No momento, o Veduca já conta com mais de 200 aulas traduzidas e já no primeiro mês teve 73 milhões de acessos aos seus vídeos. Em entrevista, Carlos disse que o portal foca em universitários, profissionais formados e professores, mas que não há impedimento algum para que outros perfis usufruam do serviço. Com a quinta maior população universitária do mundo (6,1 milhões) e mais e mais gente interessada em aprender via Internet, mercado para o Veduca.
"No nosso ranking de visitantes por países, Portugal, por exemplo, já representa o terceiro principal país de origem de tráfego, depois dos Estados Unidos. Os países lusófonos da África também já representam parte do tráfego de utilizadores assíduos do Veduca", indicou Carlos Souza, que é engenheiro aeronáutico.
"Acreditamos que o impacto seja extremamente positivo [nos países lusófonos], pelas mesmas razões que acreditamos ser importante o nosso trabalho no Brasil, onde a oferta de ensino superior de qualidade é restrita a uma minoria privilegiada da população", declarou.
O grande objetivo do Veduca, de acordo com Souza, "é democratizar o acesso à educação de alta qualidade".
Inúmeras universidades e fundações do mundo já oferecem cursos online gratuitos em plataformas como o Udacity, o Coursera, o EDX, o MiríadaX, entre outros, sendo que algumas iniciaram as actividades no início dos anos 2000.
Estes cursos – conhecidos como Massive Open Online Courses (MOOCs) – são ministrados em outros idiomas, sobretudo em inglês. No Brasil, segundo Carlos Souza, somente 2% da população tem conhecimentos sólidos deste idioma.
"Assim, tivemos a ideia de criar o Veduca, um portal que organiza esse conteúdo por assuntos e o traduz para a língua portuguesa", referiu o engenheiro brasileiro, sublinhando que este tipo de iniciativa foi pioneira no Brasil.
O Veduca reúne cerca de cinco mil vídeos de cursos com licença aberta na Internet, incluindo ainda aulas de instituições brasileiras, como a Universidade de São Paulo (USP).
"Outras iniciativas semelhantes [ao Veduca] têm surgido, o que é extremamente positivo, pois o desafio de melhorar a educação no Brasil é grande e há espaço e muita demanda para este tipo de serviço", acrescentou Souza.
Outros sites na Internet já oferecem alguns cursos com legendas em português, como o Udacity, o Classroom.tv e a organização TED, sendo as legendas produzidas, principalmente, por voluntários.
"As nossas legendas são produzidas de duas formas: por fornecedores especializados que contratamos e por trabalho voluntário, da nossa base de utilizadores registados no site", referiu o engenheiro, de 32 anos.
De acordo com Souza, "existe uma demanda reprimida gigantesca por ensino de alta qualidade" no Brasil e a expectativa do Veduca é chegar até 24 milhões de pessoas.
Desde que entrou em funcionamento, o site brasileiro recebeu 1,5 milhões de visitas, contando com 32 mil utilizadoress registados e 22 mil seguidores nas redes sociais.
Carlos Souza declarou que o público-alvo da plataforma são "os internautas de 17 a 40 anos, estudantes universitários, pós-graduandos e pessoas que buscam complementar a sua formação".
No segundo semestre de 2012, o Veduca recebeu um investimento de 1,5 milhões de reais, de quatro investidores: os fundos Mountain do Brasil; um grupo de 500 startups; a Macmillan Digital Education; e o investidor Nicolas Gautier. Para além dos quatro sócios fundadores, o Veduca já emprega mais cinco funcionários.
E como já ocorre em algumas ferramentas, o Veduca começa a disponibilizar a emissão de certificados para as pessoas que concluirem os cursos online.
*Com informações do Diário da Liberdade
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