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Em 2º nas pesquisas e subindo, Benedita da Silva defende legado de Lula e sonha com Rio antirracista

September 22, 2020 9:57 , par Luíz Müller Blog - | No one following this article yet.
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Em entrevista exclusiva à Fórum, pré-candidata à Prefeitura diz que a situação na cidade é calamitosa e que é preciso dar voz à favela

Lula com Benedita e Freixo quando do Lançamento dos candidatos de esquerda no RJ

Aos 78 anos, depois de disputar a Prefeitura do Rio de Janeiro em 1992, Benedita da Silva é novamente pré-candidata, numa chapa que tem como vice Enfermeira Rejane, do PCdoB. Duas mulheres negras. “Aí estamos nós, agora com o PCdoB”, diz Benedita, em entrevista ao programa Fórum Onze e Meia. Atualmente deputada federal, ela não queria saber de campanha. Mas o Partido dos Trabalhadores a convenceu, primeiro para ser vice na chapa com Marcelo Freixo (PSOL) e, com a desistência dele, Benedita acabou voltando mais uma vez para a disputa. O PSOL lançou outra candidata, a deputada estadual Renata Souza, junto com PCB e UP.

De acordo com Benedita, tentou-se uma aliança dos partidos progressistas, no entanto não se chegou a uma unidade. “Moral da história é que não conseguimos. Tentamos trazer uma conversa, todo mundo junto, um programa comum à cidade. Cada um com suas opiniões individuais, mas um programa que fosse comum. Um programa emergencial, porque tudo é emergencial do jeito que as coisas estão.”

Até sexta-feira (18), 14 candidatos haviam sido confirmados pelos partidos à Prefeitura do Rio, com um número recorde de mulheres: 7 candidatas. Segundo pesquisa Atlas, divulgada no último dia 15, o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) lidera a corrida com 19,7% das intenções de voto. O atual prefeito, Marcelo Crivella (Republicanos), aparece com 11,1%, e Benedita da Silva com 9,6%, tecnicamente empatados em segundo lugar.

Crivella já sofreu dois pedidos de impeachment, ambos rejeitados pela Câmara Municipal, ingressados pelo PSOL. O primeiro após as denúncias da existência dos “guardiões”, funcionários comissionados da prefeitura que ficavam à frente de hospitais para evitar que a Globo fizesse reportagens sobre a situação dos equipamentos de saúde. O outro veio após a denúncia do “QG da Propina”, um esquema de corrupção na prefeitura envolvendo um homem de confiança de Crivella, o empresário Rafael Alves. Além disso, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro formou maioria nesta segunda-feira (21) em favor de uma ação apresentada pelo PSOL que pede a inelegibilidade do prefeito.

“A situação aqui é calamitosa. O prefeito não deu conta e ele continua não dando. Usa então desses mecanismos como os ‘guardiões’ para impedir a busca por uma informação real e concreta. A gente tem pessoas que morrem na porta do hospital, nós temos hoje 345 mil pessoas na fila, que são de outras doenças, não de coronavírus. E essas pessoas estão na fila sem atendimento”, afirma.

Já o ex-prefeito Eduardo Paes (DEM) foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro e se tornou réu por corrupção, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica no início do mês. A denúncia diz que ele teria recebido R$ 10,8 milhões em espécie, entre 4 de junho e 19 de setembro de 2012, por executivos da Odebrecht por meio de caixa dois de campanha.

“Seguir a cartilha de Lula”

Na convenção que oficializou a candidatura de Benedita à Prefeitura do Rio, o presidente do PT municipal, Tiago Santana, disse que a campanha vai seguir “a cartilha de Lula, cuidando dos mais pobres e do povo. Nós queremos ser os guardiões do povo”. Para Benedita, é só olhar como era o Brasil no tempo de Lula: “Olha o caos que fizeram. Deram golpe na nação, impeachment da Dilma, prenderam Lula para ele não ser presidente. Disseram que tirando a Dilma resolvia tudo e piorou foi tudo. Não tem como não ler essa cartilha, foi a cartilha de quando o povo viveu melhor. Está vendo o preço da comida? No tempo de Lula, a gente comia carne, tinha churrasco”.

Ela explica que também se trata de seguir Lula como cidadão. “Uma pessoa extraordinária, que extrapolou da sua função de presidente da República e se mostrou mais humano, mais presente na vida das pessoas, dos mais vulneráveis, os que eram menos favorecidos, ou que não eram favorecidos por nenhuma parte. É estabelecer prioridades. Tenho que olhar para as favelas, o povo está sofrendo, a nossa juventude está sendo assassinada. O povo negro está sofrendo, a gente está vivendo um racismo estrutural e institucional. Como é que a gente pode fazer isso? É exatamente procurando incluir essa população, porque a maioria da população da cidade do Rio de Janeiro é negra e feminina.”

Benedita diz sonhar com uma cidade que possa sorrir: “Quero uma cidade antirracista, uma cidade que tem amor e que saiba conviver com as diferenças. Uma cidade que não aja com naturalidade ao matar um jovem por conta da cor da pele, que a gente possa sair pelas ruas à noite e olhar para um lado, para o outro, e não ver ninguém deitado na calçada, porque não tem para onde ir, não ter uma casa para morar.”

Segundo Benedita, as pessoas estão “fazendo das tripas corações para sobreviver, se virando para vender uma bala, um amendoim”. E defende uma política de empregabilidade, para que as pessoas estejam protegidas “sabendo que elas terão seu salário e poderão ter uma vida mais tranquila do que essa”. “Eu já tive uma vida como essa e ela não é boa. É duro você voltar para casa sem nada na mão, saber que você não tem nada para botar na sua mesa e dar para seus filhos. É muito duro isso. São essas causas que movem meu coração, que movem a minha mente, e que me fazem realmente aceitar esse desafio. Quando derem voz à favela, toda a cidade vai cantar.”


Source : https://luizmuller.com/2020/09/22/em-2o-nas-pesquisas-e-subindo-benedita-da-silva-defende-legado-de-lula-e-sonha-com-rio-antirracista/

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