Crédito: Jefferson Bernardes/Palácio Piratini/CP
A governadora do Rio Grande do Sul Yeda Crusius foi a entrevistada do programa Roda Viva, da TV Cultura, desta segunda. Ao ser indagada sobre os resultados de uma pesquisa que revelou rejeição de 74% ao seu governo, respondeu que a população ainda sente grande carinho por ela. Afirmou que as denúncias vêm de um “mercado de escândalos”. “Essa técnica assassina moralmente as pessoas”, declarou.
“É uma turba de fofoqueiros, de caluniadores”, reagiu a governadora, sobre os adversários. “Acho que eu mexi com muitos interesses e hábitos arraigados dos quais não participava.”
A tucana não admitiu a hipótese de recuar da candidatura à reeleição. “Sou pré-candidata. As ruas estão me dizendo que vou largar na frente.”
Yeda também atacou a ação do Ministério Público Federal, que tachou de “midiática”. Confrontada com a série de denúncias levantadas pelos jornalistas e internautas, Yeda chegou a usar um tom mais belicoso contra a bancada. “Eu trouxe para o Rio Grande do Sul uma polarização que é nacional: do PSDB e do PT”, disse ela.
" data-medium-file="" data-large-file="" class="aligncenter wp-image-330 size-full" src="https://i1.wp.com/redesoberania.com.br/wp-content/uploads/2018/04/Sem-t%C3%ADtulo-1.jpg" alt="" width="480" height="360" />Maister F. Da Silva* na Rede Soberania
A direita quer disputar sozinha a eleição de 2018. Tirar Lula do caminho é tarefa número um dos setores golpistas. A derrota do pedido de Habeas Corpus do ex-presidente Lula no Supremo Tribunal Federal foi a pá de cal em qualquer esperança de vitória e respeito aos marcos constitucionais que regem a legislação do país. Ouso afirmar ainda que o colegiado do STF, em um teatro de alto custo financeiro ao povo brasileiro, decidiu o final da peça logo após o voto do ministro Luis Roberto Barroso, no estratégico intervalo. Fazendo jus aos espetáculos de horrores do Coliseu Romano, a suprema corte cumpre fielmente seu papel no golpe, saciando a sede de “sangue” da Rede Globo e do Departamento de Estado norte-americano.
Ocorre que o julgamento do Habeas Corpus era muito mais que a liberdade de Lula, era a garantia da esquerda no segundo turno das eleições, com o ex-presidente concorrendo ou como um cabo eleitoral de luxo, o candidato líder nas pesquisas de intenção de voto, único que encampa real ameaça aos que hoje ocupam o comando das instituições e manejam o aparelho do estado. O medo da Rede Globo é Lula livre. No jogo de xadrez, “golpistas x luta pela democracia”, o julgamento era esperança de ambos os lados, o primeiro de garantia de manutenção dos privilégios, o segundo a possibilidade da volta de um país que caminhava para a construção da sua soberania.
Não há por que confiar um só instante na existência de uma burguesia nacionalista, não como classe. A decisão do STF nos leva a enxergar a difícil realidade, que muitos na esquerda por miopia política, comodismo ou por medo da realidade não querem ver: não há nenhuma possibilidade de combater a direita nos marcos impostos pela democracia burguesa. Respeito à Constituição Federal e à Democracia são valores que apenas a esquerda preserva, não constam nos “manuais de resistência golpistas”. Presunção de culpa, “sou a favor, mas voto contra”, “não tenho provas, mas tenho convicção”, são frases do teatro jurídico brasileiro, uma piada de mau gosto dos inconfiáveis semideuses brasileiros.
Eleições gerais em outubro passará a ser pauta máxima, somada a defesa da democracia. Oxalá, não tenhamos uma cruzada de cassação do registro de partidos e cerceamento jurídico da atuação das entidades de classe.
*Militante do Movimento dos Pequenos Agricultores