Por Fábio Bueno
Ir e vir no DF não é coisa fácil. Quase tudo o que precisamos fica distante de onde moramos, e o transporte até lá é caro, demorado e muito ruim. Para trabalhar, estudar, ir ao médico ou fazer compras, precisamos gastar muito tempo com o transporte público.
O transporte publico acaba consumindo não apenas uma boa parte do orçamento das famílias, mas uma boa parte do seu tempo e saúde também. Pegar um ônibus do Bairro (R$ 2) para o lugar onde passa o ônibus pro serviço ou escola (R$ 3) não só custa caro (em 22 dias úteis do mês gasta-se R$ 220), mas toma muito de nosso tempo (ida e volta, quando damos sorte de pegar o ônibus no horário, leva de 4 a 6 horas por dia), além de nossa saúde (filas, poluição, riscos de acidentes).
Um bom sistema de transporte público é fundamental pra se viver melhor nas cidades, para gastar menos dinheiro, tempo e esforço com o deslocamento e destiná-los a outras coisas.
Pensar sobre o custo do transporte envolve não apenas questões de preço, mas também quem paga a quem para o transporte funcionar.
O transporte público pode ser bancado a partir da cobrança direta de quem o usa, por impostos ou uma mistura dessas duas formas. A cobrança direta de quem o usa o transporte público pelas tarifas joga a responsabilidade de manutenção do sistema ao usuário, arcando com todos os custos do sistema independente da sua condição (estudante, trabalhador, jovem, idoso, criança, etc e etc). É o modelo do DF nos ônibus e no metrô. Outra possibilidade é bancar o transporte por impostos, o que possibilita não cobrar de quem usa, instituindo a gratuidade. Pode-
se ainda mesclar impostos e tarifa, concedendo gratuidade ou desconto para alguns segmentos (estudantes, idosos, etc e etc). Destinar impostos para bancar o transporte implica que todos da sociedade pagam, e que o Estado deve destinar verbas em detrimento de outros gastos, levando a discutir onde o Estado gasta.
Pelo lado de quem recebe, se a escolha foi operacionalizar o sistema público de transporte por empresas privadas, serão os empresários do setor que se responsabilizarão por colocar o transporte na rua. A experiência de vários lugares do Brasil, e do Distrito Federal em especial, mostra que isso coloca problemas adicionais: por buscarem o maior lucro possível, ajustam as condições de trabalho e salários, prejudicando motoristas e cobradores; deixam ônibus velhos, perigosos e sujos rodando, sem nenhum compromisso com a segurança e conforto dos passageiros; organizam paralisações para pressionar o aumento das passagens, etc e etc.
O transporte público deveria buscar encurtar distâncias para todos, o que levaria a um menor tempo no deslocamento entre lugares diferentes. Não é isso que acontece no DF. Dentro das satélites, andar de ônibus de um bairro ao centro é um martírio. A frequência das linhas faz com gastemos horas só esperando os ônibus. O Metrô alcança poucas satélites e as corta em apenas um sentido, fazendo-se limitado para andar dentro da cidade, sem dizer que não alcança as cidades do Entorno. As alternativas atuais são vans, bicicletas, andar a pé mesmo, ou recorrer a um carro.
O deslocamento para o Plano Piloto é cada vez mais demorado, apesar do aumento do número de vias com duplicações e a abertura de novos traçados, pois o aumento no número de automóveis supera em muito a capacidade de escoamento da malha rodoviária do DF, agravando-se para as cidades do Entorno.
O tempo de deslocamento pode ser diminuído de duas formas: aumenta-se a estrutura perto das moradias, fazendo com que se viagem menos, ou melhora o transporte para os lugares mais longes. A primeira alternativa envolve não só políticas públicas de moradia, educação, saúde, lazer e emprego, mas a constituição de toda uma rede de comerciantes e prestadores de serviços nas localidades. A segunda alternativa envolve a eficiência dos transportes, considerando aqueles que podem levar as pessoas de um lugar a outro com a maior brevidade, qualidade e menor custo.
O Metrô, ainda sem expansão das linhas e modernização dos trens, fica cada vez mais lotado.
Levante Popular da Juventude DF - Rumo ao I Acampamento
Nesta sexta, 25, Manifestação Tarifa Zero
Por um transporte público de qualidade em todo o Df e entorno e Redução imediata da tarifa para R$ 2,00 até a aprovação da TARIFA ZERO
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