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Jornada socialista homenageia Carlos Marighella e Honestino Guimarães

16 de Novembro de 2013, 15:15 , por Iris Pacheco - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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A jornada socialista, realizada no primeiro dia do 1º Acampamento do Levante Popular da Juventude do DF e Entorno foi marcada por importantes presenças e muitas homenagens aos revolucionários Carlos Marighella e Honestino Guimarães, ambos mártires da luta pela liberdade e contra contra os arbítrios da ditadura civil militar que pairou sobre o país de 1964 a 1985.

A Jornada também serviu para o lançamento do livro “Rádio Libertadora, a palavra de Carlos Marighella”, lançado pelo projeto “Marcas da Memória”, da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça, iniciativa que fomenta a realização de filmes, espetáculos, exposições e publicações voltadas ao resgate da memória da luta da sociedade brasileira pela liberdade e democracia nos diferentes períodos autoritários que enfrentou.

Quem saudou os convidados e os mais de 200 jovens presentes na note da Jornada Socialista foi o coordenador nacional e representante do Levante Popular da Juventude na UNE, o companheiro Pará, que apresentou as ações do Levante pelo país, principalmente depois da manifestações de junho e julho, quando foram acentuadas as práticas dos “escrachos”, táticas de agitação e propaganda utilizadas para revelar, nos grandes centro urbanos, o local onde residem antigos torturadores e inimigos do povo. 

“Um dos principais objetivos do Levante é explicar o passado para explicar o presente, e construir nosso futuro”, disse o dirigente aos jovens do Acampamento.

 Trilhas de Honestino 

A ex-deputada pelo PSOL do Distrito Federal, Maninha, acompanhada pelo companheiro de partido Toninho, aproveitou sua fala para ressaltar o passado de lutas na Universidade de Brasília, principalmente ao lado do desaparecido político Honestino Guimarães, amigo e companheiro da parlamentar nos anos de resistência dos estudantes e professores da UnB nos anos mais duros do golpe militar de 1964. 


Honestino entrou para a clandestinidade em 1968 e nela permanceu até 1973, quando foi preso por agentes da Marinha brasileira e jamais voltou a ter seu destino revelado. Com objetivo de resgatar pistas e materiais que possam esclarecer o paradeiro do líder estudantil, foi lançada a campanha, via facebook “Trilhas de Honestino”, iniciativa de seus familiares para marcar os 40 anos de desaparecimento do estudante.

Para apresentar a campanha, os sobrinhos de Honestino Guimarães, Mateus e Gabriel, aproveitaram a fala para ressaltar o lado carinhoso e sensível de Honestino, que, segundo eles, jamais deixou o otimismo e o bom humor, mesmo nas situações mais difíceis. “O que levou ele à luta foi um profundo sentimento de quem amava demais”, finalizou Mateus.

 Esta é a geração do 'novo possível'”

Quem apresentou o livro sobre Marighella ao Acampamento do LPJ, foi o presidente da Comissão de Anistia e secretário nacional de Justiça, Paulo Abrão, que abriu sua fala provocando a juventude do Levante: “O que estamos fazendo aqui?”

Paulo Abrão chamou os jovens à importância de ter consciência do momento histórico de cada geração, para assegurar consquistas anteriores: “as gerações dos anos 60 e 70 lutaram pela liberdade e democracia, contra a ditadura. Já os filhos dos anos 80 e 90 tiveram a missão de vivenciar e concretizar essa democracia. E agora, qual será a missão histórica de vocês?”

Segundo ele, não há nada pior que uma geração não ter consciência de seu papel. “Meu palpite é que a tarefa de vocês é saber aprofundar a democracia no Brasil. Vocês são a geração do 'novo possível', os primeiros a nascerem dentro de um ambiente democrático estabelecido. Mas é preciso fazer uma ruptura política e cultural radical, o que não será nada fácil, vai precisar de muita luta e nesse processo o Levante é protagonista“ afirmou.

A bandeira de Marighella tem de ser empunhada pelo Levante”

O ponto alto da Jornada Socialista foi a homenagem para Marighela, com a presença do também militante do partido comunista e filho do revolucionário baiano, Carlos Marighella Filho, que trouxe aos jovens do Acampamento um lado mais humano de um dos maiores lutadores do povo brasileiro.

Antes de sua fala, Marighella filho assistiu à mística produzido pelo jovens do Levante, em homenagem ao revolucionário que lutou contra a perseguição ao Partido Comunista e aos os movimentos populares, desde o governo de Getúlio Vargas até ser assassinado por agentes da ditadura, em 1969. Versos de poemas escritos pelo próprio guerrilheiro foram intercalados com suas famosas frases e discursos, transmitidos pela rádio, que levaram os ditadores a caçá-lo com ferocidade jamais vista. Marighella foi morto numa emboscada, em São Paulo, no dia 4 de novembro de 1969, há exatamente 40 anos.

Emocionado com a homenagem, Marighella Filho fez questão reforçar a importância de sua presença na Jornada Socialista: “É justo que estejamos aqui reunidos não só pelo própria bandeira do LPJ, mas também por sua profunda dimensão humana. Nesse evento do Levante, Marighella Vive!!”

Carlos Marighella Filho se viu, desde adolescente, em meio ao preconceito por ser filho do inimigo número 1 da ditadura. A intolerância social, que levou ao golpe militar, foi reflexo, para ele, de uma dupla traição dos militares para com o povo brasileiro: “A primeira, porque se voltaram contra o próprio povo, que os armou, e a segunda, porque o golpe foi resultado de uma aliança entre estes militares e os govenos imperialistas”, afirmou.

Carlinhos, como é carinhosamente chamado, fechou a noite da Jornada Cultural contando o “Samba do Cacareco”, composto pelo próprio Marighella nos anos 50, uma troça à eleição, em São Paulo, de um pequeno filhote de rinoceronte, como forma de protesto político. Acampanhado pelo pandeiro do companheiro Marcos, do Levante da Paraíba, Carlinhos animou a juventude presente, mostrando o lado talentoso e bem-humorado de Marighella. Que a luta se faz também com amor e sensibilidade acima de tudo.

 

 


Tags deste artigo: acampamento levante df jornada

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