Mais Médicos – O povo cearense acolhe a esses profissionais e anula descortesia corporativa
Publicado: 27-08-2013 | Autor: Eliomar de Lima | Categoria(s): Brasil, Ceará, Cidadania,Cidades, Política, Saúde
Com o título ‘Mais Médicos: boas vindas aos profissionais estrangeiros”, eis o Editorial do O POVO desta terça-feira, que acentua num trecho: “O povo cearense – como era esperado – esteve bem representado na recepção acolhedora a esses profissionais, anulando qualquer descortesia corporativa”. Confira:
Neste domingo, chegou a Fortaleza um grupo de médicos estrangeiros (outros já tinham desembarcado sábado, no Recife). Só de Cuba virão, nesta primeira fase, 400 profissionais de um total de 4 mil contratados pelo acordo firmado entre o Ministério da Saúde e a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) para atender ao programa Mais Médicos. A maior parte desta primeira leva será encaminhada para 701 municípios que não foram escolhidos por nenhum dos profissionais brasileiros ou estrangeiros aprovados na primeira fase do programa.
O povo cearense – como era esperado – esteve bem representado na recepção acolhedora a esses profissionais, anulando qualquer descortesia corporativa. Não deverá ser diferente no resto do Estado, pois se sabe que vêm para fazer um bem enorme à nossa gente. Todos os estrangeiros merecem boa acolhida. Os cubanos, mais ainda, por serem vítimas de preconceitos ideológicos inaceitáveis.
Eles têm impressionado, nos seus primeiros pronunciamentos, por resgatarem a ideia de uma medicina compromissada – antes de tudo – com os valores éticos e centrada na precedência da pessoa humana. Pareceu até uma coisa um tanto deslocada (no tipo de sociedade em que vivemos) alguém declarar que veio trabalhar por uma motivação maior do que a de simplesmente ganhar dinheiro: isto é, por solidariedade às pessoas carentes desses serviços. Não parecem palavras vazias: os médicos cubanos são conhecidos por não se recusarem a trabalhar nos lugares mais inóspitos e desconfortáveis do planeta. E isso não se faz sem que se tenha um forte senso de vocação.
A controvérsia ideológica não invalida o fato de que a medicina preventiva de Cuba (lá os serviços de saúde são totalmente gratuitos) levou o País a apresentar a taxa de mortalidade infantil mais baixa das Américas (incluindo-se aí Estados Unidos e Canadá): 4,9 por mil (contra 60 por mil, em 1959, quando do triunfo da Revolução). Permitiu também uma expectativa de vida só comparável a de países desenvolvidos: 80 anos (contra 60 anos em 1959).
Para nossa sorte, os médicos cubanos acumulam uma grande experiência justamente na área em que o Brasil mais precisa: atenção básica à saúde. O que poderá render uma boa parceria. Sejam, portanto, muito bem vindos.
Categoria(s): Brasil, Ceará, Cidadania, Cidades, Política, Saúde por Eliomar de Lima
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