Candidatura Luisa Stern é destaque em reportagem do jornal Sul 21
20 de Julho de 2014, 10:56 - sem comentários aindaEm reportagem publicada hoje no site do jornal eletrônico Sul 21, com o título de “Representantes de minorias sociais buscam se eleger para garantir direitos”, a nossa candidatura foi um dos destaques.
A repórter Débora Fogliatto nos entrevistou por telefone na tarde de sexta-feira e se referiu à nossa candidatura da seguinte forma:
“A única candidata transexual do Rio Grande do Sul nessas eleições, Luisa Helena Stern (PT) conta que é militante desde a juventude, mas pela primeira vez encarou o desafio de concorrer a um cargo em um parlamento. Agora, ela tenta uma vaga na Assembleia Legislativa, onde pretende colocar em pauta a igualdade de direitos para transexuais e travestis, além de combater a violência doméstica.
Luisa afirma que acredita que os governos federal e estadual têm avançado na conquista de direitos para a população LGBT, com medidas como a carteira de nome social e a criação de uma ala para as travestis, transexuais e companheiros no Presídio Central. “Até alguns anos atrás, as travestis, transexuais e gays estavam incluídos apenas na política de AIDS, e o governo federal, principalmente a partir do segundo mandato do Lula, passou essa temática também para os direitos humanos e deixou de ser só política de AIDS”, destacou.”
Adiante, abordou os ataques transfóbicos sofridos pelas redes sociais em razão de comentários sobre futebol, em um episódio já comentado em nossas postagens anteriores. Finalmente, quando se refere ao apoio dos partidos às causas LGBT, mais uma vez nossa opinião é citada:
“Já Luisa lembra que, dos partidos que já estiveram e estão no poder no estado e na cidade, o PT é o único que pauta os direitos dessa população, e reitera que sempre foi “muito bem recebida” no partido.”
A reportagem pode ser lida na íntegra clicando no link:
Arquivado em:Cidadania Tagged: cidadania, Deputada Estadual, Luisa Stern, Sul 21, transexuais, travestis
O cachorro morto e o gato comedor de ovelha
5 de Julho de 2014, 5:56 - sem comentários aindaComeço essa postagem destacando duas expressões populares, que muitos estão acostumados a ouvir, em diversas situações.
Uma delas é “cachorro que come ovelha, só matando”, utilizada de maneira figurada para qualificar pessoas que tenham uma conduta reprovável e repetida, na opinião de quem a enuncia. Em momento algum, pode se depreender que o uso dessa frase tem a intenção de pregar a morte de alguém ou a violência contra os animais. Embora, nesse caso, pudesse ter existido violência na prática reprovável que deu origem à expressão.
A outra é “tem que dar com um gato morto na cabeça, até fazer o gato miar” ou a variante “nem dando com um gato morto na cabeça”, nesse caso também usada contra pessoas que tenham uma prática reprovável ou dificuldade em compreender certas situações. Isto sempre na opinião de quem a enuncia, que pode ter um ponto de vista diferente do resto do mundo. Também não se compreende que o uso dessa frase signifique incentivo à vilência contra seres humanos ou animais.
Lembro que o meu saudoso pai usava a expressão do gato morto em muitas oportunidades e era um sujeito extremamente tranquilo, incapaz de matar uma mosca, nunca levantou a voz nem fez menção de bater nos filhos.
O mundo do futebol
No futebol, por sua vez, também temos expressões que se limitam ao campo do jogo e pós-jogo. Diz-se que em uma competição eliminatória como é a Copa do Mundo a partir da sua segunda fase, os jogos são de “mata-mata”, que os atacantes que fazem muitos gols são “matadores”, que um time “matou o jogo (ou o adversário)” quando abriu vantagem no placar impossível ou inviável de ser revertida.
Ainda, quem frequenta estádios certamente já ouviu e pode ter gritado junto algo como “uh, vai morrer”, em relação ao árbitro da partida ou a algum jogador adversário, sem que isso implique diretamente em prática ou apologia à violência.
Tudo isso é necessário para explicar que ontem, ao saber que Neymar estava fora da Copa, com suspeita de ter fraturado uma vértebra, em decorrência de ter levado um joelhaço nas costas por parte do jogador colombiano Zuñiga, no calor do pós-jogo e muito irritada com a situação eu postei na minha conta do Twitter, entre outras coisas os seguintes comentários:
https://twitter.com/Luisa_Stern/status/485220546733674496
https://twitter.com/Luisa_Stern/status/485224932318924800
Quero dizer que essas expressões foram postadas no calor do momento, em tom de desabafo e no contexto de pós-jogo, com o mesmo sentido figurado das outras que comentei anteriormente e que em nenhum momento desejei a morte ou violência real praticada contra esse atleta ou contra qualquer outra pessoa.
Se ainda assim, ainda houver alguém que não conseguiu entender essa frase dentro do contexto que foi usada, eu me desculpo publicamente e reitero que foi apenas algo publicado em tom de desabafo, sem qualquer desejo concreto de que se torne realidade.
Quem me conhece sabe que tenho uma trajetória como militante do Direitos Humanos, dos direitos LGBT, de travestis e transexuais. Tenho posicionamento absolutamente contrário à pena de morte, a justiçamentos e à qualquer forma de violência contra a pessoa.
Imprensa
Ji alguns jornalistas repercutindo e comentando essas postagens e digo que, para quem tem a intenção de fazer sensacionalismo e uso político do que escrevi ontem, esta postagem é uma resposta mais do que suficiente.
Por outro lado, para quem tem um posicionamento equilibrado e disposição para ouvir os dois lados, também quero dizer que sofri diversas ofensas e ameaças, de cunho machista, sexista, homofóbico e transfóbico, em quantidade muito maior do que as minhas duas postagens (além das que já sofro diariamente, pelo simples fato de ser transexual). Então, se alguém quiser conversar a respeito, que seja para enfocar os dois lados da questão e também abordar os preconceitos com os quais tenho que lidar por causa da minha condição.
Conclusões apressadas
Para quem pretende me avisar que o título dessa postagem está com os lugares invertidos entre o gato e o cachorro, eu digo que não houve engano algum, foi mesmo algo intencional.
A ideia é conferir quanta gente é capaz de tirar conclusões apressadas, com base apenas no título, sem ler o texto até o final, e traçar um paralelo sobre como também é injusto e precipitado querer avaliar a minha trajetória de vida, apenas por causa dessas postagens de ontem.
E dizer que a vida segue, estou às ordens para quem quiser me conhecer melhor e conversar com os ânimos desarmados.
Que assim seja.
Arquivado em:Cidadania