O racismo é um dos elementos fundamentais da imensa desigualdade social e da insuportável estatística de violência que envergonham o país. Apesar dos movimentos sociais já terem derrubado o mito da “democracia racial”, o país convive com índices genocidas contra a população negra. A pesquisadora Marjorie Chaves, do programa de pós-graduação em Política Social da UnB, esteve no I Acampamento do Levante Popular da Juventude, na tarde deste sábado (16), justamente para debater o tema com jovens do DF.
Marjorie citou dados revoltantes de como essa violência racial está banalizada. São mais de 40 mil homicídios cometidos por ano no país, números de guerra. Desse total, mais de 90% são do sexo masculino, idade entre 15 e 28 anos. “São 114 assassinatos por dia no país!”, exclamou. Os negros são a maioria esmagadora desses jovens mortos (70%).
E é exatamente essa estatística que confirma outra tragédia. No Brasil, o racismo é institucionalizado. “O Estado brasileiro vem contribuin
do para o extermínio da população negra no país”, conclui Marjorie. A polícia, na maior parte dos casos, é quem cumpre essa tarefa. Eles definem distinção de cor e classe social para abordagens, prisão e morte de jovens. Dados e provas não deixam dúvidas. “Os comandos da polícia para matar ou intensificar a atuação sobre pessoas de fenótipo negro”, destaca. É a “cor padrão”, definida na orientação de como a polícia deve agir.
Marjorie também lembrou aos jovens que não há capitalismo sem racismo e que, nesse sentido, o desafio se torna ainda mais transformador da realidade social. “Vamos tomar o extermínio da população negra em consciência política que nos dê força para superar essa condição”.
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