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Manchetômetro vai continuar!

25 de Novembro de 2014, 10:12 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Uma das ferramentas que melhor conseguiu explicitar a atuação tendenciosa da mídia nessas eleições, o Manchetômetro vai continuar atuando mesmo com o fim do período eleitoral. O site, desenvolvido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), sediado no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), passa por uma reformulação para se adaptar ao novo contexto.

A notícia é um passo importante para a luta constante pelo questionamento das formas de atuação da mídia. “Tenho noção de que não dobramos o braço da mídia, tanto é que eles tentaram dar um golpe no final. Mas incomodamos, colocamos uma pulga atrás da orelha deles”, acredita João Feres Júnior, coordenador do projeto. Durante as eleições, o site analisou o número de manchetes negativas, neutras e positivas sobre os candidatos à Presidência estampadas por alguns veículos do país - além de ter desenvolvido algumas séries especiais, como o Marinômetro e uma seção dedicada à cobertura de escândalos. O resultado foi o que esperávamos: Dilma foi muito mais criticada. Para se ter noção, Dilma teve 1h22min de noticiário negativo, 15 vezes mais que Aecio (5min30s).

Na nova fase do Manchetômetro, o site pretende continuar analisando os mesmos veículos (Jornal Nacional, Folha de S.Paulo, Estadão e O Globo), mudando, contudo, as variáveis, o que está sendo analisado. Além da análise quantitativa de notícias prós e contra, o foco será na cobertura de escândalos, nos enquadramentos que a mídia usa para falar sobre eles e na maneira como aborda os partidos políticos, adianta Feres.

As mudanças também devem ser tecnológicas, ampliando a área de ação do projeto. “Estamos com dois projetos pilotos para sites noticiosos (Uol, G1 e R7), utilizando robôs. Então essa contagem não seria feita por humanos, mas pela máquina, que identifica padrões nas notícias contrárias ou favoráveis”, conta João Feres. Assim, com um nível de 90% de coincidência entre a ação da máquina e a humana, o número de matérias analisadas será ainda maior.

Para o coordenador do Manchetômetro, a atuação durante o ano foi extremamente positiva. Além disso, o trabalho das redes sociais na desconstrução de discursos e boatos nas eleições, foi fundamental. Mesmo assim, ainda é necessário uma maior fiscalização da mídia. “Precisamos de um controle de fora, não podemos esperar que eles se regulem. A rede social é pulverizada e eles têm um poder oligopolizado. A gente precisava institucionalizar um pouco essa regulação”, afirma.

O fluxo de verbas publicitárias federais para a mídia é questionado por Feres. Em outro grupo de pesquisa em que participa, ele constatou que dinheiro público por vezes acaba financiando más práticas na comunicação, com programas de TV que vão contra, por exemplo, a igualdade racial e de gênero. “O dinheiro público está financiando práticas homofóbicas, machistas e racistas. É preciso se regular, com critérios democráticos. Isso está na Constituição”, finaliza.

Para seguir com o Manchetômetro, serão buscados financiamentos dentro do âmbito acadêmico e da sociedade civil.


Fonte: http://mudamais.com/fica-dica/manchetometro-vai-continuar