Por mais que a gente sinta repulsa pelo minúsculo que habita o Jaburu, é preciso reconhecer uma coisa: o homúnculo é uma figuraça.
Pois não é que ele, acusado todos os dias de alguma nova diatribe, ao ponto de não se saber mais onde e quando a sua longa carreira delituosa teve início, ainda se mostra capaz de desafiar o povo brasileiro, que o rejeita na quase totalidade?
Se não, como entender o vídeo que exibe nas redes sociais desde segunda-feira, aparentemente para exibir bravatas?
Se bem que a gravação serve também para demonstrar, mais uma vez, que sua mente sofre um processo de deterioração, cujo sintoma mais evidente é a dissociação da realidade.
“Nas democracias modernas, nenhum Poder impõe sua vontade ao outro. O único soberano é o povo, e não um só dos Poderes. E muito menos aqueles que eventualmente exerçam o Poder. Sob meu governo, o Executivo tem seguido fielmente essa determinação: não interfiro nem permito interferência indevida de um Poder sobre o outro. Em hipótese alguma, nenhuma intromissão foi ou será consentida”, disse o traíra, sem nem corar ou demonstrar sinais de que não era ele, mas um mamulengo bem acabado que falava tais disparates.
Indômito, incorporou o espírito de Winston Churchill, disse que não vai esmorecer e “o Brasil não vai parar”.
É muita coragem para um homem só!
E o diminuto foi além nesse seu arroubo de bravura e determinação: segundo ele, as "reformas" trabalhista e previdenciária têm trazido o país de volta aos “trilhos do crescimento”.
Ainda bem que suas palavras estão gravadas para a posteridade, pois se não a lição de moral que deu a seguir ficaria perdida para as gerações futuras:
“Justamente no momento em que saímos da mais grave crise econômica de nossa história, quando havia sinais claros de que as reformas teriam maioria no Congresso Nacional, assacaram contra meu governo um conjunto de denúncias artificiais e montadas. O Estado Democrático de Direito não admite que as instituições públicas e seus responsáveis cometam ilegalidades sob qualquer justificativa ou motivo. Na democracia, a arbitrariedade tem nome: chama-se ilegalidade.”
Sem mencionar nomes, foi épico ao dizer que o “caminho que conduz da Justiça aos justiceiros é o mesmo caminho trágico da democracia à ditadura”, e, para firmar a sua imagem de estadista, soltou mais uma pérola: “Não permitirei que o Brasil trilhe este caminho. Não vou esmorecer.”
O fim de sua alocução, que deve ter lhe rendido os mais calorosos cumprimentos e, sem dúvida, foi capaz de elevar o ânimo dos brasileiros à estratosfera, também merece destaque.
Coroou um discurso memorável e perene:
“Com coragem e determinação, estou convencido que alcançaremos nossos objetivos de retomar crescimento e emprego sobre bases sustentáveis e seguras do conjunto de reformas mais ambiciosas e necessárias das últimas décadas. O Brasil não pode esperar. O Brasil não vai parar.”
Ah, ele lembrou ainda que seguirá “liderando o movimento” pela aprovação das "reformas".
Que os deuses de todas as religiões nos ajudem! (Carlos Motta)