Presidente Lula assumirá Presidência do MERCOSUL nesta Quinta-Feira, com anúncio de Acordo de Livre Comércio com o Bloco Europeu EFTA formado por Noruega, Suíça, Islândia e Liechtenstein, com mercado com 290 milhões de pessoas e R$ 4,3 Trilhões de PIB.
Para o Brasil, o acordo pode gerar um incremento de US$ 5,2 bilhões no PIB e milhares de empregos, segundo o Itamaraty.
Os dois blocos fizeram o anúncio da conclusão das negociações em Buenos Aires (Argentina), onde será realizada nesta quinta-feira a 66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul e o Presidente Lula da assumirá a presidência rotativa do bloco sul-americano.
Com Informações de REUTERS
O acordo vinha sendo negociado desde 2017 e chegou a ser anunciado em 2019. No entanto, da mesma forma que com as negociações entre Mercosul e União Europeia, os quatro países reverteram suas posições e pediram mais garantias ambientais, em meio ao crescimento exponencial do desmatamento no Brasil durante o governo de Jair Bolsonaro.
“O Acordo de Livre Comércio Mercosul-Efta criará uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e um PIB combinado de mais de US$4,3 trilhões. Ambas as partes se beneficiarão de melhoras em acesso a mercado para mais de 97% de suas exportações, o que aumentará o comércio bilateral e beneficiará empresas e cidadãos”, afirma a declaração conjunta.
“Diante dos avanços obtidos, o Mercosul e os Estados da Efta compartilham o compromisso de dar os passos necessários para garantir a assinatura do Acordo de Livre Comércio nos próximos meses de 2025.”
As negociações com o Efta avançaram em paralelo com a UE, e tomaram impulso depois da eleição de Donald Trump para presidência dos Estados Unidos. Assim como os líderes da UE, os chefes de Estado dos quatro países consideraram o momento uma oportunidade para ampliar mercados em meio às políticas protecionistas do novo governo norte-americano.
O vice-presidente da Suíça, Guy Parmelin, responsável pelas negociações comerciais do Efta, chegou na terça a Buenos Aires para o anúncio do acordo. A assinatura final, no entanto, deve demorar alguns meses, já que o texto precisa ser aprovado pelos Parlamentos de todos os países.
Ao contrário do acordo Mercosul-UE, no entanto, não se espera resistências dos europeus. Enquanto na UE a França, principalmente, e também outros países são contrários ao acordo, os quatro países do Efta são todos favoráveis. “É uma negociação muito mais simples”, disse uma fonte com conhecimento do assunto. A conclusão do acordo havia sido antecipada na véspera à Reuters por fontes com conhecimento do assunto.
O acordo Mercosul-UE foi finalizado e anunciado em dezembro de 2024, durante a cúpula de Montevidéu. No entanto, ainda precisa passar pela aprovação do Parlamento e do Conselho Europeu, o que se espera para o segundo semestre deste ano.
A intenção do governo brasileiro e da UE é que a assinatura aconteça em dezembro, durante a presidência do Brasil no Mercosul.