boa, o que é meu caso):

Além disso, o texmaker tem uma ótima documentação de referência sobre o \LaTeXe . Fica em ajuda>referência do latex

E tem também uma boa documentação. Vá em: ajuda>manual do texmaker



Usando LaTeX no GNU/Linux: Instalando o TeXlive no Debian e derivados

29 de Julho de 2013, 18:10, por Alessandro Duarte - 0sem comentários ainda

Iniciarei aqui uma série de artigos sobre o LaTeX, que é um conjunto de macros para o processador de textos TeX, que foi criado por Donald Knuth\LaTeXe é diferente do writer do openoffice, que é uma ferramenta do tipo WYSIWYG. O \LaTeXe é uma ferramenta WYSIWYM, cujo principal objetivo é criar belos textos (“tipograficamente” falando). Ele é ideal para o uso acadêmico, seja na produção de artigos, seja na produção de monografias, dissertações, teses e livros. Uma das vantagens do \LaTeXe é a sua portabilidade. Além disso, não é necessário nenhum editor especial para escrever os textos no \LaTeXe, basta um simples editor de texto (como gedit, kedit, etc.). Não obstante, existem vários IDEs que facilitam nossa vida. Meu preferido é o texmaker, mas também há o kile, LaTeXila, texworks, entre outros.

Neste primeiro artigo, explicarei como instalar o \LaTeXe no Debian e derivados (embora o mecanismo não seja muito diferente em outras distribuições). Além disso, mostrarei como instalar o \LaTeXe de forma genérica, valendo para qualquer distribuição.

No linux (bem, só poderia ser no linux), o pacote que eu uso é o Texlive. Assim, assumindo que o seu sources.list esteja configurado, para instalá-lo basta

apt-get install texlive

Eu gosto de instalar todos os pacotes relacionados ao texlive, incluindo o texlive-latex-extra, entre outros (que não são instalados com: apt-get install texlive). Neste caso:

Outra opção é instalar o texlive e depois, individualmente, os demais pacotes relacionados.


Download | YouTube to MP3

Como mencionado, existe outra forma de instalar o texlive. Em primeiro lugar, é necessário fazer o download da iso do texlive no seguinte site:http://www.tug.org/texlive/acquire-iso.html

Há duas opções: ou você pode queimar a iso em um dvd, ficando com um \LaTeXe portátil ou montar (extrair) a iso em uma pasta no seu hd. Para montar a iso, dê o comando

mount -t iso9660 -o ro,loop,noauto /caminho_de_entrada /caminho_de_sada

No meu caso, a iso encontra-se em

/home/alessandro

e desejo montá-la em

/home/alessandro/texlive

Assim

mount -t iso9660 -o ro,loop,noauto /home/alessandro/texlive2010-20100826.iso /home/alessandro/texlive

Para instalar o texlive, entre na pasta. No meu caso

cd /home/alessandro/texlive

E como root, digite

./install-tl

Dica: use o tab para completar…

Aparecerá o seguinte:

Há uma série de opções. Em geral, a única coisa que faço é criar links simbólicos dos binários em /usr/bin, que, no meu caso, por “default”, ficam em:

1/usr/local/texlive/2009/bin/x86_64-linux

Para isto, digite O (options). Aparecerá o seguinte:

Depois, digite L

E adicione o caminho

/usr/bin

Para os demais, clique em “enter” apenas (a menos que queira mudar a localização).

Digite R para retornar e depois I para instalar

PS – este esquema instalará a versão “full” do TexLive. Quem tiver o desejo de instalar uma versão menor, basta digitar S e assim terá as opções (veja figura):

Nas próximas postagens, daremos outras dicas sobre o \LaTeXe no Linux. Em especial, o uso do Abn\TeX para a produção de monografias, dissertações e teses, o uso do bib\TeX e de GUIs que facilitam o trabalho (Kbib\TeX, Jabref, alexandria) para produção de bases bibliográficas, integração do openoffice com \LaTeXe, entre outras.



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